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domingo, 22 de julho de 2018

Não tenho tempo!

É a resposta ou exclamação que ouvimos com mais frequência nos nossos dias, vinda de jovens ou de adultos…Não tenho tempo…desculpa, mas não dá…

Face a esta constante e inevitável atitude, regra geral, segue-se um rol infindável de situações, afazeres ou eventuais obstáculos elegidos como culpáveis e responsabilizáveis da escassez de tempo para tudo e para todos.

Mas será que temos cada vez menos tempo ou que as nossas prioridades não estão bem definidas, confundimos o importante com o urgente, o que devo com o que quero fazer, o que posso com o que me é impossível realizar, numa acentuada mania ou veleidade de querer ser o máximo, estar sempre operacional e dar resposta a todas as solicitações?

Organizar bem os dias da nossa semana, as horas dos nossos dias, o repouso indispensável das nossas noites e conciliar trabalho, família e laser é um desafio que nos pode levar algum tempo a elaborar, mas que se reverte em tempo complementar para poder disfrutar de tantas coisas boas que a vida ainda tem para nos regalar.

Sem stress, sem sufoco, avaliar clara e lucidamente o que vale a pena, o que importa conseguir e urge não descurar, para que a plenitude das nossas actividades possa ser alcançada no tempo em que o fluir das nossas vidas triunfe na magnitude das obras concluídas e dos sonhos realizados, serenamente com a lucidez e a fruição que os momentos exigiram.

Há uma coisa muito valiosa e creio que talvez, démodé, em alguns círculos mais comuns, que se ousa chamar “A ORDEM”, porque ter ou não ter tempo é uma questão de preferência. É importante querer o que devemos querer, o que vale a pena querer, na medida exacta e no momento certo.

A Ordem é uma virtude interior que deve ser cultivada, fomentada e adquirida, não é um fim em si, mas sim um meio, um caminho para se poder concretizar com qualidade e segurança os nossos objectivos, simplificando ao mesmo tempo a nossa vida.

A Ordem também reflecte a estrutura mental da pessoa, o seu equilíbrio, as suas disposições, decisões e atitudes, pois implica saber colocar as hierarquias, as prioridades, as opções e as decisões.

Com ordem, amigo leitor/a, reorganize o seu dia, a sua vida e acredite que é a melhor defesa que podemos ter para que o tempo nos chegue para tudo e, quiçá, ainda sobre para alguns devaneios ou premências psíquicas de dizer SIM a um tempo de lazer, de ócio, de ausência da necessidade de não ter nada para fazer…

Aprender a não perder tempo para que ele não nos desgaste, não nos destrua, saber restaurar a harmonia, saborear a vida, porque o tempo é breve e acaba sempre antes do tempo…

Desfrute, descanse, ordene-se e tenha umas excelentes e repousadas férias, neste tempo que todos temos e em que nos é dado viver.

Maria Susana Mexia




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