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quarta-feira, 4 de maio de 2022

Num beco sem saída…

As palavras do padre Vyacheslav Grynevych, diretor da Caritas-Spes, na Ucrânia, exprimem o que os olhos veem e o coração vai sentindo: a falta de esperança de um povo que parece num beco sem saída.

“Na minha opinião, as sanções têm consequências para as pessoas simples na Rússia e as armas matam. Se houvesse sanções que mudassem a cabeça de Vladimir Putin seria melhor do que as armas porque nós queremos proteger as pessoas. É muito difícil perceber como fazer. Há muitas perguntas e poucas respostas”, lamentou o sacerdote católico.

O responsável fala da esperança que os esforços do Papa Francisco tem feito e do que isso representa mas alerta também para o facto de que gestos de encontro com Putin podem ser entendidos como um sinal de apoio à guerra e o encontro ser “mal-entendido”.

Foi uma conversa de meia hora entrecortada pelas dificuldades da ligação mas também porque a cada 20 quilómetros havia uma operação stop com soldados, para verificação de documentos: do outro lado da linha ouço silêncio e algumas palavras que desconheço até que retomamos a conversa.

Enquanto as conversações decorrem em salas e telefonemas com boas ligações, a vida dos cidadãos ucranianos corre no fio da imprevisibilidade, aquela que sabem pode mudar não do dia para a noite, mas de um momento para o outro.

E para além das necessidades imediatas a quem tudo escasseia, começam a relevar-se os traumas da guerra que mostra que não basta colocar as pessoas num local seguro.

Quando um relato assim nos chega, parece que tudo à volta perde importância.

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Tenha um excelente dia!

Lígia Silveira

 


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