Foto: LFS / Agência ECCLESIA |
João Paulo II chamou «candeias» de Deus a Francisco e Jacinta Marto
Lisboa, 23 mar 2017 (Ecclesia) – A canonização dos beatos Francisco e
Jacinta Marto, aprovada hoje pelo Papa Francisco, representa o último
degrau rumo à santidade das crianças que São João Paulo II apelidou como
“duas candeias” oferecidas por Deus à humanidade.
A frase do Papa polaco marcou a cerimónia de beatificação dos dois
pastorinhos de Fátima, que teve lugar a 13 de maio de 2000, no Santuário
de Fátima.
“A Igreja quer, com este rito, colocar sobre o candelabro estas duas
candeias que Deus acendeu para alumiar a humanidade nas suas horas
sombrias e inquietas”, afirmava então João Paulo II.
Karol Wojtyla realçava ainda a importância daquele momento para uma
“multidão imensa de peregrinos” e fazia votos que os dois pastorinhos se
assumissem como “uma luz amiga a iluminar Portugal inteiro”.
O processo de canonização de Francisco e Jacinta Marto começou a 30 de
abril de 1952, por iniciativa do então bispo de Leiria, D. José Alves
Correia da Silva, e com a abertura da fase diocesana.
Na base desta iniciativa esteve a vida de duas crianças (dois irmãos)
que juntamente com uma prima, Lúcia, ficaram conhecidas como as
testemunhas das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, em 1917.
O anúncio esta quinta-feira da aprovação da canonização tem um
significado ainda mais especial para o Santuário de Fátima por dois
motivos: porque nos dias 12 e 13 de maio vai ser assinalado o Centenário
das Aparições, e porque essa festa contará com a participação do Papa
Francisco.
Falta agora definir a data da cerimónia da canonização, que será
conhecida durante o próximo consistório (reunião de cardeais), no
Vaticano, marcado para 20 de abril.
Os beatos Francisco e Jacinta nasceram em Aljustrel, na freguesia de
Fátima, o primeiro a 11 de junho de 1908 e a irmã a 11de março de 1910.
Ainda com tenra idade começaram a trabalhar no pastoreio do rebanho dos
pais, na zona da Cova da Iria, e foi nesse local que juntamente com a
prima Lúcia testemunharam seis aparições de Nossa Senhora, num período
entre maio e outubro de 1917.
Na biografia
publicada pelo Santuário de Fátima, Francisco é apresentado como uma
criança que “queria dar alegria a um Deus que estava triste com os
agravos ao Seu coração”.
Por isso “vivia intensamente a oração contemplativa” e “passava horas
seguidas em oração em frente ao sacrário, na Igreja Paroquial de
Fátima”.
Já Jacinta, “tímida mas serena”, é descrita nas memórias da prima Lúcia
como alguém que apesar de muito nova era já muito tocada pelo
sofrimento dos outros, muito sensível às dificuldades das pessoas.
“Jacinta afligia-se com o sofrimento dos pecadores” e tinha o seu
coração “cheio de compaixão por eles e de devoção ao Imaculado Coração
de Maria”, recorda o Santuário.
Os futuros santos, que estão sepultados na Basílica de Nossa Senhora do
Rosário de Fátima, situada junto ao recinto de oração, acabaram por
viver uma vida intensa mas curta.
Francisco Marto faleceu a 4 de abril de 1919 em Aljustrel, com 10 anos,
vítima de um surto de gripe pneumónica que assolou Portugal nesta
época.
Quanto à irmã, Jacinta Marto, morreu a 20 de fevereiro de 1920, com 9
anos, mas em Lisboa, no Hospital Dona Estefânia, onde estava internada
devido à mesma doença.
A canonização dos dois beatos foi aprovada esta quinta-feira pelo Papa
Francisco, depois do reconhecimento de um milagre atribuído à
intercessão dos dois videntes de Fátima.
Desta forma, a Igreja Católica confirma que os dois beatos portugueses
são dignos de culto público universal, e podem ser apresentados aos
fiéis como intercessores e modelos de santidade.
JCP
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