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sábado, 22 de março de 2025

Novas estatísticas da Igreja revelam aumento de católicos, mas diminuição de agentes pastorais

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Anuário Pontifício 2025

 | 21/03/2025

A Editora Vaticana (LEV) acaba de publicar o Anuário Pontifício 2025 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2023, compilados pelo Escritório Central de Estatísticas da Igreja. Os dados revelam que a população católica global aumentou 1,15% entre 2022 e 2023 – passando de aproximadamente 1390 para 1406 milhões de pessoas – mas prossegue o declínio no número de padres, seminaristas e religiosos consagrados.

O ritmo de crescimento na população católica foi semelhante ao do biénio anterior, sublinham os média do Vaticano. E, tal como vem sendo habitual, o maior aumento deu-se no continente africano, onde o número de católicos aumentou de 272 milhões em 2022 para 281 milhões em 2023, com uma variação relativa de +3,31%. A República Democrática do Congo confirma a a primeira posição em número de católicos batizados, com quase 55 milhões, seguida pela Nigéria com 35 milhões.

Mas é no continente americano que se encontra a maior percentagem de católicos do mundo: 47,8%. Destes, 27,4% residem na América do Sul (onde o Brasil, com 182 milhões, representa 13% do total mundial e continua a ser o país com maior concentração de católicos), 6,6% na América do Norte e os 13,8% restantes na América Central. Neste continente, o crescimento foi de 0,9%.

O continente asiático registou um crescimento de católicos de 0,6% no biénio em análise, e o seu peso em 2023 era de cerca de 11% da população católica global. Nesse ano, 76,7% dos católicos do Sudeste Asiático estavam concentrados nas Filipinas, com 93 milhões, e na Índia, com 23 milhões.

“A Europa, embora abrigue 20,4% da comunidade católica mundial, confirma-se como a área menos dinâmica, com um aumento no número de católicos ao longo do biénio de apenas 0,2%”, destaca o Vatican News. Uma variação que “por outro lado, diante de uma dinâmica demográfica quase estagnada, se traduz numa ligeira melhoria na presença territorial, que atinge quase 39,6% em 2023”, salvaguarda a análise.

Os católicos da Oceania somavam pouco mais de 11 milhões em 2023, um aumento de 1,9% em comparação a 2022.

 

Mais bispos e diáconos, menos padres e religiosos

Ordenação de bispo Anthony Ji Weizhong, an China, 20 janeiro 2025. Foto agencia Fides

Ordenação do bispo Anthony Ji Weizhong, na China, a 20 de janeiro de 2025. Foto © Agencia Fides

O que também registou um aumento no biénio em análise foi o número de bispos, com uma variação geral de 1,4% (de 5.353 em 2022 para 5.430 em 2023). Esse movimento de crescimento registou-se em todos os continentes, com exceção da Oceania, onde o número se manteve estável.

Já o número de padres continuou a sua trajetória descendente: no final de 2023, havia um total de 406.996 presbíteros, uma redução de 734 em relação a 2022, ou -0,2%. Um exame por área geográfica mostra um aumento em África (+2,7%) e na Ásia (+1,6%) e uma diminuição na Europa (-1,6%), Oceania (-1,0%) e América (-0,7%).

Quanto à relação entre o número de padres e de católicos por região, o anuário revela que “há grandes disparidades em 2023”. Em particular, as percentagens de padres excedem as de católicos na América do Norte (10,3% de padres vs. 6,6% de católicos), Europa (38,1% de padres vs. 20,4% de católicos) e Oceania (1,1% de padres vs. 0,8% de católicos). A escassez mais evidente de clérigos está na América do Sul (12,4% de padres e 27,4% de católicos), em África (13,5% de padres e 20,0% de católicos) e na área Continental Central da América (5,4% de padres e 11,6% de católicos).

A diminuição do número de religiosos consagrados não padres e de religiosas consagradas que tem vindo a registar-se nos últimos anos também continuou em 2023, “embora a um ritmo menos intenso”. No caso das mulheres, passaram de 599.228 em 2022 para 589.423 em 2023, uma redução relativa de -1,6%. “A contração registrada no número de religiosas professas no mundo é substancialmente atribuível a um aumento considerável de mortes, resultado de uma alta presença de religiosas em idade avançada, enquanto o número de abandonos da vida religiosa se torna menos relevante durante o biénio”, refere o Vatican News.

Quanto ao número de seminaristas, que tem vindo a diminuir ininterruptamente desde 2012, voltou também a baixar. O número de candidatos ao sacerdócio passou de 108.481 em 2022 para 106.495 em 2023, com uma variação de -1,8%. A diminuição, observada no total mundial, afeta todos os continentes, com exceção da África, onde os seminaristas aumentaram 1,1% (de 34.541 para 34.924). Na Europa, Ásia e América, mas especialmente no primeiro continente, as reduções são significativas (-4,9% na Europa, -4,2% na Ásia e -1,3% na América). Na Oceania, a tendência é negativa e de pouco peso.

Contrariando a tendência geral, os diáconos permanentes constituem o grupo de clérigos que está “a crescer mais vigorosamente”. Em 2023, seu número atingiu 51.433 em comparação com os 50.150 registrados em 2022, com um aumento de 2,6%. Mas as disparidades territoriais são pronunciadas: há taxas de crescimento significativas na Oceania (+10,8%) e nas Américas (+3,8%), “enquanto leves declínios são registados na África e na Europa”.

(Imagem de destaque: Ordenação de padres na Basílica de São Pedro, Vaticano. © Vatican Media)



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