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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Francisco: Só o caminho de integração entre os povos permite futuro de paz

A Igreja está convicta de que o desenvolvimento integral e a via do bem que a família humana é chamada a percorrer


(Osservatore © Romano)
(Osservatore © Romano)
(ZENIT – Cidade do Vaticano).- Desenvolvimento integral é integrar no desenvolvimento a economia, finanças, trabalho, cultura, vida familiar, religião. É como uma orquestra que toca bem se os seus diversos instrumentos estiverem bem afinados e se seguem uma pauta partilhado entre todos.

O indicou o Papa Francisco ao recebeu nesta terça-feira em audiência na Aula Nova do Sínodo, os participantes no Congresso internacional sobre os 50 anos da publicação da encíclica do Papa Paulo VI,“Populorum Progressio”.

A encíclica na qual o beato Paulo VI apresentou o desenvolvimento como “o novo nome da paz”, completou 50 anos no último dia 26 de março. E o congresso também foi organizado para apresentar o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), guiado pelo cardeal Peter Turkson.

Foi o Papa Montini quem sublinhou naquela encíclica o significado de “desenvolvimento integral” e que propôs a fórmula: “desenvolvimento de todos os homens e do homem todo”, lembrou o Papa.

O que significam, então, estes conceitos para o futuro próximo? – perguntou o Papa que convidou a examinarem juntos alguns aspectos: integrar os diversos povos da terra, oferecer modelos praticáveis de integração social; integrar no desenvolvimento todos os elementos que o tornam realmente tal; integrar a dimensão individual e comunitária; integrar corpo e alma.

Para o desenvolvimento integral, se trata de integrar os diversos povos da terra. “O dever de solidariedade nos obriga a buscar modalidades justas de compartilha, para que não exista a dramática desigualdade entre quem muito tem e nada tem, entre quem descarta e que é descartado. Somente o caminho da integração entre os povos permite à humanidade um futuro de paz e de esperança”, disse.

Isto é um direito e um dever. É o princípio de subsidiariedade e requer o contributo de todos, individualmente e como grupos, se queremos criar uma convivência humana aberta a todos.

Integrar no desenvolvimento todos os elementos que o tornam verdadeiramente tal, ou seja, economia, finanças, trabalho, cultura, vida familiar, religião. É como uma orquestra que toca bem se os seus diversos instrumentos estiverem bem afinados e se seguem uma pauta partilhado entre todos.

Há ainda que integrar a dimensão individual e comunitária – pois que o eu e a comunidade não são concorrentes entre si. O “eu pode amadurecer só em presença de relações interpessoais autênticas e a comunidade é geradora quando o são todos e singularmente os seus componentes. Isto vale ainda mais na família que é a primeira célula da sociedade e em que se aprende a viver juntos”.

“Integrar corpo e alma significa também que nenhuma obra de desenvolvimento poderá alcançar realmente o seu fim se não respeitar o local em que Deus está presente em nós e fala ao nosso coração”, precisou.

E convidou a ver no facto de Deus se ter feito homem, o verdadeiro significado de desenvolvimento integral, isto é um desenvolvimento que não negligencia nem a Deus nem ao homem, porque assume toda a consistência de ambos.

Para a Igreja, de modo especial, oferecer um desenvolvimento integral significa não trair Deus nem o homem. “Neste sentido, o conceito de pessoa, amadurecido no Cristianismo, ajuda a perseguir um desenvolvimento plenamente humano. Porque pessoa remete sempre à relação, não ao individualismo; afirma a inclusão e não a exclusão, a dignidade única e inviolável e não a exploração, a liberdade e não a coação.

O Papa concluiu lembrando que a Igreja está convicta de que o desenvolvimento integral e a via do bem que a família humana é chamada a percorrer. Por isso não se cansa de oferecer esta sabedoria e a sua obra ao mundo.

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