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sábado, 8 de junho de 2013

França: de novo, mais de um milhão de pessoas protestam contra o 'matrimnio' gay

Monsenhor Anatrella: é preferível um contrato de bens aberto do que brincar de ser papai e mamãe


Paris, 07 de Junho de 2013


A "Manif pour tous" (Manifestação em favor de todos), realizou no domingo (26), em Paris, outra demonstração massiva que reuniu mais de um milhão de pessoas. Pediram que se retire a lei do ‘matrimónio’ entre pessoas do mesmo sexo.

A lei foi aprovada pela Assembleia Nacional, e o movimento quer evitar novas iniciativas legislativas do governo socialista, como a adopção de crianças por casais homossexuais.

Monsenhor Tony Anatrella, psicanalista e especialista em psiquiatria social, consultor do Pontifício Conselho para a Família e do da Saúde, foi um dos primeiros a alertar sobre as reivindicações do ‘matrimónio’ homossexual, a adopção de menores e de outros derivados da ideologia do género.

A coordenadora do serviço francês de ZENIT, Anita Bourdin, realizou uma ampla entrevista, na qual o prelado dá algumas chaves de interpretação, como “a força espiritual que se manifestou através dos participantes que acordaram politicamente em favor do matrimónio e da família". Lembra que “as pessoas basicamente se mobilizaram e nada vai desencorajá-las até não tirarem a lei de um lobby que reduz a família ao que ela não é”.

Acrescenta na entrevista que “em milhares de jovens se despertou uma consciência política para lutar contra esta lei funesta e os Veilleurs (vigilantes) preparam no silêncio, na reflexão e na oração, o futuro que existirá graças a eles”.

Os Veilleurs não são uma organização oficial, combinam nas redes sociais como o Twitter. Reúnem-se nas praças públicas das principais cidades da França. Leem textos sobre a liberdade, a paz e a família.

Monsenhor Anatrella também indica que "o ambiente das manifestações é fundamentalmente familiar e não de extremistas, violentos, saqueadores, como dizem algumas medias. E que as manifestações têm sido exemplares”.

Lembra que no dia 26 de maio foram mais de um milhão, e que os serviços da polícia indicaram que somente eram 150 mil, o que não é sério e nem credível. “Fizeram de tudo para minimizar e desacreditar o fenómeno”, afirma.

Acrescenta que “nos últimos dias a polícia fez prisões arbitrárias, como por exemplo, de pessoas que vestiam camisetas com a sigla ‘Manif pour tous’ ou que tiravam fotos ou colocavam bandeiras na rua”. Denunciou também “manifestações tardias de extremistas que não têm nada a ver com ‘Manif pour tous’”.

Monsenhor Anatrella indica que "a confusão entre sexo e sentimentos leva a uma confusão das realidades e a um impasse. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é simplesmente ridículo e o ato não inspira nenhuma estima porque não contribui em nada na relação social”.

E se pergunta se os líderes actuais captam a realidade ou vivem num mundo de assexuais. Acrescenta que 22 mil dos 36 mil municípios se opõem e anunciaram que rejeitarão celebrar este tipo de matrimónio.

Lembra que “não houve espaço para o debate; certas objecções foram entendidas mas não tomadas em conta e menos ainda reflectidas. E foram menosprezadas pela lei, pior ainda impostas, uma confusão que dará origem a várias confusões psicológicas, sociais e jurídicas”. Nem as manifestações de sindicatos são tão maltratadas como a que realizaram estes jovens e adultos, disse.

O conselheiro do Pontifício Conselho para a Família reconhece que “só um contrato de bens aberto a todos seria o mais adequado, mais do que querer brincar de papai e mamãe sem ter as características adequadas”.

A "Manif pour tous", movimento que se define pacífico, anti-homofóbico e apolítico depositou no Conselho Económico, Social e Ambiental da França, no dia 15 de Fevereiro desse ano, as primeiras 694.428 assinaturas da petição contra o projecto de “Matrimónio para todos”. Nas suas manifestações participaram os Poissons roses; Alliance vita; Plus gay sans mariage, de Xavier Bongibault; e líderes religiosos, cristãos, judeus e muçulmanos.



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