Foto: LFS / Agência ECCLESIA |
Responsável pelo setor em Portugal aborda Semana dos Seminários que está a decorrer
Fátima, 09 nov 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal das
Vocações e Ministérios diz que a Igreja Católica deve mostrar o
sacerdócio não como uma “necessidade” ou “problema”, mas sim um “dom
para os outros”, fruto da “misericórdia de Deus”.
“Nós ainda vemos o sacerdócio e até as vocações sacerdotais com uma
necessidade, às vezes como um problema, uma realidade que dessa forma
não nos leva a parte nenhuma”, sublinhou D. Virgílio Antunes em Fátima,
numa entrevista à Agência ECCLESIA integrada na Semana dos Seminários
que está a decorrer em Portugal.
O bispo de Coimbra, que está a participar na 190.ª assembleia plenária
da Conferência Episcopal Portuguesa, reconheceu a necessidade da Igreja
Católica “mudar algumas das perspetivas que vinha insistindo no
passado”, em matéria vocacional.
Lançada no último domingo, a Semana dos Seminários tem como tema “Movidos pela Misericórdia de Deus”.
D. Virgílio Antunes recordou que “o fundamento de qualquer vocação é a
própria humanidade” de cada pessoa, criada “para ser um dom para os
outros”.
“E com certeza que a perspetiva de fé e o sentir a misericórdia de
Deus, o sentirmo-nos chamados, como que potencia aquilo que já faz parte
de nós naturalmente”, acrescentou.
Na sua mensagem
para a Semana dos Seminários, o responsável católico frisa que “uma
educação cristã que não favorece experiências fortes de encontro com
Deus nos momentos de espiritualidade, de oração, de reconciliação, de
perdão, de partilha das misérias humanas, não pode ter consequências
vocacionais”.
Ao mesmo tempo “uma família que não vive relações de comunhão a partir
da fé e onde cada um não está disposto a acolher, compreender e perdoar
no seguimento de Jesus, não fomenta os gérmenes da vocação”.
Para o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, a
Igreja Católica e as suas estruturas devem “começar exatamente por aí,
ajudar os jovens, as crianças e até as pessoas na primeira fase da vida
atual, a tomarem consciência de que a sua vida humana é já um dom para
os outros e que não tem sentido, não se realiza se não for no serviço
aos outros, nas mais variadas situações e circunstâncias”.
“Porque esse é o ponto de partida para a construção de qualquer vocação
cristã ou sacerdotal. A pastoral vocacional tem de entrar na agenda de
todos os ramos, de todas as áreas da pastoral, e em primeiro lugar na
agenda do próprio pároco e da comunidade paroquial”, completou.
JCP
in
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