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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

VIH/Sida: Papa pede tratamentos acessíveis para populações mais pobres

Francisco recomenda «comportamentos responsáveis» para evitar difusão da doença

Cidade do Vaticano, 30 nov 2016 (Ecclesia) - O Papa Francisco recordou no Vaticano a celebração do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que se assinala anualmente a 1 de dezembro, por iniciativa das Nações Unidas, recordando as populações mais pobres atingidas pela doença.

“Milhões de pessoas convivem com esta doença e só 50% tem acesso a terapias que salvam vidas. Convido-vos a rezar por elas e pelos seus entes queridos e a promover a solidariedade para que também os mais pobres possam beneficiar de diagnóstico e tratamentos adequados”, disse, no final da audiência pública semanal que decorreu esta quarta-feira, na sala Paulo VI.

Francisco deixou ainda um apelo para que “todos adotem comportamentos responsáveis para prevenir ainda mais a difusão desta doença”.

A ONU espera atingir uma eliminação da epidemia em 2030, tendo ainda três objetivos até 2020: que 90% das pessoas que vivem com VIH sejam diagnosticadas; atingir 90% dos diagnosticados em tratamento; que 90% dos que estão em tratamento atinjam carga viral indetetável.

O Papa falou ainda da Conferência internacional sobre a proteção do património em zonas de conflito, que se realizará nos dias 2 e 3 de dezembro em Abu Dhabi.

“Trata-se de um tema que, infelizmente, é atual. Na convicção de que a tutela das riquezas culturais constitui uma dimensão essencial da defesa do ser humano, faço votos de que este evento marque um nova etapa no processo de aplicação dos Direitos Humanos”, referiu Francisco.

A iniciativa é promovida pelos governos de França e Emirados Árabes Unidos, com a colaboração da UNESCO.

OC

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Cinema: Papa recebeu Martin Scorsese após apresentação de filme sobre jesuítas no Japão

Foto: Lusa
«Silêncio» foi apresentado pela primeira vez em Roma

Cidade do Vaticano, 30 nov 2016 (Ecclesia) - O Papa Francisco recebeu hoje em audiência privada o realizador Martin Scorsese, que apresenta o seu novo filme, ‘Silêncio’, centrado na história de jesuítas portugueses no Japão do século XVII.

A sala de imprensa do Vaticano refere que o encontro contou ainda com a presença da mulher de Scorsese e as suas duas filhas, bem como do produtor do filme, acompanhados por monsenhor Dario Edoardo Viganò, prefeito da Secretaria para a Comunicação (Santa Sé).

A audiência durou cerca de 15 minutos, tendo o Papa referido os presentes que leu o livro ‘Silêncio’, do autor japonês Shusaku Endo, que inspira o filme, falando ainda da "semente" que os jesuítas deixaram no Japão e dos mártires cristãos neste país.

Scorsese ofereceu ao Papa dois quadros ligados ao tema dos "cristãos escondidos", um dos quais representando Nossa Senhora.

O filme 'Silêncio' foi apresentado esta terça-feira, pela primeira vez. no Instituto Pontifício Oriental, em Roma, organismo ligado à Companhia de Jesus.

"O 'Silêncio', filme de Martin Scorsese que conta a história dos jesuítas portugueses no Japão, será hoje apresentado à Companhia de Jesus, em Roma. O realizador estará presente nesta sessão para mostrar, em primeira mão a um grupo de 400 jesuítas, aquele que se espera ser um dos filmes mais importantes da sua carreira", refere uma nota divulgada pelos Jesuítas em Portugal, através da sua página na rede social Facebook.

O filme baseia-se no livro de Shusaku Endo, evocando a perseguição de milhares de cristãos no território nipónico, com interpretações de Liam Neeson, Adam Driver, e Andrew Garfield.

Scorsese centra o seu trabalho no percurso de duas personagens, identificadas como jesuítas portugueses, Sebastião Rodrigues e Francisco Garupe, que partem à procura de outro sacerdote da Companhia de Jesus, Cristóvão Ferreira (1580-1650), este uma figura histórica, que teria renunciado à fé cristã após ser torturado.

A apostasia concretizava-se pisando a imagem do próprio Cristo, representado num ‘fumie’ - um retrato em bronze enquadrado numa pequena moldura de madeira.

O realizador consultou a equipa dos Arquivos Jesuítas Romanos (Archivum Romanum Societatis Iesu – ARSI) e outros especialistas jesuítas, para preparar o argumento.

O Japão foi evangelizado pelo jesuíta São Francisco Xavier, entre 1549 e 1552, a pedido da Coroa Portuguesa, mas poucas décadas depois comunidade católica vivia uma dura perseguição: os primeiros mártires, encabeçados por São Paulo Miki (crucificados em Nagasáqui em 1597), entre os quais o português São Gonçalo Garcia, foram canonizados em 1862 por Pio IX.

Outros 205 católicos foram beatificados em 1867, entre eles João Baptista Machado, Ambrósio Fernandes, Francisco Pacheco, Diogo de Carvalho e Miguel de Carvalho (todos da Companhia de Jesus), Vicente de Carvalho (religioso agostinho), e Domingos Jorge (leigo, cuja esposa japonesa e filho também foram martirizados).

O Papa Francisco tem repetido elogios às comunidades nipónicas, que receberam e conservaram a sua fé “mesmo no meio de séculos de perseguição”, falando num país de “cristãos escondidos”.

