Depois de fazer um Curso Alpha
Santo Isidro e a sua esposa Santa Maria intrigam-no. Sentiu algo especial no camarim do santo. Baptizou-se na Holanda com água da fonte de Madrid.
Actualizado 16 de Maio de 2013
Marúa Martínez / Alfa y Omega
O holandês Frank Stevens van Hemert, venerando Santo Isidro teve uma experiência espiritual que o encaminhou a baptizar-se com 64 anos e converter-se ao catolicismo
«Senti uma devoção especial, entrou-me uma enorme paz. Naquele momento não necessitava nada mais, como se tivesse tudo na minha vida. Entendi-o como um contacto directo com o Espírito Santo, com Deus. Creio que o nosso santo ajudou com a sua intercessão perante o Senhor», diria o novo católico.
Um santo castiço do século XII
O sabor castiço da veneração a santo Isidro, celebrado esta quarta-feira e em Madrid durante muitos dias, não é incompatível com que o Patrono dos agricultores tenha devotos por todo o mundo.
Entre eles, há casos tão chamativos como o do holandês Frank Stevens van Hemert. A sua história é um testemunho vivo da eterna novidade do Evangelho: cativado por um santo do século XII, o seu catecumenado consistiu em um dos formatos mais exitosos nascidos para a nova evangelização, os Cursos Alpha.
No Pentecostes do ano passado, Frank Stevens van Hemert baptizou-se, numa paróquia católica de Haarlem (Holanda), com água da fonte de Santo Isidro e tomou como segundo nome Isidorus.
O motivo é simples: atribui à vida e à intercessão do santo a sua conversão ao catolicismo.
Sem baptizar de criança
Os seus pais, uma baptista influída pela espiritualidade sufi e um católico não praticante, tinham decidido não baptizá-lo, e «deixaram-me livre para encontrar o meu próprio caminho da fé».
Ele sempre se considerou crente, e «nas minhas múltiplas viagens pelo mundo, e sobretudo por Espanha, pouco a pouco crescia dentro de mim a sensação de que não estava só: uma voz interior contava-me que o Senhor existe».
Frank viveu em Madrid nos anos 80 e em princípios dos 90 e, quando voltou à Holanda, não deixou de visitar a capital com frequência.
«Creio que poucos holandeses tenham viajado tanto a Madrid como eu. Parece-me um lugar privilegiado, pela sua gente acolhedora, a alegria e vitalidade das suas ruas, a sua arte, a sua história... Estive vestido, e me sinto quase madrileno».
«Como se uma mão pegasse a minha»
Durante estas frequentes visitas preparava conferências que logo pronunciava na Holanda. Enquanto se documentava, foi encontrando-se de forma cada vez mais frequente com as figuras de santo Isidro e santa María de la Cabeza.
Chamava-lhe a atenção, sobretudo, «a sua humildade e a sua forma de praticar a fé: ora et labora. Eram um casal autenticamente madrileno, e muito queridos pelos madrilenos, que ajudava os necessitados, os enfermos; e que, além disso viveram na época moçárabe, uma época muito interessante. Visitei todos os seus lugares sagrados. Sentia uma força crescente dentro de mim; uma espécie de íman que me dirigia aos santos, como se uma mão pegasse a minha».
Pude visitar duas vezes o Camarim do santo, em 2006 e em 2008. Se a primeira já foi uma experiência bonita, a segunda mudou a sua vida: «Senti uma devoção especial, entrou-me uma enorme paz recordando a vida dos dois santos. Naquele momento não necessitava nada mais, como se tivesse tudo na minha vida. Entendi-o como um contacto directo com o Espírito Santo, com Deus. Creio que o nosso santo ajudou com a sua intercessão ante o Senhor».
Curso Alpha: catecúmenos e católicos afastados
Esta intercessão acompanhou-o até ao final do seu caminho de fé. Depois dessa experiência tão forte, seguida de «outros momentos de reflexão profunda», tomou a decisão de baptizar-se. «Pus-me em contacto com uma paróquia da minha cidade natal, Haarlem».
Ali, começou a sua formação para receber os sacramentos de iniciação cristã. Nos começos de Outubro de 2011, começou um Curso Alpha, um formato de nova evangelização iniciado por uma paróquia anglicana em Londres e utilizado também na Igreja católica e ortodoxa. Nele, misturam-se catecúmenos e católicos afastados que queiram retomar a sua vida de fé.
Por fim, em 27 de Maio de 2012, solenidade de Pentecostes, recebeu o baptismo, a confirmação e a Eucaristia numa Missa da Renovação Carismática. «O mais bonito foi que a Congregação de Santo Isidro de Madrid enviou-me para a Holanda água da fonte milagrosa da ermida de Santo Isidro», e foi o banho com esta água o que o converteu em filho de Deus.
Ao conhecer a sua decisão e a origem desta, «alguns assombraram-se» de que se baptizasse aos 64 anos.
«As pessoas da Holanda, em geral, não conhecem santo Isidro nem a sua esposa. Uns respeitaram a minha decisão, e outros alegraram-se. Os protestantes não crêem muito na intercessão dos santos. Só aos católicos praticantes lhes pareceu muito bonito, eles sim crêem claramente nisto», explica.
