
Festival Terras sem Sombra
7MARGENS | 03/09/2025
É uma das obras mais célebres de Friedrich Handel, foi composta em 1749 para celebrar a paz entre Inglaterra e França, e na noite de 13 de setembro será interpretada no Teatro Pax Julia, em Beja, “para celebrar a ansiada paz” num mundo que em tantas partes se encontra em guerra. O momento que se espera “memorável” integra o Festival Terras sem Sombra (TSS).
O tema, intitulado “Música para os Fogos-de-Artifício Reais”, subirá ao palco bejense sob a batuta de um maestro com apelido a condizer, Manuel Paz, que estará à frente da asturiana OCAS – Orquesta de Cámara Solidaria, um agrupamento conhecido internacionalmente e que promove a música como linguagem universal e veículo para ligar as pessoas.
“Em palco, contaremos pela primeira vez, na nossa região, com um dispositivo completo, o que inclui canhões de sala. Há que recordar que a peça foi originalmente pensada para acompanhar um grandioso espetáculo de fogos de artifício nos jardins de Green Park, em Londres”, explica José António Falcão, director-geral do TSS, citado no comunicado enviado ao 7MARGENS. O responsável acrescenta que “estamos perante uma obra cimeira do compositor que se afigura muito oportuna também nos nossos dias. Na sua origem, esta peça celebra a paz entre Inglaterra e França, numa encomenda do rei Jorge II de Inglaterra. Hoje, também o mundo anseia por paz”. Palavras que enquadram justamente o título do concerto: “Viva a Paz! Música para os Fogos-de-Artifício Reais, de G. F. Handel”.
A anteceder esta apresentação, o programa inclui um repertório de peças de compositores latinos, entregues à voz da jovem soprano espanhola Hanna del Canto, que interpretará, entre outras, peças da tradição sefardita e de Alberto Lozano, Gerónimo Giméne, Ruperto Chapí e Francisco Asenjo Barbieri.

José António Cardoso e o seu filho Paulo Cardoso, que se dedicam à arte do fabrico de instrumentos, serão os anfitriões de uma atividade no âmbito do Festival. Foto: Direitos reservados
A tarde desse mesmo dia reserva “outro momento memorável” no âmbito do património cultural alentejano: “O Ofício de Luthier: Construir Instrumentos de Cordas na Trindade”. Com ponto de encontro na Rua José Mariano dos Reis, n.º 36, na Trindade, a ação terá como anfitriões José António Cardoso e o seu filho Paulo Cardoso, que se dedicam à arte do fabrico de instrumentos, neste caso a partir de um atelier a funcionar desde 2005 no meio rural. “Um sinal de uma nova Europa, descentralizada, capaz de encontrar na cultura um estímulo económico e social para o renascimento e a afirmação dos territórios rurais”, refere a organização do TSS.
Traço marcante da identidade alentejana, a cozinha local dará o mote à atividade que irá desenrolar-se em Baleizão na manhã de domingo, 14 de setembro, com ponto de encontro em Beja, junto às Piscinas Cobertas (9h30). “Sopas, Açordas e Migas: Da Gastronomia Sustentável à Identidade Regional” irá propor aos participantes “uma viagem à essência da mesa da região”, orientada por Ana de Albuquerque Piedade, professora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Beja.
O TSS prosseguirá a sua programação com a estreia no concelho de Gavião a 27 e 28 de setembro. A componente musical incluirá a presença de um duo mexicano, o flautista Horacio Franco e o cravista Daniel Ortega, num concerto intitulado “O Périplo Infinito: Sons do México (e da Europa)”. A ação ligada ao património intitula-se “Entre o Alentejo e a Beira: Património de Gavião” e a atividade de salvaguarda da biodiversidade terá como mote “O Próprio e o Alheio: Ictiofauna do Rio Tejo”.
Toda a programação da presente temporada pode ser consultada no site do Festival Terras sem Sombra. As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.
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