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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Dez comparações para entender as cifras: a Igreja cresceu 17% desde o ano 2000


Mais 180 milhões de católicos; 16 milhões ao ano

Cada dia baptizam-se 50.000 novos católicos. Desde 2000, a Igreja cresceu o equivalente a toda a população inglesa, espanhola, portuguesa e francesa juntas.

Actualizado 14 de Maio de 2013

Pablo J. Ginés/ReL


Esta segunda-feira pela manhã apresentaram ao Papa Francisco o Anuário Pontifício 2013, com dados estatísticos que se referem a 2011, e que mostram em números o estado da Igreja Católica.

Assim, em 2011 o catolicismo contava com 1.214 milhões de baptizados, 17,5% da população mundial. São assistidos por 413.418 sacerdotes, 41.000 diáconos permanentes, uns 55.000 religiosos não sacerdotes e 713.000 religiosas.

Dos 12 apóstolos que Cristo elegeu, a Igreja chegou a ter, para esse ano, 5.132 bispos, que são os seus sucessores. Esta cifra inclui muitos bispos eméritos e bispos auxiliares, porque em 2011 só havia 2.979 dioceses e circunscrições eclesiásticas.

Mas para entender melhor estas cifras, é bom compará-las com uma data tão recente como o ano 2000, para ver como está crescendo a Igreja Católica em pleno século XXI.

1 - Um crescimento de 17%, uns 180 milhões de pessoas
No ano 2000 (segundo o Anuário de dois anos depois) havia 1.050 milhões de católicos. Em 2011 (últimos dados oficiais que temos, os apresentados ao Papa) eram 1.214. Mas estamos em 2013, e a Igreja continuou crescendo, mais ou menos ao ritmo de 16 milhões ao ano. Calculando por baixo, haveria hoje na realidade no mundo uns 1.230 milhões de católicos, 17% mais que no ano 2000, mais 180 milhões de pessoas.


2 - Esse crescimento é igual a Espanha, Portugal, França e Reino Unido juntos
Para imaginar o que significam esses 180 milhões de católicos mais, imagine-se toda a população de Portugal (10 milhões), e toda a de França (62 milhões) e toda a do Reino Unido (outros 62 milhões) e a de Espanha (46 milhões). Isso são 180 milhões. Isso sim, a maioria são bebés e crianças de menores de 12 anos, baptizados na sua infância.

3 - Cada ano, mais 16 milhões: o equivalente a todos os judeus do mundo
Depois de mais de 3.000 anos de história (e de vicissitudes históricas realmente duras) há uns 14 milhões de judeus no mundo. Mas o Deus de Israel, de Abraão e de Isaac, ganha essa cifra de adoradores ano atrás de ano na Igreja Católica. Segundo os Anuários Pontifícios, desde o ano 2000:
AP 2002, sobre 2000: 1050 milhões de católicos; 17.4% da população mundial
AP 2003, sobre 2001: 1.061 milhões [cresceu em 11 milhões]
AP 2004, sobre 2002: 1.071 milhões [cresceu em 10 milhões]
AP 2005, sobre 2003: 1.086 milhões [cresceu em 15 milhões]
AP 2006, sobre 2004: 1.098 milhões [cresceu em 12 milhões]
AP 2007, sobre 2005: 1.115 milhões [cresceu em 17 milhões]
AP 2008, sobre 2006: 1,131 milhões [cresceu em 16 milhões]
AP 2009, sobre 2007: 1.147 milhões [cresceu em 16 milhões]
AP 2010, sobre 2008: 1.166 milhões [cresceu em 19 milhões]
AP 2011, sobre 2009: 1.181 milhões [cresceu em 15 milhões]
AP 2012, sobre 2010: 1.196 milhões [cresceu em 15 milhões]
AP 2013, sobre 2011: 1.214 milhões [cresceu em 18 milhões]
Hipotético, sobre o ano 2012: seriam mais 16 milhões (uma média dos últimos 5 anos); total, mais de 1.230 milhões hoje.