Santo Isidro e a sua esposa Santa Maria intrigam-no. Sentiu algo especial no camarim do santo. Baptizou-se na Holanda com água da fonte de Madrid.
Actualizado 16 de Maio de 2013
Marúa Martínez / Alfa y Omega
«Senti uma devoção especial, entrou-me uma enorme paz. Naquele momento não necessitava nada mais, como se tivesse tudo na minha vida. Entendi-o como um contacto directo com o Espírito Santo, com Deus. Creio que o nosso santo ajudou com a sua intercessão perante o Senhor», diria o novo católico.
Um santo castiço do século XII
O sabor castiço da veneração a santo Isidro, celebrado esta quarta-feira e em Madrid durante muitos dias, não é incompatível com que o Patrono dos agricultores tenha devotos por todo o mundo.
Entre eles, há casos tão chamativos como o do holandês Frank Stevens van Hemert. A sua história é um testemunho vivo da eterna novidade do Evangelho: cativado por um santo do século XII, o seu catecumenado consistiu em um dos formatos mais exitosos nascidos para a nova evangelização, os Cursos Alpha.
No Pentecostes do ano passado, Frank Stevens van Hemert baptizou-se, numa paróquia católica de Haarlem (Holanda), com água da fonte de Santo Isidro e tomou como segundo nome Isidorus.
O motivo é simples: atribui à vida e à intercessão do santo a sua conversão ao catolicismo.
Sem baptizar de criança
Os seus pais, uma baptista influída pela espiritualidade sufi e um católico não praticante, tinham decidido não baptizá-lo, e «deixaram-me livre para encontrar o meu próprio caminho da fé».
Ele sempre se considerou crente, e «nas minhas múltiplas viagens pelo mundo, e sobretudo por Espanha, pouco a pouco crescia dentro de mim a sensação de que não estava só: uma voz interior contava-me que o Senhor existe».
Frank viveu em Madrid nos anos 80 e em princípios dos 90 e, quando voltou à Holanda, não deixou de visitar a capital com frequência.
«Creio que poucos holandeses tenham viajado tanto a Madrid como eu. Parece-me um lugar privilegiado, pela sua gente acolhedora, a alegria e vitalidade das suas ruas, a sua arte, a sua história... Estive vestido, e me sinto quase madrileno».
«Como se uma mão pegasse a minha»
Durante estas frequentes visitas preparava conferências que logo pronunciava na Holanda. Enquanto se documentava, foi encontrando-se de forma cada vez mais frequente com as figuras de santo Isidro e santa María de la Cabeza.
Chamava-lhe a atenção, sobretudo, «a sua humildade e a sua forma de praticar a fé: ora et labora. Eram um casal autenticamente madrileno, e muito queridos pelos madrilenos, que ajudava os necessitados, os enfermos; e que, além disso viveram na época moçárabe, uma época muito interessante. Visitei todos os seus lugares sagrados. Sentia uma força crescente dentro de mim; uma espécie de íman que me dirigia aos santos, como se uma mão pegasse a minha».
Pude visitar duas vezes o Camarim do santo, em 2006 e em 2008. Se a primeira já foi uma experiência bonita, a segunda mudou a sua vida: «Senti uma devoção especial, entrou-me uma enorme paz recordando a vida dos dois santos. Naquele momento não necessitava nada mais, como se tivesse tudo na minha vida. Entendi-o como um contacto directo com o Espírito Santo, com Deus. Creio que o nosso santo ajudou com a sua intercessão ante o Senhor».
Curso Alpha: catecúmenos e católicos afastados
Esta intercessão acompanhou-o até ao final do seu caminho de fé. Depois dessa experiência tão forte, seguida de «outros momentos de reflexão profunda», tomou a decisão de baptizar-se. «Pus-me em contacto com uma paróquia da minha cidade natal, Haarlem».
Ali, começou a sua formação para receber os sacramentos de iniciação cristã. Nos começos de Outubro de 2011, começou um Curso Alpha, um formato de nova evangelização iniciado por uma paróquia anglicana em Londres e utilizado também na Igreja católica e ortodoxa. Nele, misturam-se catecúmenos e católicos afastados que queiram retomar a sua vida de fé.
Por fim, em 27 de Maio de 2012, solenidade de Pentecostes, recebeu o baptismo, a confirmação e a Eucaristia numa Missa da Renovação Carismática. «O mais bonito foi que a Congregação de Santo Isidro de Madrid enviou-me para a Holanda água da fonte milagrosa da ermida de Santo Isidro», e foi o banho com esta água o que o converteu em filho de Deus.
Ao conhecer a sua decisão e a origem desta, «alguns assombraram-se» de que se baptizasse aos 64 anos.
«As pessoas da Holanda, em geral, não conhecem santo Isidro nem a sua esposa. Uns respeitaram a minha decisão, e outros alegraram-se. Os protestantes não crêem muito na intercessão dos santos. Só aos católicos praticantes lhes pareceu muito bonito, eles sim crêem claramente nisto», explica.
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