Os católicos que sobreviveram à perseguição tiveram de ocultar-se durante 250 anos, até a chegada de missionários europeus no século XIX.

OC

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Vaticano: Papa encerrou ciclo de catequeses sobre obras de misericórdia

Foto: Lusa
Francisco pede continuidade deste «estilo» de ser cristão após o Jubileu

Cidade do Vaticano, 30 nov 2016 (Ecclesia) - O Papa Francisco encerrou hoje no Vaticano o ciclo de catequeses que pronunciou sobre as 14 obras de misericórdia, corporais e espirituais, que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis, pedindo continuidade deste “estilo” de ser cristão.

“As catequeses acabam aqui. Fizemos o percurso das 14 obras de misericórdia, mas a misericórdia continua e devemos exercitá-la nesses 14 modos”, declarou, perante cerca de 7 mil peregrinos reunidos na sala de audiências Paulo VI.

A intervenção centrou-se nas obras de misericórdia que convidam a “rezar pelos vivos e pelos mortos” e a sepultar os defuntos.

Francisco elogiou, neste contexto, todos os que arriscam a vida para enterrar quem morre nas zonas de guerra, “com bombardeamentos que semeiam medo e vítimas inocentes, dia e noite”.

“Esta obra é tristemente atual”, acrescentou.

O Papa sublinhou que, para os cristãos, a sepultura é um “ato de piedade”, de “fé e esperança na ressurreição dos mortos”.

A intervenção abordou depois os “muitos modos” de rezar pelo próximo, como as mães e os pais que abençoam os filhos antes de sair de casa, a oração pelas pessoas doentes ou a “intercessão silenciosa”, às vezes com lágrimas.

Francisco contou um episódio ocorrido no dia anterior, de um jovem empresário que participou na Missa matinal na capela da Casa Santa Marta.

Após a celebração, chorando, o empresário disse ao Papa que deveria fechar a fábrica devido à crise, mas caso isso acontecesse, 50 famílias ficariam sem trabalho.

“Eis um bom cristão”, disse o pontífice, elogiando a decisão de não declarar falência e ficar com o dinheiro.

Concluindo as catequeses sobre a misericórdia, Francisco pediu um esforço a rezar uns aos outros para que as obras de misericórdia corporais e espirituais se tornem cada vez mais o “estilo” da vida da Igreja.

Após a catequese semanal, o Papa saudou os membros da Federação dos Institutos de Atividades Educativas, na Itália.

“Convido-vos a continuar no caminho de apoio às escolas católicas, para que seja sempre salvaguardada a liberdade de escolha educativa dos pais para os seus filhos”, apelou.

OC

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Igreja: Jornal do Vaticano evoca 100.º aniversário do assassinato de Charles de Foucauld

Religioso francês morreu na Argélia e foi beatificado em 2005

Cidade do Vaticano, 30 nov 2016 (Ecclesia) - O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, recordar na sua edição desta quarta-feira o 10.º aniversário do assassinato do Beato Charles de Foucauld, morto aos 58 anos por um grupo armado no Saara argelino.

“O religioso passará aos olhos da história como um dos mais importantes da sua geração, atravessando dois séculos”, pode ler-se no texto central das duas páginas dedicadas a Charles de Foucauld.

O jornal recorda que a primeira biografia sobre o religioso francês foi escrita em 1923, por René Bazin, que “consagrou a sua posteridade espiritual” de “personalidade fora do comum”, com uma obra “prolífica”.

Charles de Foucauld foi beatificado a 13 de novembro de 2005, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo cardeal português D. José Saraiva Martins, então prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), no pontificado de Bento XVI.

Nascido em Estrasburgo (França), a 15 de setembro de 1858, o religioso empreendeu em 1883 uma afortunada expedição no deserto de Marrocos que lhe valeu a medalha de ouro da Sociedade de Geografia; converteu-se em 1886 e foi ordenado sacerdote em 1901 em Viviers, tendo decidido partir para Beni-Abbès, no deserto argelino, perto da fronteira com Marrocos.

Acompanhou militares pelas montanhas do Hoggar, junto dos Tuaregues, um povo nómada e hostil aos franceses; em 1909 regressa a Tamanrasset onde fica até à sua morte, apesar da instabilidade provocada pela I Guerra Mundial.

Foi sequestrado por um grupo de rebeldes e assassinado (1 de dezembro de 1916) por um grupo de tuaregues senussi.

Em Portugal, a Comissão de Arte Sacra da Diocese de Setúbal (CDASS) vai inaugurar a exposição ‘Nazareth. Pinturas de L. Sadino no centenário da morte de Charles de Foucauld’, pelas 17h30, a 1 de dezembro, na Biblioteca Pública Municipal sadina.

A mostra pretende “dar a conhecer a vida, a figura e a espiritualidade” do beato francês.

Organizado pelo CDASS e a Comunidade de Setúbal da Fraternidade dos Irmãos de Jesus, os 30 trabalhos podem ser visitados gratuitamente até 4 de janeiro de 2017, de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 19h00, e aos sábados, das 14h00 às 19h00.

No âmbito do encerramento da exposição vai ser exibido o filme ‘Des hommes et des Dieux’ (Dos homens e dos deuses, 2010) a partir das 18h00, na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, e vai comentado pelo jornalista Mário Augusto.

