Santo Padre pede orações pelas vítimas da nova tragédia envolvendo refugiados no sul da Itália. Há pelo menos 300 entre mortos e desaparecidos.
Roma, 03 de Outubro de 2013
“Ao falar de paz, da crise económica mundial, da falta de
respeito do homem, não posso deixar de citar o trágico naufrágio de hoje
na ilha de Lampedusa. Me vem à mente a palavra vergonha. É uma
vergonha!”.
“Rezemos juntos a Deus por quem perdeu a vida, pelos seus
familiares, por todos os refugiados, para que não se repitam mais
tragédias como esta. Só uma decidida colaboração de todos pode
evitá-las”, disse hoje o papa Francisco na audiência de encerramento do
encontro promovido pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, no 50º
aniversário da encíclica Pacem in Terris, organizado em Roma de 2 a 4 de Outubro.
O papa falou do naufrágio acontecido na madrugada de hoje, quando uma
barcaça com cerca de 500 imigrantes naufragou diante da costa da ilha
italiana de Lampedusa, situada a meio caminho entre a África e a
Sicília.
Entre os cadáveres, o de uma mulher grávida e os de várias crianças.
Os desaparecidos são cerca de 250. O naufrágio de mais uma das chamadas
“carretas do mar” foi causado por um incêndio na parte posterior da
embarcação. Há suspeitas de que o incêndio tenha sido doloso.
Dois dias atrás, outra tragédia foi registada durante um desembarque
na praia de Ragusa, também na Itália, com 14 imigrantes morrendo
afogados. De acordo com a Fortess Europe, desde 1994 até hoje morreram
pelo menos 6.200 imigrantes ilegais no canal da Sicília. As pessoas
desaparecidas são 4.790. O ano mais trágico foi 2011, com pelo menos
1.800 pessoas afogadas.
O papa Francisco realizou a sua primeira viagem apostólica dentro da
Itália precisamente para a ilha de Lampedusa, onde celebrou uma missa,
lançou uma coroa de flores ao mar e rezou pelos milhares de migrantes
mortos nas travessias em busca de um futuro mais próspero.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário