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sábado, 5 de outubro de 2013

Assis em ebulição: Francisco visita Francisco

O Custódio do Sacro Convento, pe. Mauro Gambetti, fala da fervorosa espera pela visita do papa aos lugares que marcaram a trajectória humana e espiritual do Poverello


Assis, 04 de Outubro de 2013


A um dia da visita histórica do Santo Padre, a atmosfera na cidade de Assis estava eléctrica. O desejo de ver o papa nos lugares que marcaram a história e a caminhada de fé do seu santo padroeiro é fervoroso, tanto nos mais de 100.000 peregrinos esperados quanto nos mais de 1.000 jornalistas credenciados. ZENIT conversou com o Custódio do Sacro Convento de Assis, pe. Mauro Gambetti.

ZENIT: Pe. Mauro, pela primeira vez, um papa que escolheu o nome de Francisco visita o local de nascimento de São Francisco de Assis!
Pe. Gambetti: É um encontro histórico, porque o Santo Padre Francisco começou a trilhar imediatamente os passos de São Francisco de Assis, assumindo alguns dos valores que caracterizaram a vida do santo: "Homem de pobreza, homem de paz. O homem que ama e protege a criação". Agora o papa está agitando a Igreja, como fez, de outro modo, o filho de Pietro di Bernardone.

ZENIT: Não por acaso, na recente entrevista com o fundador do jornal La Repubblica, Eugenio Scalfari, o Santo Padre declarou que o seu ideal de Igreja é precisamente o de Francisco de Assis: uma Igreja "pobre e missionária". Um ideal, segundo ele, hoje "mais do que válido". Qual é o efeito dessas palavras na comunidade franciscana? 
Pe. Gambetti: Um efeito naturalmente positivo.Estamos entusiasmados porque é como se víssemos o carisma de Francisco ampliado e destacado. Ampliado pelo eco da figura do papa e destacado justamente porque assim todos podem observá-lo cuidadosamente e vivê-lo na prática, nas opções concretas de cada dia.

ZENIT: A visita será uma visita pastoral, embora marcada por muitos momentos em que o papa ficará a sós na intimidade espiritual com o seu patrono, não é?
Pe. Gambetti: Sim, vai ser um dia intenso para todos, especialmente para o papa, que quer estar em todos os principais locais do franciscanismo. Além da Basílica e do túmulo de São Francisco, o papa visitará o Salão da Espoliação, o local em que Francisco renunciou aos bens materiais; a Catedral de São Rufino, que é a igreja-mãe de São Francisco; a Ermida dos Cárceres, que, segundo a tradição, é um lugar privilegiado de contemplação; o Santuário de Rivotorto; a Basílica de Santa Clara e a de Santa Maria degli Angeli, que preserva no seu interior a Porciúncula, a igrejinha que São Francisco restaurou com os companheiros e que é o local da sua morte.

ZENIT: Vamos falar da pobreza, um tema em que o papa Bergoglio insiste muitas vezes. Amanhã, aliás, ele vai visitar e almoçar com os pobres da Caritas diocesana, correto?
Pe. Gambetti: É verdade. O papa quis adicionar às etapas da visita, que já são numerosas, mais dois eventos de grande significado: o Instituto Seráfico, dedicado ao tratamento e à reabilitação das pessoas com deficiências, e o Centro Caritas diocesano. São etapas que atestam a atenção do papa pelos "últimos", que já foi demonstrada em outras ocasiões.

ZENIT: Você teve o privilégio de se encontrar com o Santo Padre no dia 2 de maio. Qual foi a sua impressão do bispo de Roma?
Pe. Gambetti: Uma pessoa amável, sempre pronta para acolher e para se abrir a novas ideias. Naquela ocasião, ele aceitou a proposta de usar um tablet para fazer uma visita virtual ao túmulo de São Francisco, por meio de uma câmara fixa colocada na cripta, e enviou uma das primeiras orações: "Francisco de Assis, intercede pela paz dos nossos corações". 


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