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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O papa sobre o naufrágio em Lampedusa: Me vem à mente a palavra vergonha. É uma vergonha!

Santo Padre pede orações pelas vítimas da nova tragédia envolvendo refugiados no sul da Itália. Há pelo menos 300 entre mortos e desaparecidos.


Roma, 03 de Outubro de 2013


“Ao falar de paz, da crise económica mundial, da falta de respeito do homem, não posso deixar de citar o trágico naufrágio de hoje na ilha de Lampedusa. Me vem à mente a palavra vergonha. É uma vergonha!”.

“Rezemos juntos a Deus por quem perdeu a vida, pelos seus familiares, por todos os refugiados, para que não se repitam mais tragédias como esta. Só uma decidida colaboração de todos pode evitá-las”, disse hoje o papa Francisco na audiência de encerramento do encontro promovido pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, no 50º aniversário da encíclica Pacem in Terris, organizado em Roma de 2 a 4 de Outubro.

O papa falou do naufrágio acontecido na madrugada de hoje, quando uma barcaça com cerca de 500 imigrantes naufragou diante da costa da ilha italiana de Lampedusa, situada a meio caminho entre a África e a Sicília.

Entre os cadáveres, o de uma mulher grávida e os de várias crianças. Os desaparecidos são cerca de 250. O naufrágio de mais uma das chamadas “carretas do mar” foi causado por um incêndio na parte posterior da embarcação. Há suspeitas de que o incêndio tenha sido doloso.

Dois dias atrás, outra tragédia foi registada durante um desembarque na praia de Ragusa, também na Itália, com 14 imigrantes morrendo afogados. De acordo com a Fortess Europe, desde 1994 até hoje morreram pelo menos 6.200 imigrantes ilegais no canal da Sicília. As pessoas desaparecidas são 4.790. O ano mais trágico foi 2011, com pelo menos 1.800 pessoas afogadas.

O papa Francisco realizou a sua primeira viagem apostólica dentro da Itália precisamente para a ilha de Lampedusa, onde celebrou uma missa, lançou uma coroa de flores ao mar e rezou pelos milhares de migrantes mortos nas travessias em busca de um futuro mais próspero.


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