Emilio Inzaurraga, da Acção Católica Argentina, relata seu trabalho nas "periferias existenciais"
Roma, 04 de Junho de 2013
Durante a Vigília de Pentecostes, em 18 de maio, antes do
encontro do papa Francisco com os movimentos, novas comunidades,
associações e grupos de leigos em peregrinação ao túmulo do Apóstolo
Pedro, foram dados vários depoimentos e testemunhos. Apresentamos a
seguir o de Emilio Inzaurraga, da Acção Católica Argentina-Fórum
Internacional AC.
Meu nome é Emilio, eu sou argentino, casado, pai de quatro filhos,
engenheiro e responsável pela Acção Católica Argentina. A minha vida de
fé começou em família, com mãe, pai e quatro irmãos.
Os meus pais participavam da vida da Igreja em um grupo de leigos, e,
quase como em família, eu me vi no grupo da paróquia desde criança. A
fé foi como um presente recebido, bem cuidado e alimentado em família,
na catequese, no grupo das crianças. Depois, crescendo e amadurecendo, a
fé começou a me exigir uma resposta cada vez mais íntima e pessoal.
Eu passei daquele "credo" de criança, de modo sereno, mas profundo,
para os muitos questionamentos. Até aquela pergunta de Jesus ao jovem
rico, em que ele me convidava a entregar mais. O encontro pessoal e
vital com Jesus e a adesão à vida no grupo tiveram um papel central.
Ser amigo de Jesus, me encontrar com ele num caminho comunitário de
reflexão, de oração, de formação e de evangelização, apresentar para os
outros a beleza da fé em uma Pessoa e não numa ideologia, isto foi e é
uma fonte inesgotável de força nos momentos difíceis, de gratidão nos
momentos felizes e é um apoio na normalidade da vida quotidiana.
A experiência associativa é uma experiência de comunhão e de
participação, que nos encoraja a estar juntos, a conhecer uns aos
outros, a dialogar, ouvir e compartilhar, a buscar o bem comum, a ser
protagonistas, a servir. Ela nos convida "a sair", não a nos fechar em
nós mesmos, a ficar com as pessoas, a ir até os “subúrbios existenciais”
para colocar no centro dos nossos corações e do nosso serviço os mais
pobres e necessitados.
Estas foram as minhas escolhas na vida: o casamento com Claudia, a
chegada dos filhos, a profissão, o crescente comprometimento na vida
social e eclesial foram se configurando como uma vocação leiga,
"misturada" com todos e enriquecida com o testemunho daqueles que nos
precedem na jornada.
Se a fé aumenta com o ato de crer, no encontro diário com Jesus e no
serviço aos irmãos, a graça de crescer juntos, em comunhão fraterna com
os pastores, em diálogo com o mundo, marca a minha estrada pessoal e me
leva nesta noite a agradecer ao Senhor e pedir que ele aumente a minha
fé.
in
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