Matthew Arnold triunfava como prestidigitador
Todavia hoje, 17 anos depois da sua conversão, não se atreve a dizer que o que experimentou com a médium fosse só uma fraude.
Actualizado 12 de Maio de 2013
C.L. / ReL
Quem leia ou escute hoje Matthew Arnold, que nos seus 52 anos acaba de inaugurar um programa na Radio Maria e tem a sua própria organização apostólica, Pro Multis Media, para transmitir a fá através dos medias, não suspeitará que nem sempre foi o apologeta católico que hoje é.
Converteu-se em 1996, mas tinha nascido no sul da Califórnia numa família protestante e cristã só de nome: "O máximo que tinha ouvido da Bíblia eram as citações evangélicas de Lino no show natalício de Snoopy", brinca hoje. Na sua adolescência conheceu alguns fundamentalistas e isso produziu-lhe tal rejeição que o conduziu ao agnosticismo.
Depois de graduar-se trabalhou como músico, tocando baixo numa banda, ao mesmo tempo que estudava na Escola Chávez de Prestidigitação. Dali saiu como mago em exercício, e começou a actuar em restaurantes e em festas infantis e privadas, para logo começar a despontar em Hollywood: o seu talento como músico, mago e cómico era ideal para "aquecer" a audiência das séries de televisão que se gravavam em directo e com público in situ.
Apesar de que se tinha afastado de toda a prática religiosa, sentia que algo lhe faltava: "Tinha um buraco do tamanho de Deus dentro de mim, e o tentei encher com um estilo de vida baseado nas festas de rock", recorda. E algo mais que isso: introduziu-se no âmbito da Nova Era, incluindo a astrologia e as cartas do tarot.
Fraude ou intervenção demoníaca?
Um dia, uma mulher a quem Matthew conhecia convidou-o para uma sessão de espiritismo: vários espíritos – disse-lhe - queriam contactar com ele, com ela como médium. Ele acedeu, e a mensagem foi em linhas gerais reconfortante (os espíritos orientaram-no na sua carreira profissional), ainda que também houve alguns insultos. E no final custou despertar a rapariga do trance.
No dia de hoje, Arnold ainda não está seguro de se o que viveu naquele dia foi uma fraude... ou algo mais: "Tudo foi muito raro, mas eu não tinha formação para interpretá-lo, assim estava disposto a acreditar". O certo é que sentiu certas manifestações físicas, como um golpe no pé por parte de uma força desconhecida ou, pouco depois, despertar com a sensação de ter alguém sentado encima e com um rosto olhando-o. Nesse dia Matthew recordou o Pai Nosso, rezou-o, acendeu todas as luzes da casa e esperou assim o amanhecer lendo a primeira Bíblia que encontrou.
No dia seguinte, quando o chamaram para outra sessão, ele disse à médium que nem falar: "Diz aos espíritos que captei a mensagem e que não quero voltar". A New Age tinha-o levado ao espiritismo, e o espiritismo acabou separando-o da New Age.
Romeiro do pecado
Ao fim de algum tempo Matthew conheceu a sua actual mulher, Betty, que também trabalhava em Hollywood. Ela era católica e induziu o seu namorado a estudar a fé, e Arnold, voraz leitor, acolheu a tarefa com gosto. Casaram-se, e entre as orações da sua esposa e a intercessão da Santíssima Virgem - a quem atribui a sua mudança radical -, e a formação de um sacerdote local, acabou convertendo-se. Na Vigília Pascal de 1996 entrou na Igreja.
Continuou trabalhando na indústria do cinema e ganhando muito dinheiro, mas invadido "pelo zelo de neófito" começou a valorizar de forma muito diferente a imoralidade de Hollywood. Na sua última noite nesse mundo estava fazendo a abertura de um capítulo de Friends no qual Tom Selleck e Courtney Cox, namorados na ficção, se deitavam juntos na cama: "Estou fazendo de romeiro do pecado mortal", reflectiu Matthew.
No dia seguinte despediu-se e não voltou mais.
O que antecipou a Virgem em Quito há quatro séculos
Mas não desaproveitou o seu talento. Jovem mas numa idade já madura, utilizou a sua experiência para criar e produzir cassetes de áudio e DVD católicos, assim como programas de rádio e televisão de corte apologético, e em 2006 fundou a Pro Multis Media, a que continua dedicando-se. Nos últimos meses produziu uma versão audiovisual da clássica obra de espiritualidade de Dom Jean-Baptiste Chautard A alma de todo o apostolado, assim como um áudio para Ignatius Press do livro de Bento XVI Jesus de Nazaré.
E é muito devoto da Virgem do Bom Sucesso, cujas aparições em Quito (Equador) em 1594 antecipam, no seu juízo, a situação de "revolução sexual, costumes imorais, crises de vocações e declive do matrimónio" que hoje padecem a Igreja e o mundo.
