Foto: Arlindo Homem |
Festival «Terras sem Sombra» organiza visitas ao património dos municípios do Baixo-Alentejo
Odemira, 07 mar 2017 (Ecclesia) – O Festival ‘Terras sem Sombra’
(FTSS), dinamizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico
da Diocese de Beja, promoveu uma visita pelo património edificado de
Odemira, dando destaque aos monumentos religiosos.
“Odemira é uma verdadeira potência do ponto de vista da arte sacra.
Existem na arquitetura, pintura, na escultura, nas artes decorativas
excelentes testemunhos desde a Idade Média até aos dias de hoje mas são
escassamente divulgados”, disse o diretor geral do FTSS à Agência
ECCLESIA.
José António Falcão explicou que na visita deste sábado à tarde se quis
“dar a conhecer e visualizar”, de forma primordial, os monumentos
religiosos e “assumir” até, “um pouco”, os problemas quanto à
conservação e obras necessárias.
‘Do espiritual na arte – Identidades e práticas musicais na Europa dos
séculos XVI-XX’ é o tema da 13.ª edição do evento que alia património,
música e biodiversidade na Diocese de Beja.
Para o diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da
Diocese de Beja, há necessidade de “traçar uma estratégia mais global”
de ação.
Neste contexto, o responsável saudou as colaborações que já existem
entre o Município de Odemira e a Santa Casa local para “recuperar a
igreja da Misericórdia”, que se encontra numa “situação difícil de
conservação”.
Aos jornalistas, a vereadora da Cultura de Odemira disse que “sem a
colaboração” da Direção Regional de Cultura “vai ser difícil” essa
recuperação “exigente” a nível artístico, arquitetónico e da zona
envolvente.
“A divulgação destes patrimónios é também uma forma de captarmos a
atenção exterior para que se juntem sinergias no sentido que facilitem a
intervenção em alguns deles”, acrescentou Deolinda Seno Luís.
A vereadora da Cultura de Odemira destacou ainda a satisfação de
integrar o roteiro de oito municípios que fazem parte da edição 2017 do
Festival ‘Terras sem Sombra’.
José António Falcão refere que a “preocupação” nas visitas
histórico-culturais é escolher “referências importantes e, geralmente,
menos conhecidas” e que sejam pessoas desses locais a “orientar, como se
partilhassem com um grupo de amigos”.
Em Odemira, foi convidado o historiador António Martins Quaresma, que
guiou os participantes por alguns dos “principais elementos
patrimoniais” e aproveitou para explicar a lógica da organização
territorial “em função do rio Mira”.
António Martins Quaresma observa que “frequentemente as populações
estão um bocado divorciadas do património”, seja porque é património
religioso, seja porque a “vida atual é trepidante cheia de dinamismo e
velocidade”.
Para o historiador mesmo a “necessitar de preocupações e de restauros”
as riquezas escondidas merecem ser visitadas porque têm “notável
importância” local e nacional.
Ainda no sábado à noite, o FTSS promoveu
um concerto de música portuguesa de inspiração mariana dos séculos
XVI-XVIII, com o ensemble ‘Polyphonos’, na igreja de São Salvador.
O Festival ‘Terras sem Sombra’ vai passar por seis municípios e termina com a entrega do seu prémio internacional, a 1 de julho, no Centro de Artes de Sines.
CB/OC
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