“Podemos fazer tudo com Amor. É o
mais importante. Torna-se importante quando surge um túnel na nossa vida, focar-se
no que está no outro lado, porque o túnel um dia terminará, e a vida continuará…
O tempo que passamos no túnel constitui um local escuro, mas temos de manter a
fé de que, quando sairmos do lado escuro, estaremos na luz outra vez. Logo,
temos de nos manter positivos. Como vamos conseguir ultrapassar esse momento e
focarmo-nos num resultado positivo? Às vezes o túnel é demasiado longo, outras
vezes mais curto. Mas com o amor e a solidariedade da família, dos amigos, tudo
se torna mais fácil”. Foi este o mote para escrever este artigo, referindo
algumas palavras de um amigo de uns familiares, que vive no estrangeiro com a
família. Há um ano atrás, em situação idêntica, existia um problema de saúde
grave. Um tumor no cérebro que teria de ser removido. A incerteza sobre a
gravidade do caso e sobre o futuro desta família pairava no ar. A preocupação
era enorme. Durante algum tempo, a pessoa afetada pelo problema, narrou a sua
grave situação. A operação a que iria ser submetido era de um grande risco.
Claro que todos procurámos incutir-lhe confiança no futuro, desdramatizar a
situação, mas família que é família não deixa de se preocupar nos bons e em
particular nos maus momentos. Rezou-se muito por ele e pela família.
Acompanhou-se a evolução dos acontecimentos à distância. Felizmente foi
operado, retirado o tumor e tudo correu pelo melhor apesar de um pós-operatório
complicado.
E precisamente um ano depois
chega de novo a Portugal com a família para gozar, com a família, umas
merecidas férias já a trabalhar, mas ainda com algumas limitações. Chegaram em
dia de festa da família e amigos mais chegados, já que era o dia de aniversário
do meu sobrinho, que completava os sete anos de idade. Houve um grande espirito
de entre ajuda, de solidariedade, onde todos colaboraram, uma vez que era dia
de trabalho dos donos da casa. No sentido de facilitar a sua vida, os amigos
trouxeram uma especialidade sua, ou seja, bolos e doces de colher, ajudaram a
preparar o jantar, as entradas, as bebidas… A dona de casa, na véspera tinha
colocado a mesa e deixado tudo orientado. E num ambiente de alegria e boa
disposição cantaram-se os parabéns ao membro mais novo da família que feliz, a
todos agradeceu. Antes de saírem, todos ajudaram de modo a que a casa ficasse
limpa e as louças organizadas. A dona de casa feliz referia que, com o apoio de
todos, tudo se torna tão mais fácil.
Por ironia do destino no dia
seguinte, fomos dar um passeio à Ericeira onde precisamente há um ano atrás,
não se vislumbrava a luz ao fundo do túnel. Na realidade, a vida constitui-se
atravessando toda uma série de barreiras, deixando nas mãos de Deus e de Sua
Mãe Maria Santíssima, as nossas súplicas e os pedidos de ajuda. Deus é Pai e
não abandona os seus filhos num momento mais difícil. Também o apoio da família
se torna imprescindível nestes difíceis momentos. Durante o almoço, felizes não
só com o reencontro, mas também pelo modo como tinha sido ultrapassado o
problema, o nosso amigo referiu as palavras com as quais começo este artigo.
Por outro lado, veio-me ao pensamento São João Paulo II, exemplo de santidade
que, durante muitos anos, lutou contra os males de uma saúde fragilizada, mas
que lutou até ao fim, deixando tudo nas mãos de Deus e que referiu: “Convido a
‘olhar’ o futuro carregado de incógnitas, mas também de promessas. Incógnitas e
promessas que apelam à nossa imaginação e criatividade estimulando também a
nossa responsabilidade de indicar o ‘caminho’ proclamar a ‘verdade’ e comunicar
‘a vida’ – que é Ele próprio”. O homem não pode viver sem amor. Sem amor,
torna-se um ser incompreensível para si mesmo.
A família é o santuário da vida.
De facto, ela é sagrada. É o lugar onde a vida pode ser convenientemente
acolhida e protegida e se pode desenvolver segundo as exigências de um
crescimento humano autêntico. A família constitui a sede da cultura da vida.
Termino este artigo, vivenciado
num ambiente positivo e revigorante em que recordei uma frase que alguém
escreveu: “O Céu é para aqueles que sabem ser felizes na Terra”.
Maria Helena Paes |
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