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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Destino e Misericórdia

O Papa proclamou um Jubileu Extraordinário da Misericórdia a iniciar no dia 8 de Dezembro de 2015, festa da Imaculada Conceição, que terminará a 20 de Novembro de 2016 na festa de Cristo Rei.
 
Pergunto-me porque é que parece escutar-se quase com indiferença as notícias das catástrofes naturais e pior que isso as catástrofes que têm como origem esquecer-se os que sofrem, apesar de tantos apelos que nos chegam, principalmente do Papa. Estamos numa perfeita globalização da indiferença como o definiu e já na mensagem da Páscoa nos disse que não é só pensar mas também actuar: “Amados irmãos e irmãs, Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).
 
Eis, portanto, o convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.
 
E assim, a Jesus ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.”
 
Embora já lá vá o tempo pascal esta mensagem não pode ser esquecida, neste e em todos os tempos. Afundar o mal em abundância de bem, rezar, pedir ajuda a Maria, talvez seja o pouco ou muito que possamos fazer.
 
E quem melhor que a Nossa Mãe do Céu, para nos ajudar a trilhar o caminho da misericórdia, ser canais de Deus. Muitos “poucos” fazem muito e Deus traçará o nosso destino como o fez com as árvores que cresciam no alto de uma montanha e ainda jovens sonhavam com belos destinos. A primeira desejava transformar-se num cofre de jóias valiosas, a segunda num grande navio, e a outra só queria crescer tanto que os homens ao olha-la se lembrariam de Deus. Aconteceu que foram cortadas e a madeira de uma foi usada para manjedoura, com a da segunda construíram um pequeno barco de pesca e a da terceira foi empilhada e para nada parecia servir.
 
A manjedoura, que estava numa gruta em Belém, serviu de berço a um Menino que se chamou Jesus. Já Homem usou muitas vezes o barco nas águas da Palestina; até as acalmou quando enfurecidas pareciam querer engolir a pequena embarcação. 
 
Embora não fosse notado, nenhum cofre guardou tesouro mais valioso que essa manjedoura e nenhum navio teve destino mais brilhante que esse barco de pesca que transportou Jesus.
 
Quanto à madeira desprezada, da mais jovem das três árvores, teve um destino ainda mais sublime, pois com ela construíram uma cruz em que esse Homem foi crucificado. Passados mais de 2000 anos ainda hoje olhamos e nos prostramos perante o nosso Salvador que sendo Deus se fez Homem e morreu por todos, e cada homem, para que tivessem a vida. 
 
Os desejos foram satisfeitos, mas para nós, como para as árvores, os caminhos traça-os Deus. 











Maria Teresa Conceição, professora aposentada




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