Na Audiência Geral, Francisco convidou a ler uma passagem do Evangelho e a medita-la em família
Cidade do Vaticano,
26 de Agosto de 2015
(ZENIT.org)
Sergio Mora
Na manhã desta quarta-feira (26), o Papa Francisco chegou à Praça
de São Pedro no jipe branco aberto para a Audiência Geral, onde
encontrou fiéis e peregrinos que já o aguardavam com muitos cânticos e
festa. O Santo Padre parou várias vezes para cumprimentar e abençoar os
presentes, especialmente as crianças.
Depois da leitura do Evangelho em várias línguas relatando o episódio
de Marta e Maria, o Santo Padre se dirigiu aos presentes, continuando o
ciclo de catequeses sobre a família.
Depois de refletir sobre os aspectos da festa e do trabalho na vida familiar, hoje o Papa falou sobre a oração.
O Santo Padre, embora reconhecendo que nas famílias às vezes há uma
lamentação sincera por não ter tempo para rezar, convidou não só a
rezar, mas a cultivar no coração um amor "quente" por Deus, um amor
afetuoso, e a questionar se pensamos em Deus apenas como alguém que
controla nossas atitudes.
O espírito de oração - disse o Pontífice - se baseia no grande
mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda
tua alma e com todas as tuas forças". A oração é alimentada pelo afeto
por Deus.
E acrescentou que precisamos sentir Deus "como a carícia que nos
mantém vivos e antes, carícia da qual nada, nem mesmo a morte pode nos
separar".
É limitado pensar em Deus apenas como “um grande Ser todo-poderoso,
num Juiz que tudo vê e controla nossas atitudes”. Isso é verdade - disse
ele- mas apenas quando há afeto é compreendido". “Ele pensa em nós e,
sobretudo, nos ama! Não é impressionante?”.
Francisco reiterou a necessidade do afeto por Deus que “acende o fogo
do espírito da oração”, senão, apenas multiplicamos as nossas palavras,
“como fazem os pagãos”.
O Pontífice destacou que um coração possuído pelo afeto por Deus
transforma em oração mesmo um pensamento sem palavras, ou uma invocação
diante de uma imagem sagrada, ou um beijo enviado para uma igreja. “É
bonito quando as mães ensinam aos seus filhos pequeninos a mandar um
beijo a Jesus ou à Virgem Maria” – disse o Papa -.
Ele explicou que o Espírito Santo nos ensina a dizer "Abba”- “Pai",
como dizia Jesus, um modo de rezar que nunca poderíamos encontrar
sozinhos. Um dom - disse ele – que se aprende a pedir na família, com a
mesma naturalidade com que se diz pai ou a mãe.
Embora reconhecendo que as famílias têm pouco tempo, o Papa sublinhou
que o espírito de oração devolve o tempo a Deus, para encontrar a paz
das coisas necessárias, e descobrir a alegria dos dons inesperados.
Referindo-se à leitura do Evangelho de hoje, ele disse que Marta e
Maria aprenderam de Deus a harmonia dos ritmos familiares: a festa, o
trabalho e a oração, e Marta aprendeu que escutar o Senhor era a coisa
realmente essencial.
Assim, Francisco convidou a ler uma passagem do Evangelho todos os
dias e questionou: “Existe esta familiaridade nas nossas famílias? Temos
em casa o Evangelho? O abrimos de vez em quando para lê-lo juntos?
Meditamo-lo recitando o rosário?”. Porque – continuou - é como “um bom
pão que alimenta o coração de todos”.
Por fim, ele partilhou uma coisa que leva no coração e que viu em
muitas cidades: “muitas crianças ainda não aprenderam a fazer o sinal
da cruz”. E pediu: “Mães, pais, ensinem suas crianças a rezar e a fazer o
sinal da Cruz; é um dever muito bonito dos pais!”.
Depois da catequese, Francisco saudou os peregrinos em diversos
idiomas. Em português, ele disse: “Queridos peregrinos de língua
portuguesa, bem-vindos! Saúdo cordialmente os fiéis presentes das
diversas paróquias de Portugal e o grupo dos novos estudantes do Colégio
Pio Brasileiro. O Senhor vos abençoe, para serdes em toda a parte farol
de luz do Evangelho para todos. Possa esta peregrinação fortalecer nos
vossos corações o sentir e o viver com a Igreja. Nossa Senhora acompanhe
e proteja a vós todos e aos vossos entes queridos”.
(26 de Agosto de 2015) © Innovative Media Inc.
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