Charles de Foucauld ficou conhecido como o “irmão universal” pela sua vivência como monge eremita, no deserto do Saara, em respeito pelas outras religiões.
A sua vida deu origem a dez congregações religiosas, entre as quais as fraternidades dos Irmãozinhos e Irmãzinhas de Jesus, criadas depois da sua morte.

CB/OC

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Boletim de Espiritualidade Nº28 - Dezembro de 2016



Brasil: Papa Francisco lamenta «tragédia» com comitiva da Chapecoense


Acidente aéreo na Colômbia fez 71 mortos

Cidade do Vaticano, 30 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje no Vaticano a tragédia aérea que esta terça-feira vitimou mais de 70 pessoas, na queda de um avião na Colômbia, no qual seguia a equipa brasileira da Chapecoense.

"Também eu quero lembrar hoje a dor do povo brasileiro pela tragédia da equipa de futebol [a Chapecoense] e rezar pelos jogadores falecidos, pelas suas famílias", disse, no final da audiência pública semanal.

Francisco realçou que estas situações representam "tragédias duras" e pediu orações pelas vítimas, ao saudar os peregrinos de língua portuguesa, um dos quais levantou uma camisola da Associação Chapecoense de Futebol.

"Na Itália, sabemos bem o que isso significa, pois lembramos o acidente aéreo de Superga, em 1949", acrescentou o Papa, recordando o acidente que vitimou a equipa do Torino.

Já esta terça-feira, Francisco tinha enviado uma mensagem ao bispo da diocese colombiana de Sonsón Rionegro, D. Fidel Marín, em cujo território se deu o acidente que matou profissionais de futebol, elementos da tripulação e jornalistas.

"O Santo Padre, profundamente entristecido ao saber da dolorosa notícia do grave acidente aéreo que provocou numerosas vítimas, eleva orações para o eterno descanso dos falecidos", refere o telegrama, divulgado pela Conferência Episcopal da Colômbia.

O documento enviado pela Secretaria de Estado do Vaticano pede ao bispo que "transmita o sentimento de pêsames de sua santidade aos familiares e a todos os que choram por tão sensível perda, junto com expressões de afeto, solidariedade e consolo a todos os afetados pelo trágico acidente".

O avião transportava a delegação do clube brasileiro, para a disputa da final da Taça Sul-Americana.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma carta ao bispo de Chapecó, D. Odelir José Magri, para manifestar o pesar da Igreja Católica pela tragédia a todas as famílias e comunidades desta diocese.

“Nestes momentos de tristeza e dor, renovamos, juntos, a nossa fé como sinal de consolação e de esperança no Senhor ressuscitado”, referem os bispos católicos.

A Regional Sul 4 (Santa Catarina) da CNBB também divulgou uma nota de solidariedade à família da Associação Chapecoense de Futebol, na qual “lamenta o que ocorreu e manifesta solidariedade, em especial para com os familiares e amigos mais próximos das vítimas”.

As autoridades colombianas informaram que o avião se despenhou quando se dirigia para o aeroporto de Medellín; o último balanço oficial aponta para 71 mortos e seis sobreviventes.

OC

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Cinema: Cristóvão Ferreira, o jesuíta português que inspirou Martin Scorsese

Filme «Silêncio» aborda dramas da missionação cristã em território nipónico, no século XVII

Lisboa, 30 nov 2016 (Ecclesia) – O jesuíta português Cristóvão Ferreira (1580-1650) está no centro no novo filme ‘Silêncio’, do realizador Martin Scorsese, relatando os dramas da perseguição religiosa contra os cristãos no Japão do século XVII.

“É grande a expectativa em torno deste filme que se baseia na adaptação do livro do japonês Shusaku Edo e que conta a história de Cristóvão Ferreira, um jesuíta português que teve uma missão importante no Japão, bem como de outros jesuítas que foram à sua procura quando chegou à Europa a notícia sobre a sua eventual apostasia”, explica uma nota dos jesuítas portugueses enviada à Agência ECCLESIA.

Scorsese encontra-se hoje com o Papa, em audiência privada, depois de ter mostrado o filme em Roma, na terça-feira, a um grupo de jesuítas, entre os quais alguns portugueses.

A Província Portuguesa da Companhia de Jesus, em parceria com os promotores do filme, vai promover uma série de iniciativas culturais sobre a presença e o papel dos jesuítas no Japão.

Cristóvão Ferreira, jesuíta português protagonizado no filme ‘Silêncio’ pelo ator Liam Neeson, ficou conhecido no Japão por Sawano Chuan; entrou na Companhia de Jesus aos 17 anos de idade e, três anos depois, em 1600, foi enviado para trabalhar nas missões do Oriente.

Estudou Teologia em Macau e foi ordenado padre em 1608, tendo partido para o Japão em maio de 1609.

Hubert Cieslik, jesuíta e especialista na história das Missões no Japão, assinou em 1974 o texto "The case of Christovão Ferreira" [O caso de Cristóvão Ferreira], que apresenta o português como uma das “figuras mais controversas” do trabalho da Companhia de Jesus no país asiático.

Num contexto de perseguição religiosa, o padre Ferreira esteve em Nagasáqui e depois em Quioto, onde vivia escondido, saindo apenas de noite para visitar os cristãos.

De regresso a Nagasáqui, em 1617, foi secretário do provincial, Mattheus de Couros, cargo que o levou a viajar frequentemente pelo Japão, tendo mais tarde assumido a administração da província nipónica, por ser ali o jesuíta mais antigo.