Todavia hoje, 17 anos depois da sua conversão, não se atreve a dizer que o que experimentou com a médium fosse só uma fraude.
Actualizado 12 de Maio de 2013
C.L. / ReL
Quem leia ou escute hoje Matthew Arnold, que nos seus 52 anos acaba de inaugurar um programa na Radio Maria e tem a sua própria organização apostólica, Pro Multis Media, para transmitir a fá através dos medias, não suspeitará que nem sempre foi o apologeta católico que hoje é.
Converteu-se em 1996, mas tinha nascido no sul da Califórnia numa família protestante e cristã só de nome: "O máximo que tinha ouvido da Bíblia eram as citações evangélicas de Lino no show natalício de Snoopy", brinca hoje. Na sua adolescência conheceu alguns fundamentalistas e isso produziu-lhe tal rejeição que o conduziu ao agnosticismo.
Depois de graduar-se trabalhou como músico, tocando baixo numa banda, ao mesmo tempo que estudava na Escola Chávez de Prestidigitação. Dali saiu como mago em exercício, e começou a actuar em restaurantes e em festas infantis e privadas, para logo começar a despontar em Hollywood: o seu talento como músico, mago e cómico era ideal para "aquecer" a audiência das séries de televisão que se gravavam em directo e com público in situ.
Apesar de que se tinha afastado de toda a prática religiosa, sentia que algo lhe faltava: "Tinha um buraco do tamanho de Deus dentro de mim, e o tentei encher com um estilo de vida baseado nas festas de rock", recorda. E algo mais que isso: introduziu-se no âmbito da Nova Era, incluindo a astrologia e as cartas do tarot.
Fraude ou intervenção demoníaca?
Um dia, uma mulher a quem Matthew conhecia convidou-o para uma sessão de espiritismo: vários espíritos – disse-lhe - queriam contactar com ele, com ela como médium. Ele acedeu, e a mensagem foi em linhas gerais reconfortante (os espíritos orientaram-no na sua carreira profissional), ainda que também houve alguns insultos. E no final custou despertar a rapariga do trance.
No dia de hoje, Arnold ainda não está seguro de se o que viveu naquele dia foi uma fraude... ou algo mais: "Tudo foi muito raro, mas eu não tinha formação para interpretá-lo, assim estava disposto a acreditar". O certo é que sentiu certas manifestações físicas, como um golpe no pé por parte de uma força desconhecida ou, pouco depois, despertar com a sensação de ter alguém sentado encima e com um rosto olhando-o. Nesse dia Matthew recordou o Pai Nosso, rezou-o, acendeu todas as luzes da casa e esperou assim o amanhecer lendo a primeira Bíblia que encontrou.
No dia seguinte, quando o chamaram para outra sessão, ele disse à médium que nem falar: "Diz aos espíritos que captei a mensagem e que não quero voltar". A New Age tinha-o levado ao espiritismo, e o espiritismo acabou separando-o da New Age.
Romeiro do pecado
Ao fim de algum tempo Matthew conheceu a sua actual mulher, Betty, que também trabalhava em Hollywood. Ela era católica e induziu o seu namorado a estudar a fé, e Arnold, voraz leitor, acolheu a tarefa com gosto. Casaram-se, e entre as orações da sua esposa e a intercessão da Santíssima Virgem - a quem atribui a sua mudança radical -, e a formação de um sacerdote local, acabou convertendo-se. Na Vigília Pascal de 1996 entrou na Igreja.
Continuou trabalhando na indústria do cinema e ganhando muito dinheiro, mas invadido "pelo zelo de neófito" começou a valorizar de forma muito diferente a imoralidade de Hollywood. Na sua última noite nesse mundo estava fazendo a abertura de um capítulo de Friends no qual Tom Selleck e Courtney Cox, namorados na ficção, se deitavam juntos na cama: "Estou fazendo de romeiro do pecado mortal", reflectiu Matthew.
No dia seguinte despediu-se e não voltou mais.
O que antecipou a Virgem em Quito há quatro séculos
Mas não desaproveitou o seu talento. Jovem mas numa idade já madura, utilizou a sua experiência para criar e produzir cassetes de áudio e DVD católicos, assim como programas de rádio e televisão de corte apologético, e em 2006 fundou a Pro Multis Media, a que continua dedicando-se. Nos últimos meses produziu uma versão audiovisual da clássica obra de espiritualidade de Dom Jean-Baptiste Chautard A alma de todo o apostolado, assim como um áudio para Ignatius Press do livro de Bento XVI Jesus de Nazaré.
E é muito devoto da Virgem do Bom Sucesso, cujas aparições em Quito (Equador) em 1594 antecipam, no seu juízo, a situação de "revolução sexual, costumes imorais, crises de vocações e declive do matrimónio" que hoje padecem a Igreja e o mundo.
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