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quarta-feira, 8 de março de 2017

Odemira: «Uma verdadeira potência do ponto de vista da arte sacra» - José António Falcão

Foto: Arlindo Homem
Festival «Terras sem Sombra» organiza visitas ao património dos municípios do Baixo-Alentejo

Odemira, 07 mar 2017 (Ecclesia) – O Festival ‘Terras sem Sombra’ (FTSS), dinamizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, promoveu uma visita pelo património edificado de Odemira, dando destaque aos monumentos religiosos.

“Odemira é uma verdadeira potência do ponto de vista da arte sacra. Existem na arquitetura, pintura, na escultura, nas artes decorativas excelentes testemunhos desde a Idade Média até aos dias de hoje mas são escassamente divulgados”, disse o diretor geral do FTSS à Agência ECCLESIA.

José António Falcão explicou que na visita deste sábado à tarde se quis “dar a conhecer e visualizar”, de forma primordial, os monumentos religiosos e “assumir” até, “um pouco”, os problemas quanto à conservação e obras necessárias.

‘Do espiritual na arte – Identidades e práticas musicais na Europa dos séculos XVI-XX’ é o tema da 13.ª edição do evento que alia património, música e biodiversidade na Diocese de Beja.

Para o diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, há necessidade de “traçar uma estratégia mais global” de ação.

Neste contexto, o responsável saudou as colaborações que já existem entre o Município de Odemira e a Santa Casa local para “recuperar a igreja da Misericórdia”, que se encontra numa “situação difícil de conservação”.

Aos jornalistas, a vereadora da Cultura de Odemira disse que “sem a colaboração” da Direção Regional de Cultura “vai ser difícil” essa recuperação “exigente” a nível artístico, arquitetónico e da zona envolvente.

“A divulgação destes patrimónios é também uma forma de captarmos a atenção exterior para que se juntem sinergias no sentido que facilitem a intervenção em alguns deles”, acrescentou Deolinda Seno Luís.

A vereadora da Cultura de Odemira destacou ainda a satisfação de integrar o roteiro de oito municípios que fazem parte da edição 2017 do Festival ‘Terras sem Sombra’.

José António Falcão refere que a “preocupação” nas visitas histórico-culturais é escolher “referências importantes e, geralmente, menos conhecidas” e que sejam pessoas desses locais a “orientar, como se partilhassem com um grupo de amigos”.

Em Odemira, foi convidado o historiador António Martins Quaresma, que guiou os participantes por alguns dos “principais elementos patrimoniais” e aproveitou para explicar a lógica da organização territorial “em função do rio Mira”.

António Martins Quaresma observa que “frequentemente as populações estão um bocado divorciadas do património”, seja porque é património religioso, seja porque a “vida atual é trepidante cheia de dinamismo e velocidade”.

Para o historiador mesmo a “necessitar de preocupações e de restauros” as riquezas escondidas merecem ser visitadas porque têm “notável importância” local e nacional.

Ainda no sábado à noite, o FTSS promoveu um concerto de música portuguesa de inspiração mariana dos séculos XVI-XVIII, com o ensemble ‘Polyphonos’, na igreja de São Salvador.

O Festival ‘Terras sem Sombra’ vai passar por seis municípios e termina com a entrega do seu prémio internacional, a 1 de julho, no Centro de Artes de Sines.

CB/OC

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