Cristóvão Ferreira seria preso a 18 de outubro de 1633, juntamente com outros religiosos, missionários estrangeiros e japoneses, aos quais foi aplicada a “tortura da fossa”, método exclusivamente destinado aos cristãos para que negassem a sua fé.

“Consistia em pendurar os prisioneiros de cabeça para baixo dentro de uma fossa que era depois coberta com tábuas. Os cristãos ficavam, assim, sem luz e sem água, fortemente amarrados, até abjurarem ou morrerem”, explicam os jesuítas portugueses.

Cristóvão Ferreira terá cedido “ao fim de algumas horas” e a notícia da sua apostasia “chocou” a Europa.

Apesar de não se conhecerem as circunstâncias da sua morte, sabe-se que o português passou o resto da sua vida no Japão, servindo de intérprete para as autoridades locais.

Algumas fontes relatam que Cristóvão Ferreira se terá arrependido de renegar a sua fé e que viria a morrer, na referida fossa, em novembro de 1650.

O filme de Scorsese apresenta ainda a personagem de Sebastião Rodrigues, criada pelo livro ‘Silêncio’ de Shusaku Endo e baseada na figura do jesuíta italiano Giuseppe Chiara, que chegou ao Japão para procurar o padre Ferreira, integrado num grupo de dez missionários.

Todos estes missionários terão renegado a fé sob tortura, tendo-se retratado mais tarde.

Os portugueses foram definitivamente expulsos do Japão em 1639 e o Cristianismo nipónico entrou numa vivência de clandestinidade que se prolongou até à reabertura do império ao Ocidente, na segunda metade do século XIX.

Os ocidentais encontraram então os ‘kakure kirishitan’, cristãos escondidos, em grupos dispersos e isolados que se congregavam sobretudo em áreas remotas, conservando a fé ao longo de várias gerações sem clero nem pessoal religioso.

Este é um fenómeno muito caro ao Papa Francisco, que na sua juventude sonhava ser missionário no Japão, algo que foi impossível devido aos seus problemas de saúde.

OC

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Lidl saluda la Navidad con un anuncio de sugerente final sobre la pervivencia del vínculo familiar

Logrado encaje de todos los sentimientos navideños

El reencuentro: uno de los instantes más alegres del año en muchos hogares tiene lugar en Navidad.

ReL  30 noviembre 2016

La cadena de supermercados Lidl encargó su anuncio navideño a la productora neoyorquina Antidote Films, y el resultado fue Homecoming [Vover a casa], un spot dirigido por Henry Mason que condensa en un minuto todos los sentimientos tradicionalmente asociados a ese periodo del año.

Cuenta la cena de Nochebuena de una familia en ausencia de la madre, fallecida quizá no recientemente (no hay elementos de especial dramatismo que sugieran que se trata de la primera Navidad sin ella), pero muy presente en el recuerdo de su marido.

Las tradiciones navideñas (árbol y belén), muy presentes en el reencuentro de toda la familia bajo el recuerdo de lo que fueron en tiempos en el viejo hogar, con la madre presente.
En el comercial se mezclan la alegría de la celebración y el reencuentro con la evocación y la nostalgia de pretéritas reuniones en el viejo hogar familiar.

Y con una insuperable escena final que expresa la continuidad de la familia en las nuevas generaciones:


El anuncio escoge como música todo un clásico: Have yourself a merry little Christmas, que Judy Garland interpretó en 1944 en Cita en St Louis, uno de los mejores musicales de la historia del cine. La canción expresa el deseo de una Nochebuena donde no haya nadie a quien echar de menos: "Como en los viejos tiempos, como en los felices días dorados del ayer, pronto estaremos juntos de nuevo si el cielo lo permite".


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«Silencio» de Scorsese: una cosa es la novela, otra el filme y otra la historia real de los mártires

Explicamos el caso histórico y el contexto que inspira la película sobre la persecución japonesa

El director Martin Scorsese, con Andrew Garfield vestido de jesuita antiguo, en el rodaje de la película Silencio

Pablo J. Ginés/ReL  30 noviembre 2016

En 1989, en el tren bala de Japón, el director de cine Martin Scorsese leíaSilencio”, una novela de 1966 del escritor japonés, y católico converso, Shusaku Endo. La novela trataba de unos jesuitas que llegan al Japón del siglo XVII a buscar un compañero que ha apostatado y a acompañar a los cristianos perseguidos y torturados.

El obispo episcopaliano de Nueva York, Paul Moore, era quien había hecho llegar la novela al cineasta después del gran alboroto que había causado su película La Última Tentación de Cristo. Veía una relación: la exploración de hasta qué punto es serio el martirio, cuán frágil es el hombre ante la tentación y como las respuestas sencillas, ciegas, pueden ser inadecuadas.

Claro que muchos críticos podrían decir que el Scorsese de los años 80 podría haber explorado estos temas sin necesidad de incluir una escena de cama entre Jesús y María Magdalena (soñada o alucinada desde la Cruz, y tomada de la novela homónima de Nikos Kazantzakis).

