O leitor ao ler este título
poderá ficar logo cansado! Mas, na realidade o descanso existe porque antes se
trabalhou. No livro do Géneses ao descrever a Criação do Mundo, na sua
linguagem metafórica relata -se que, depois de tudo criado, Deus descansou.
Assim, o Homem depois de trabalhar deve gozar do descanso que lhe é devido.
O trabalho, como sabemos não é
nenhum castigo, muito pelo contrário, este deve ser visto como um Dom de Deus,
em que o Homem é chamado a colaborar na Sua Obra, colaboração essa que é feita
de diversas formas, sendo a procriação o
modo mais sublime de o fazer, pois neste caso é o surgir de novas criaturas
para darem glória a Deus, podendo se assim o quiserem louvar a Santíssima
Trindade por toda a eternidade! Por isso, a instituição familiar adquire um
papel decisivo para a existência uma sociedade sadia. Poderemos sempre ver a
comunhão familiar como uma imagem muito ténue do que será a Santíssima
Trindade. Contudo, o trabalho cansa devido ao pecado original cometido pelos
nossos primeiros pais e, por isso, muitas vezes perdemos esta dimensão
maravilhosa do trabalho, isto é, Deus que pode fazer tudo sozinho quis honrar o
Homem, tornando-o Seu colaborador. Imagine o leitor ser convidado a colaborar
permanentemente com o Romano Pontífice, como se sentiria? Honrado, feliz e,
embora por vezes se pudesse cansar, não trocaria o seu lugar com ninguém!
Assim, com Deus deveria ser, pelo menos igual, mas sabemos que não o é, (temos
pouca fé, somos frágeis e Deus sabe-o e, por isso perdoa se nos arrependermos e
Lhe formos pedir perdão através do Sacramento da Penitência) e em boa verdade
estamos sempre à espera do descanso!
Como já referi, esse descanso é lícito
e obrigatório pois deve ser visto, como um retemperar de forças para regressar
ao trabalho, a colaborar na criação do mundo. Assim, ele não pode ser feito de
qualquer forma, isto é, quer os fins-de-semana, quer as férias são uma ocasião
de realizarmos tarefas que não são possíveis durante o tempo de trabalho. Mas,
para que possamos tirar o maior proveito, é bom programar e não ir ao sabor dos
apetites…. Nestas épocas podemos ler bons livros (podemos consultar o site www.delibris.org
para a escolha desses mesmos livros) que habitualmente não temos tempo, visitar
amigos doentes, passear com os filhos/netos procurando ter conversas mais
profundas, sobretudo escutá-los com mais calma, e ainda levá-los a visitar museus,
ver exposições, ouvir boa música. Também é um óptimo momento para pedir aos
filhos que colaborem mais nos trabalhos domésticos, pois ajuda-os a ser
protagonistas do seu próprio lar, etc… Mas, para lograrmos umas ferias assim
bem cheiinhas, necessitamos de programá-las. Não temos de seguir à risca, como
se fosse um horário de trabalho, mas se não as planeamos, podemos chegar ao fim
das férias ou do fim-de-semana, mais cansados e, sobretudo, mais desapontados,
que no início desse mesmo descanso.
Com estas considerações só me resta desejar
umas excelentes férias!!!!
Maria Guimarães