Monsenhor Anatrella: é preferível um contrato de bens aberto do que brincar de ser papai e mamãe
Paris, 07 de Junho de 2013
A "Manif pour tous" (Manifestação em favor de todos),
realizou no domingo (26), em Paris, outra demonstração massiva que
reuniu mais de um milhão de pessoas. Pediram que se retire a lei do
‘matrimónio’ entre pessoas do mesmo sexo.
A lei foi aprovada pela Assembleia Nacional, e o movimento quer
evitar novas iniciativas legislativas do governo socialista, como a adopção de crianças por casais homossexuais.
Monsenhor Tony Anatrella, psicanalista e especialista em psiquiatria
social, consultor do Pontifício Conselho para a Família e do da Saúde,
foi um dos primeiros a alertar sobre as reivindicações do ‘matrimónio’
homossexual, a adopção de menores e de outros derivados da ideologia do género.
A coordenadora do serviço francês de ZENIT, Anita Bourdin, realizou
uma ampla entrevista, na qual o prelado dá algumas chaves de
interpretação, como “a força espiritual que se manifestou através dos
participantes que acordaram politicamente em favor do matrimónio e da
família". Lembra que “as pessoas basicamente se mobilizaram e nada vai
desencorajá-las até não tirarem a lei de um lobby que reduz a família ao
que ela não é”.
Acrescenta na entrevista que “em milhares de jovens se despertou uma
consciência política para lutar contra esta lei funesta e os Veilleurs
(vigilantes) preparam no silêncio, na reflexão e na oração, o futuro que
existirá graças a eles”.
Os Veilleurs não são uma organização oficial, combinam nas redes
sociais como o Twitter. Reúnem-se nas praças públicas das principais
cidades da França. Leem textos sobre a liberdade, a paz e a família.
Monsenhor Anatrella também indica que "o ambiente das manifestações é
fundamentalmente familiar e não de extremistas, violentos, saqueadores,
como dizem algumas medias. E que as manifestações têm sido exemplares”.
Lembra que no dia 26 de maio foram mais de um milhão, e que os
serviços da polícia indicaram que somente eram 150 mil, o que não é
sério e nem credível. “Fizeram de tudo para minimizar e desacreditar o fenómeno”, afirma.
Acrescenta que “nos últimos dias a polícia fez prisões arbitrárias,
como por exemplo, de pessoas que vestiam camisetas com a sigla ‘Manif
pour tous’ ou que tiravam fotos ou colocavam bandeiras na rua”.
Denunciou também “manifestações tardias de extremistas que não têm nada a
ver com ‘Manif pour tous’”.
Monsenhor Anatrella indica que "a confusão entre sexo e sentimentos
leva a uma confusão das realidades e a um impasse. O casamento entre
pessoas do mesmo sexo é simplesmente ridículo e o ato não inspira
nenhuma estima porque não contribui em nada na relação social”.
E se pergunta se os líderes actuais captam a realidade ou vivem num
mundo de assexuais. Acrescenta que 22 mil dos 36 mil municípios se opõem
e anunciaram que rejeitarão celebrar este tipo de matrimónio.
Lembra que “não houve espaço para o debate; certas objecções foram
entendidas mas não tomadas em conta e menos ainda reflectidas. E foram
menosprezadas pela lei, pior ainda impostas, uma confusão que dará
origem a várias confusões psicológicas, sociais e jurídicas”. Nem as
manifestações de sindicatos são tão maltratadas como a que realizaram
estes jovens e adultos, disse.
O conselheiro do Pontifício Conselho para a Família reconhece que “só
um contrato de bens aberto a todos seria o mais adequado, mais do que
querer brincar de papai e mamãe sem ter as características adequadas”.
A "Manif pour tous", movimento que se define pacífico,
anti-homofóbico e apolítico depositou no Conselho Económico, Social e
Ambiental da França, no dia 15 de Fevereiro desse ano, as primeiras
694.428 assinaturas da petição contra o projecto de “Matrimónio para
todos”. Nas suas manifestações participaram os Poissons roses; Alliance
vita; Plus gay sans mariage, de Xavier Bongibault; e líderes religiosos,
cristãos, judeus e muçulmanos.
in
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