Un proyecto deseado durante 27 años
Scorsese leyó la novela de Endo sobre los jesuitas de Japón y decidió que quería llevarla al cine. Habló de ese proyecto durante décadas. Se ha demorado 27 años, pero por fin lo consiguió. Durante 8 meses congregó un equipo de 750 personas en Taiwán para el rodaje. La película le ha costado 46 millones de dólares. Pero a sus 74 años puede ser su gran obra.

Paul Elie, un premiado crítico literario que ha estudiado autores cristianos como Dorothy Day, Flannery o’Connor y Thomas Merton, ha entrevistado en profundidad a Scorsese y los actores de la película, en un largo reportaje para el New York Times.

Elie llevó a Scorsese a la antigua catedral de Nueva York donde había sido monaguillo. ¿Qué conexión veía entre “Silencio”, la película, y aquella época? “La conexión es que nunca se ha interrumpido, nunca se fue, es continuo. En mi mente estoy aquí cada día”, responde el cineasta. Se refiere a la fe, a las incertidumbres en la fe y a la necesidad de Dios


 
Los hechos reales
La novela de Shusaku Endo se basa en unos hechos reales que acontecieron en el siglo XVII. San Francisco Javier fue el primer misionero católico en llegar al país en 1549, y en apenas 60 años Japón ya contaba con unos 300.000 católicos, la mayor comunidad católica del mundo bajo gobiernos no europeos. En 1600 había unos 95 jesuitas extranjeros en el país y unos 70 hermanos jesuitas japoneses. Se sabe que 86 señores feudales se bautizaron oficialmente, y muchos más simpatizaban con el cristianismo.

Pero en 1614 empezaron las persecuciones fuertes del Estado contra los cristianos. Unos mil católicos murieron mártires de forma directa, en ejecuciones. Varios miles más murieron de enfermedad y pobreza al serles confiscados sus medios de vida.

Cronistas holandeses -hostiles al catolicismo- que estaban en Japón en esos años explican que las autoridades japonesas inventaron en esta época una tortura novedosa que antes no se aplicaba en el país: la fosa.

Estaba diseñada para lograr mucho sufrimiento con poco daño físico inmediato, alargar la vida de la víctima y lograr que renunciase al cristianismo. Las autoridades buscaban desesperadamente recusantes, es decir, apóstatas: cristianos que renunciasen públicamente a la fe y anunciasen que era absurda y dañina. Y lo que más deseaban es que algún sacerdote europeo cediese.

La fosa consistía en colgar boca abajo, por los pies, al preso, pero ceñido muy fuertemente por cuerdas, lo que impedía que la sangre bajase de golpe hacia la cabeza. Se tardaba unos 10 o 12 días en morir, pero un par de días podían bastar para que el preso, ya con las facultades mentales claramente mermadas, renunciase a la fe cristiana.

El jesuita japonés Julián Nakaúra en la fosa en 1633; él perseveró hasta el final y es mártir y beato;  a su lado estaba su superior, Cristóbal Ferreira,  que apostató a las 5 horas... Ferreira inspira "Silencio"
Cuando un clérigo apostataba, se le liberaba y se le afiliaba a un templo pagano japonés (sintoísta, budista o confuciano). Si era clérigo, se le obligaba a casarse con una mujer de la clase social más despreciada: la viuda de algún criminal ejecutado. Por supuesto, permanecía bajo vigilancia.

La persecución de cristianos de esta época era absolutamente profesional y sistemática y empleaba infiltrados, agentes secretos, policía especializada, pasquines, recompensas, delatores, sobornos... todas las herramientas de un Estado moderno y casi policial.

El caso de Cristóbal Ferreira
En 1633 pasó algo que conmocionó a los misioneros cristianos de todo el mundo. Cristóbal Ferreira, jesuita portugués, que había quedado como superior de los jesuitas en Japón tras el martirio de sus predecesores, apostató tras 5 horas de tortura en la fosa de Nagasaki.
(El caso lo explica con detalle y fuentes en un estudio de 1974 el historiador jesuita experto en Japón Hubert Cieslik, aquí, en inglés). 

Ferreira abandonaba a compañeros en la misma fosa como el jesuita beato japonés Julián Nakaúra, que de adolescente había visitado Roma y ahora tenía ya más de 60 años. "Hasta vuestro superior os abandona, ¡apostatad!", señalaban los verdugos. Pero casi todos los demás clérigos de ese grupo perseveraron.

Ferreira tenía 53 años, era jesuita desde hacía 37 y había sido un misionero clandestino durante 19 años. Había vivido dos décadas de persecución y peligros. Él era quien enviaba a Europa crónicas de los martirios de sus feligreses y compañeros. Y ahora cedía en cinco horas. Por eso los historiadores hablan de "el enigma Ferreira".

Lo casaron con la viuda de un criminal extranjero ajusticiado y durante unos años vivió en gran pobreza. Usaba nombre japonés y ropas japonesas y se le asignó un templo budista. Después, las autoridades empezaron a contratarlo como traductor de español, portugués, latín... y para juicios e interrogatorios de misioneros capturados. Más tarde tradujo obras de matemáticas y astronomía.

A Ferreira incluso se le atribuye un libro anticristiano en japonés de 1936 titulado "La superchería desvelada", de propaganda budista-confuciana, que busca refutar las enseñanzas cristianas. Pero sólo hay una copia, manuscrita, y es extraño que las autoridades no lo imprimiesen y divulgasen. Muchos historiadores dudan de su autoría, aunque quizá participó parcialmente.

