Conta uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e em dado ponto envolveram-se numa acesa discussão ou melhor numa verdadeira rixa. Um deles, e o mais ofendido, sem nada dizer, escreveu na areia:
HOJE, O MEU AMIGO BATEU-ME NO ROSTO.
Seguiram viagem e chegaram a um oásis aproveitando para tomar banho numa lagoa. O que tinha sido esbofeteado ter-se-ia afogado se o outro não o socorresse. Quando recuperou escreveu numa pedra:
HOJE, O MEU AMIGO SALVOU-ME A VIDA.
Intrigado, o salvador perguntou: - depois que te bati, escreveste na areia e, agora que te salvei escreveste na pedra, porquê?
-Quando um amigo nos ofende, devemos escrever na areia para que o vento do esquecimento e do perdão se encarregue de apagar. Quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória e do coração onde sempre permanecerá.
Sobre os amigos escreveu alguém:
“Amigos são como o vento...É impossível prendê-los entre as mãos...Eles às vezes têm outra direcção, um caminho que não é o nosso...
Amigos são como o vento...Às vezes “furacão“, invadindo nossas vidas...Às vezes “brisa“, acariciando nossa alma.
Amigos são como vento...Às vezes perto, às vezes longe...Mas eternamente no nosso coração!”
Parece-me que a melhor maneira de fazer triunfar a amizade é abolir a mentira e a inveja, instaurando a justiça em todos os nossos actos e impondo a verdade às nossas vidas.
Uma relação entre amigos implica certamente a lealdade, mas creio que a lealdade não vingará se tiver por fundamento a mentira ou a inveja. Ser amigo também significa dizer e corrigir o que está errado. Um pai não é amigo dum filho se lhe puser nas mãos a faca que a criança quer e que o poderá ferir. Pode ser duro ouvir o que não nos agrada mas mais duro é viver-se na hipocrisia.
Maria Teresa Conceição, professora aposentada
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