4 - No mundo há 67 milhões de anglicanos; o catolicismo cresce isso em 4 anos
O anglicanismo, nos seus diversos ramos, incluindo as vigorosas igrejas anglicanas de África, custou-lhe 500 anos chegar a ter 67 milhões de fiéis.


A Igreja Católica, para crescer essa cifra, só necessita esperar 4 anos e baptizar os bebés que nasçam em famílias católicas. Ainda que uma dezena de bispos anglicanos, uns 200 clérigos e alguns milhares de fiéis se tenham feito católicos desde o ano 2000, as cifras católicas de crescimento devem muito mais à demografia que às conversões no Ocidente.

5 - A Igreja católica cresceu 8.240 sacerdotes desde o ano 2000.
Desde 2000 até 2011, a Igreja passou de 405.178 a 413.418 sacerdotes. É um crescimento de 8.240 sacerdotes. Parece uma boa notícia mas não o é tanto, porque a população católica que há que assistir cresce muito mais.

6 - Com cada novo padre, chegam quase 20.000 novos paroquianos
Exactamente, 19.000 novos católicos somaram-se à Igreja por cada um dos 8.240 novos sacerdotes... Que, por sua vez, no seu momento herdaram muitos dos católicos já mais velhos.

A desproporção numérica entre ovelhas e pastores é um dos pontos débeis da estrutura social do catolicismo. Norberto Strotman, bispo de Chosica (Peru), assinalava há pouco que "a cada presbítero da minha diocese correspondem 15.000 fiéis, pelo que é impossível ter alguma relação. Tudo o que excede a 2.000 pessoas é impossível de chegar", admitia.

Inclusive se se fizesse uma "divisão equitativa" de fiéis entre todos os padres do mundo (incluindo os anciãos, enfermos e retirados), corresponderiam 3.000 fiéis a cada um. É impraticável, e cada vez mais.

7 - Crescem padres, diáconos, seminaristas... Mas baixam as religiosas: há 10% menos que em 2001
A Igreja está sofrendo a descida das vocações religiosas femininas: em 2011 há menos 79.000 religiosas que em 2001, quando eram 792.000 em todo o mundo. Contudo, essas 713.000 mulheres (uma cifra equivalente a todos os habitantes da cidade de Saragoça ou da província de Guipúzcoa) são um suporte indispensável para a Igreja.

8 - Em 2020, a Igreja terá crescido em mais 112 milhões: terá 1.342 milhões de católicos.
Se se segue o ritmo de crescimento de16 milhões ao ano, em 2020, dentro de 7 anos, haverá mais 112 milhões de católicos: é o equivalente a toda a população do México há três anos; ou a todos os habitantes da parte europeia da Rússia.

9 - Cada dia baptizam-se como católicos quase 50.000 pessoas
Na realidade, se dividimos os 18 milhões de novos católicos de 2011 por 365 dias do ano, saem uns 49.300 novos católicos diários. Ainda que nem todos chegam por baptismo: especialmente na Páscoa há uma pequena percentagem que chega desde outras denominações cristãs e já estão baptizados.

10 - Em África, os católicos crescem a um ritmo que quase duplica o da população
África é o continente de maior dinamismo para a Igreja. Em 2011, a população cresceu em África 2,3%, mas o número de católicos aumentou 4,3%. Ali vivem já 16 de cada 100 católicos. Um exemplo: em apenas 20 anos, no Chade, os católicos passaram de ser cinco por cento a mais de vinte por cento.

Ao morrer os Apóstolos, apenas 7.000 cristãos
Todas estas cifras contrastam com as humildes origens do cristianismo. O sociólogo Rodney Stark, no seu livro «A expansão do cristianismo», calcula que no ano 200 devia haver apenas 217.000 cristãos, 0,36 por cento da população do Império romano.

Stark calcula que no ano 100 d.C. devia haver somente uns 7.500 cristãos no mundo. Quem o diria aos esforçados apóstolos dessa época, como São Policarpo ou Santo Inácio de Antioquia, que chegaria um momento em que, dia após dia, se baptizariam cada dia 7 vezes essa quantidade!


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