Al principio, algunos comerciantes portugueses lograron llegar a casa de Ferreira y hablar con él. Ellos explicaban después a los jesuitas que él vivía muy avergonzado, que no tenía relación con su esposa más que dejar que le hiciera la comida. Los comerciantes le animaban a volver a la Iglesia clandestina, lo que implicaría pronto morir mártir. Él escuchaba y no respondía. Luego los contactos fueron escasos.

Rescatar al apóstata Ferreira
Por todo el mundo, novicios jesuitas se ofrecían para morir mártires donde la Compañía decidiese y expiar la apostasía de Ferreira.


Además, al menos tres expediciones de jesuitas llegaron a Japón con el objetivo de devolverlo a la Iglesia. El primero, Marcello Mastrilli, llegó en 1637, lo detectaron, le torturaron 3 días en la fosa y luego lo decapitaron. El segundo grupo, con Pedro Kibe a la cabeza, llegó en 1639: atrapado el líder, murió mártir en la fosa. El tercer grupo, el de Antonio Rubino, fue atrapado en 1642. A su juicio acudió el mismo Ferreira como traductor y al parecer, tras 9 años como apóstata, animó a los jesuitas a ceder también ellos y salvar su vida, cosa que hicieron.

Los historiadores no pueden establecer hasta qué punto Ferreira mantenía algo de fe cristiana en su interior, contradictoria, vergonzosa, quizá acomodaticia... o hasta qué punto asumió con los años la mera sumisión al sistema político imperante.

Los novelistas, como Shusaku Endo, o cineastas como Martin Scorsese, han de decidir basados en su creatividad.

Estela en la tumba del apóstata Ferreira, con su nombre budista, Chuan Joko Sensei, enterrado en 1650, en el templo budista de Zuirinji, Tokio. Pero eso no es prueba definitiva de que hubiera abandonado sinceramente la fe cristiana.
¿Sería justo presentar al apóstata Ferreira como un creyente "razonable" y a los jesuitas mártires -los que acudíana  intentar salvar su alma arriesgando sus propias vidas- como fanáticos?

Los feligreses como rehenes
En la novela de Shusaku Endo y en la película de Scorsese se ofrece una "alternativa del diablo": los japoneses torturan cruelmente a los feligreses de a pie, y dicen a sus prisioneros jesuitas que si ellos, como clérigos, apostatan, dejarán de torturar a sus feligreses. Sobre este dilema pivota la novela y la película. ¿Salva su alma un pastor que renuncia a Cristo por salvar la vida -quizá también el alma- de las ovejas que Cristo le encomendó? Y aunque no salve su alma el jesuita, ¿no vale la pena perder el alma propia si así salvas la de las ovejas?

No está claro que este caso de "alternativa del diablo" se plantease históricamente así, aunque en el juicio a Rubino y sus compañeros -en el que estuvo Ferreira- las autoridades les insistían en que los cristianos japoneses, gente pobre, de a pie, sufrían torturas por culpa del fanatismo o las ideas que ellos, extranjeros, les habían implantado.

Evidentemente, la realidad es que sufrían torturas porque las autoridades ordenaban torturarles. ¿No es dar la razón a los verdugos decir que la culpa es de las víctimas por empeñarse en ser libres y servir a lo que creen que es el bien? Debería quedar claro quién es la víctima y quién el verdugo injusto y tiránico, cuya argumentación real se basa en la violencia.


 
En la vida real, al menos mil cristianos japoneses murieron mártires en las torturas, firmes, sin apostatar. El apóstata Ferreira en la novela dice: "Adoran al dios del Sol, no al hijo de Dios. Esos mártires en la fosa no murieron por Cristo, murieron por vosotros, los jesuitas". Pero, claro, esa es la propaganda de los torturadores.

Habría que preguntar a los verdaderos mártires qué les lleva a dejarse matar pudiendo salvar la vida.


 
La conexión con "La Última Tentación"
Según escribe Paul Elie en su artículo del New York Times, "como en la novela, la película pone en cuestión la idea misma del martirio cristiano, al proponer que hay casos en que el martirio -que el creyente se agarre a Cristo hasta el terrible final- no es santo, ni siquiera correcto".

Paul Elie cree que Scorsese está intentando decir lo mismo que cuando estalló la polémica sobre La Última Tentación de Cristo. Él se creía con derecho a hacer algo "blasfemo" (una escena de sexo de Cristo y María Magdalena) porque tenía una buena intención: mostrar el lado humano de Cristo, mostrar fe y amor por esta dimensión de Cristo. Un acto "malo" para lograr un fin "bueno". Pero la tradición cristiana dice que el fin no justifica los medios.

Pero luego, más allá de la moral, entra la mística. El jesuita que en la novela acude a rescatar al compañero apóstata, estando en la cárcel ya preso y escuchando cómo torturan a los feligreses, oye una voz que siente que es la de Jesucristo. Las autoridades piden a los cristianos apostatar pisando el "fumie", una imagen de metal de Cristo y la Virgen. La voz mística dice al jesuita: "¡Pisa! Porque para ser pisoteado por los hombres nací en este mundo".

Al final, en la novela, el jesuita pisará el "fumie", y lo hará por salvar a sus feligreses: sentirá que él se pierde, pero salva a otros. Eso se presenta como algo sacrificial, cristiano.

