A esperança na vida eterna e na ressurreição devem ser uma certeza na vida dos crentes, cujo “preço” é abrir o coração a Deus
(Osservatore © Romano) |
(ZENIT – Cidade do Vaticano – 29 Mar. 2017).- O Papa Francisco
presidiu a habitual Audiência Geral esta quarta-feira, com a catequese
sobre a esperança cristã.
Diante de uma praça de S. Pedro repleta de fiéis e peregrinos vindos
das diversas partes da Itália e do mundo inteiro para assistir a
catequese, Francisco, apoiando-se na carta aos Romanos do Apostolo
Paulo, falou de modo particular da “esperança contra todas as formas de
esperança”.
“O passo da Carta de S. Paulo aos Romanos que acabamos apenas de
escutar, faz-nos um grande dom”, disse Francisco, porque mostra Abraão
como ‘pai da esperança’ e preanuncia a Ressurreição: a vida nova que
vence o mal e até a morte.
No texto se diz que Abraão acreditou no Deus que “dá a vida aos
mortos e chama à existência as coisas que não existem, como se
existissem”; Ele “ sem vacilar na fé não tomou em consideração o seu
próprio corpo, já sem vigor por ser quase centenário, nem o seio de
Sara, já sem vida”.
O Apóstolo nos ensina que somos chamados a viver esta experiência, a
‘esperar contra toda esperança’; a acreditar no Deus que salva, que
chama à vida e nos tira do desespero e da morte.
“Que aquele hino a Deus, que liberta e regenera, se torne profecia
para nós”, disse o Papa, prosseguindo: “Deus ‘ressuscitou dos mortos a
Jesus’ para que nós também possamos passar Nele da morte à vida. Pode-se
bem dizer que Abraão se tornou ‘pai de muitos povos’, porque
resplandece como o anúncio de uma nova humanidade, resgatada por Cristo
do pecado e conduzida para sempre ao abraço do amor de Deus”.
Estas palavras do apóstolo Paulo, acrescenta o Pontífice, mostram-nos
a ligação íntima que existe entre a fé e a esperança. Esta não se apoia
em raciocínios, previsões e certezas humanas, conseguindo ir mais além
do que humanamente se pode esperar.
A grande esperança se fundamenta na fé e precisamente por isso é
capaz de ir além de qualquer esperança. Não se baseia em nossa palavra,
mas na Palavra de Deus, sublinha Francisco.
“E é neste sentido -explicou o Santo Padre- que somos chamados a
seguir o exemplo de Abraão, que mesmo diante da evidencia de uma
realidade que o levaria à morte, confia em Deus, plenamente convencido
de que Ele tem poder para cumprir o que prometeu”.
O Papa Dirigindo-se à Praça perguntou aos fiéis: “Estamos convencidos
realmente de que Deus nos quer bem? Que ele pode cumprir o que
prometeu? Qual seria o seu preço? Abrir o coração! A força de Deus
ensinará o que é a esperança. Este é o único preço: abrir o coração á fé
e Ele fará o resto!”.
Peçamos a graça de viver apoiados, não tanto nas nossas seguranças e
capacidades, mas sobretudo na esperança que brota da promessa de Deus,
como verdadeiros filhos de Abraão, disse o Papa. “A graça de permanecer
firmes não apenas em nossas seguranças, em nossas capacidades, mas na
esperança que brota da promessa de Deus. Assim, a nossa vida terá uma
nova luz, na certeza de que Aquele que ressuscitou o seu Filho
ressuscitará a nós também, tornando-nos uma só coisa com Ele, junto de
todos os nossos irmãos na fé”.
in
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