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sábado, 5 de outubro de 2013

«Aparecer-te-á uma pantera»: Félix compactuou com o demónio, mas hoje é católico evangelizador

A sua vida mudou quando deu o passo de falar com Deus 

Félix Pimentel é um cantor e pregador católico que
partilha a sua experiência de salvação
Actualizado 30 de Setembro de 2013

Equipo Portaluz / Televida (Colômbia)

A República Dominicana, como outros países das Caraíbas, tem na sua história cultural uma significativa presença de emigrantes africanos escravizados. As raízes musicais do continente africano marcam não só o Merengue, nascido naquele país, mas sim também os ritos e crenças de uma religiosidade tida pelo vudu, altares familiares a divindades diversas, o culto aos mortos e feitiçarias entre outros.

Félix Pimentel era filho desta cultura e como muitos dos seus irmãos mulatos do país supôs desde pequeno que as possibilidades de alcançar o bem-estar na vida estavam limitadas para ele numa sociedade que ainda segrega.

“Como filhos, crescemos formados pelos nossos pais nesse mundo de rituais e invocações de espíritos e assumimos que isso não era mau. Então, cada vez que pedíamos algo, não o pedíamos a Deus, mas sim a esse mundo oculto”.


Os diversos rostos do tentador
Os pais de Félix queriam uma melhor vida para eles e seus filhos e assim foi como com 12 anos, este menino encontrou-se vivendo com a sua família em Nova Iorque, Estados Unidos.

Novos ritos, novas crenças e a certeza cultural de que tudo estava disponível para ser tomado e disfrutado marcaram a adolescência e primeira juventude do emigrante dominicano.

Tinha uma boa presença, voz, ritmo e candela (espírito alegre), mas essencialmente fome de fama e dinheiro.

“Nessa época – reconhece - era um farandulero, essa cidade apanhou-me com coisas muito atractivas como o êxito. Queria ser um artista internacional e para isso, participava em diferentes festivais da voz. Não sei se era por lástima, mas sempre ganhava os primeiros lugares”.

No vudu substâncias, líquidos, sons e movimentos colaboram com o objectivo do devoto e também as licenças no sexo. Talvez por isso para Félix não houve questionamentos… “Pensava que para estar feliz, tinha que estar com uma mulher por cada dia da semana. Meti-me no mundo perverso e acreditava que a única coisa que valia a pena era beber álcool, o sexo e a discoteca”.


Pactuando com o demónio
Sobreviver e cumprir os sonhos de dinheiro e fama não era uma fruta que se desse nas árvores de Central Park.

Félix tinha-o claro, mas não estava disposto a esperar… “Sabia que muitos grandes artistas e em especial aqueles que por código simbólico se vestiam de negro, tinham pactos diabólicos. Não teve temor. Embrutecido, falei ao diabo. Fiz com ele um pacto… Eu vestia-me de negro permanente por ele durante três anos para que me oferecesse a fama”

Nada sucedeu. O Senhor da Mentira não ofereceu a Félix o que ansiava, mas sim fez-se presença quase tangível no seu corpo, perseguindo-o, pedindo-lhe que oferecesse mais…

“Algo no meu coração disse-me que a seguir em frente devia pelo menos fazer algo bom com tudo isto e propus-me ajudar as crianças pobres do meu povo se conseguia o que ansiava. Com este ânimo visitei um bruxo. Recolheram-me três pontos de sangue do dedo da minha mão esquerda e os depositaram num amuleto. Disseram-me que o dia em que rompesse esse pacto de sangue que estava fazendo com eles, me iam matar”. 

"Aparecer-te-á uma pantera negra"
Os escabrosos detalhes daquela sessão não terminam. “Disseram-me «vem tal dia, ao meio dia, ao quintal da tua casa, na República Dominicana. Ali aparecer-te-á uma pantera negra e vais-lhe dizer o pacto que tu queres. Se está de acordo fechará os olhos e se não o estiver, moverá a cabeça. É o demónio que se te vai apresentar». Segui a pé de letra todas as indicações, e vi o animal que descia de entre as árvores de café e cacau. Levantaram-se as folhas secas do piso e armou-se um redemoinho. Fecho os meus olhos e quando os volto a abrir, vejo uma águia grande que voa sobre mim, e se foi”.

Passava o tempo, e nada ocorria assim é que não duvidou em ir reclamar aos bruxos essa falta de efectividade… “Fiquei paralisado quando me disseram algo que só eu conhecia… «o animal se deu conta que tu querias ajudar os meninos pobres do teu povo, enganou-te, a ele não lhe interessou o pacto». Respondi-lhes que com eles não me interessava então nenhum tracto mais”.

Cansado e abatido Félix deixou de sonhar em ser um famoso e adinheirado artista e mudou-se para Miami. Instalou uma tinturaria, queria fazer bem as coisas!, mas o negócio não prosperava. As raízes culturais da sua amada terra retornaram e sucumbiu de novo…

“Acreditava que só um feiticeiro podia dar-me uma «luz» de esperança. Sem dúvida depois de todas as sessões e incensos, o meu empreendimento piorou”.

Falando com Deus... Ele responde
Derrotado, arruinado economicamente uma tarde chorando pela primeira vez em anos começou a dialogar com Deus.

“Do nada disse «Senhor, porque as coisas saem mal?». E logo escutei uma voz no meu interior que me disse: «põe o que tens na tua casa e segue-me para que te cures». Encontrei o que me indicava no armário da casa… um boneco cravado com alfinetes e frutas”.

Depois disto, “sendo o Jubileu do ano 2000”, recorda que foi à Paróquia San Isidro para inscrever-se na catequese e ali Deus mostrou-lhe o seu rosto de Pai uma vez mais...

Libertação com Servos de Cristo Vivo
“Falaram-me da escola de evangelização do padre Emiliano Tardif, em Miami, chamada Servos de Cristo Vivo. Uma força como brisa fresca, boa levou-me a participar nessa comunidade e nada mais iniciar o curso naquele primeiro dia, quando deu início a oração de libertação… o meu coração rebentou e não recordo o que se passou em seguida. Mas depois não podia parar de falar dizendo aos presentes que pedia perdão a Deus. Sentia-me perturbado e senti que algo tinha entrado pela boca e que me tinha tomado o coração.
Senti que me removeram todo o lixo!”.

Félix hoje é um católico que prega e canta o seu testemunho; erigiu projectos sociais para os mais desvalidos e lançou sete discos com diversos géneros musicais. “Sou um homem eucarístico e do Santo Rosário. A minha vida deu uma volta total, separei-me de todas as coisas que o mundo me oferece. No princípio foi difícil, mas Deus chamou-me e tenho um coração agradecido, porque sei de onde me tirou. Apesar de que eu não era nada, ele quis fazer algo comigo”.

A partir da sua experiência e testemunho, Félix pode animar muitos a deixar-se mudar por Deus, como faz no seguinte vídeo.




E Félix Pimentel continua cantando e bailando com os ritmos alegres e quentes das Caraíbas, mas agora o faz para evangelizar e proclamar o amor e a alegria que dá Deus.
 



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