La espiritualidad de la novela
El escritor Juan Manuel de Prada, en un artículo para la Revista Magníficat, comenta la compleja novela de Shusaku Endo desde su enfoque espiritual. El jesuita Rodrigues decide pisar el fiume movido por el amor a los fieles. Antes, ha pensado sobre Kichijiro, un cristiano que le ha delatado

«Cristo, en la Última Cena, le dijo a Judas: “Sal, ve y haz lo que tengas que hacer”. Ni aun ahora que soy sacerdote he podido captar bien el sentido de esas palabras. ¿Qué sentiría Cristo al lanzar a la cara del hombre que le iba a vender por treinta piezas de plata esas palabras? ¿Las diría con ira y odio? ¿O serían más bien palabras nacidas del amor? Si eran palabras de ira, Cristo en ese momento estaba negando la salvación a este solo hombre entre todos los hombres del mundo. Judas habría recibido de lleno el ramalazo de la ira de Cristo y no se habría salvado; y el Señor habría abandonado a su suerte a un hombre caído para siempre en el pecado. Pero eso no podía ser. Cristo trató de salvar incluso a Judas. De no ser así, no tiene sentido que le hiciera uno de sus discípulos».

Añade Juan Manuel de Prada: "El padre Rodrigues acabará encontrando la respuesta a este dilema en su propia vida. Nunca sabrá del todo si cedió en su resistencia a los suplicios por compasión hacia los campesinos que estaban siendo atormentados, o si lo hizo para justificar su debilidad; pero sabrá, en cambio, con certeza plena que Cristo lo sigue amando, como sin duda amó a Judas hasta el final. El padre Rodrigues arrastrará, bajo el nombre de Okada Sanemon, una vida humillada e insulsa, una vida anónima y sin entusiasmo, en apariencia alejada de la fe".

Pero para De Prada (y para Shusaku Endo) "en medio de esa vida sin alicientes, Rodrigues podrá comprobar que Cristo no lo ha abandonado nunca: tendrá ocasión de escuchar en confesión a Kichijiro, su delator, y de perdonarle sus pecados; tendrá ocasión de rememorar muchas veces el martirio de tantos y tantos campesinos, que en su día le había parecido poco memorable; tendrá ocasión de transmitir la fe de forma clandestina a los vigilantes que se encargan de su custodia. A la postre, descubrimos con Rodrigues que «no existen fuertes y débiles, pues… ¿quién puede asegurar que los débiles hayan sufrido menos que los fuertes?»

La novela se llama Silencio porque Dios parece estar en silencio mientras matan a los mártires durante décadas. Pero el jesuita Rodrigues constata que no está en silencio: Cristo habla también a través de su vida

Esta es la dimensión de fe esperanzada de la novela que no está claro si Scorsese va a reflejar en la película.


Cuando a la fe no se le deja ser católica
Otro tema de la película es el de la inculturación. Como hemos dicho, los misioneros, en apenas 60 años y sin tener poder político real, lograron una comunidad cristiana japonesa de 300.000 personas. Pero tanto el novelista Endo como el cineasta Scorsese creen que no lograban inculturar la fe. Scorsese, en la película, parece decir, según Paul Elie, que la opción de Ferreira, una fe interna, disimulada, camuflada, que pacta con el poder, es una forma de inculturación, eficaz y aceptable. 

Pero la realidad es que cuando Japón se cerró al mundo y murió el último sacerdote clandestino, los Kakure Kirishitan -cristianos escondidos- intentaron mantener la fe sin sacerdotes, escondidos y aislados, durante 240 años. Cuando en 1873 llegó la libertad religiosa, se vio que quedaban unos 30.000 en todo el país.

Pero había grupos que ya habían perdido conciencia de la humanidad o divinidad de Cristo, de la Trinidad, del papel de los sacramentos. Algunos practicaban un culto a los antepasados donde Cristo o la Virgen eran, simplemente, unos antepasados más. Con la libertad religiosa la mayoría se reintegró en la Iglesia Católica, pero algunos perseveraron como una religión distinta, para extinguirse en un siglo. La fe católica necesita ser católica, universal, abierta y pública. Si no, tiende a diluirse en el poder, o se concentra, aislada, en grupos sectarios.

Queda la valoración de "Silencio", la película de Scorsese, como una inculturación en sí misma: un católico más bien heterodoxo, italo-americano, que adapta la novela de un católico japonés, sobre jesuitas portugueses, aplicada al arte norteamericano por excelencia, el cine.

Scorsese, el 31 de noviembre, le habla de su película al Papa Francisco, que es jesuita y ha leído la novela
 


Tráiler de "Silencio", la película de Martin Scorsese

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Festival de Natal . 1 a 23 Dez . Teatro Nacional de São Carlos . CCB . Estúdios Victor Córdon


 
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Ilustração © Zebedee Helm
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Entre 1 e 23 de dezembro, o Teatro Nacional de São Carlos apresenta um Festival de Natal que decorre em três espaços e que inclui 13 concertos para toda a família e atividades para os mais jovens, a maioria de entrada gratuita.

Centrado em três eixos principais — Concertos Corais, Concertos e Oficinas para Crianças e Jovens e Concertos Sinfónicos para Famílias — o Festival de Natal organizado pelo Teatro Nacional de São Carlos decorre entre 1 e 23 de dezembro de 2016, em três locais: [TNSC] Teatro Nacional de São Carlos (Sala Principal, Foyer, cenografia), [CCB] Centro Cultural de Belém (Grande Auditório) e [EVC] Estúdios Victor Córdon — Centro Educativo.

Com a conceção deste Festival de Natal, o Diretor Artístico do Teatro Nacional de São Carlos, Patrick Dickie, pretende “que o nosso trabalho possa chegar a mais crianças e famílias, tornando o seu Natal mais especial e pleno de música”.

 

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FESTIVAL DE NATAL
CONCERTO FAMÍLIAS
Teatro Nacional São Carlos
3 de dezembro, 16h

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Serguei Prokofiev
Pedro e o Lobo, op. 67

Benjamin Britten
The Young Person’s Guide to the Orchestra, op. 34


 

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“Uma receção pouco auspiciosa, com pouco público e que não atraiu quase nenhuma atenção…”, eis o que Sergei Prokofiev escreveu no seu diário no dia a seguir à primeira audição em 2 de maio de 1936 de Pedro e o Lobo, op.67, obra que lhe fora encomendada por Natalya Sats e pelo Teatro Central para Crianças de Moscovo e cujo propósito era o de cultivar o gosto musical das crianças logo …no primeiro ano escolar.

Entusiasmado com a encomenda, Prokofiev completou a partitura em apenas 2 semanas, dela resultando uma obra musical muito divertida, construída como uma introdução da criança à orquestra, e onde cada personagem da história é representada por um instrumento diferente ou por um grupo de instrumentos.

Outra obra com objetivos pedagógicos é The Young Person’s Guide to the Orchestra, op. 34 escrita por Benjamin Britten a pedido do Ministério da Educação para ilustrar a curta-metragem educacional Instruments of the Orchestra, e cuja versão sinfónica foi estreada mais tarde em Liverpool, em outubro de 1946. A obra é sub-titulada Variations and Fugue on a theme by Purcell, uma vez que Britten se inspirou no majestoso rondeau de Abdelazer, obra dramática deste compositor dos finais do século XVII, como tema para um conjunto de variações onde os temas são por toda a orquestra e posteriormente reexpostos pelos diferentes naipes da orquestra. Ao fazer isto, Britten evidencia os diferentes timbres dos diferentes naipes da orquestra.

Narração
Pedro Wallenstein

Direção Musical
Natalie Murray Beale

Orquestra Sinfónica Portuguesa
Maestrina titular Joana Carneiro

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Ilustração © André Godinho

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A MINHA MÃE GANSO
CONCERTO NARRADO
Centro Cultural de Belém
16 de dezembro, 18h

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Maurice Ravel
Suite Ma mère l’oye

O espetáculo A Minha Mão Ganso nasce da vontade de oferecer uma viagem pela música de Ravel, embrulhada nestas pequenas histórias e em imagens projetadas que nos transportam para este universo. Para compor a obra Ma mère l’Oye, Maurice Ravel inspirou-se no livro de contos de Charles Perrault com o mesmo nome.


Coordenação artística de Projeto
Madalena Wallenstein, Katharine Rawdon

Vídeo
André Godinho

Assistente de Vídeo
Bárbara Falcão Fernandes

Criação de Guião
Madalena Wallenstein

Narração
Natália Luiza

Figurino
Marta Carreiras

Direção Musical
Pedro Neves

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

Maestrina titular Joana Carneiro

PRODUÇÃO CCB/FÁBRICA DAS ARTES

COAPRESENTAÇÃO
Teatro Nacional de São Carlos/Estúdios Victor Córdon

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Fotografia © David Rodrigues

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NATAL
CONCERTO CORAL—SINFÓNICO
Centro Cultural de Belém
18 de dezembro, 17h

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Maurice Ravel
Suite Ma mère l’oye

Robert Shaw
The Many Moods of Christmas Suite n.º 1

Piotr Ilitch Tchaikovski
Concerto para piano e orquestra n.º 1 em Si bemol menor, op. 23


Originalmente concebida por Maurice Ravel como uma peça para piano para quatro mãos escrita para duas crianças de uma família amiga, a Suite Ma mère l’oye foi publicada em 1910. Inspirada em contos de fadas e do imaginário infantil de variados autores, entres ele Charles Perrault e Condessa D’Aulnoy, a suite constituída por cinco peças, foi orquestrada por Ravel um ano mais tarde na forma tal como é hoje ouvida.

The Many Moods of Christmas, Suite n.º 1, pertence a uma coletânea de 4 suites de canções de Natal compiladas no início dos anos Sessenta pelo maestro de coro norte-americano Robert Shaw e pelo conhecido compositor e orquestrador da Broadway Robert Russell Bennett. A suite que ouviremos neste concerto é composta por temas tradicionais e canções natalícias escritas por John Francis Wade e Franz Grüber.

O Concerto para Piano Nº 1 em Si bemol maior, op. 23 de Piotr Ilitch Tchaikovsky é uma das obras mais conhecidas deste compositor e certamente uma das mais populares entre todos os concertos de piano. Escrito entre 1874 e inícios de 1875, com uma orquestração viva e colorida muito ao sabor russo, o concerto com três andamentos foi sujeito a várias revisões antes de ser estreado em Boston, em Outubro de 1875, interpretado, curiosamente, pelo pianista Hans von Bülow.


Piano
Simon Trpceski

Direção Musical
Pedro Neves

CORO DO TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS

Maestro titular Giovanni Andreoli

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

Maestrina Titular Joana Carneiro

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