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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Católicos franceses: 10% participaram no Sínodo

Apesar das dificuldades da Igreja

 | 15 Mai 2022

Os responsáveis da Igreja Católica francesa calculam que 150 mil pessoas terão participado na primeira fase do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, apesar de casos e situações que poderiam ter funcionado como inibidores da participação.

Registou-se “uma bela participação”, sintetizou, em declarações ao jornal La Croix, o bispo de Troyes, Alexandre Joly, que é também coordenador da equipa nacional que acompanha o Sínodo, no âmbito da Conferência Episcopal da França (CEF). Isto apesar do calendário apertado para seguir a agenda do Vaticano, do choque provocado pelo relatório sobre os abusos sexuais cometidos na Igreja francesa, e da campanha para a eleição presidencial, que veio mostrar, no dizer do La Croix, “profundas fraturas dentro do catolicismo”, naquele país.

No total, os responsáveis do episcopado admitem que podem ter participado até agora, no processo sinodal, à roda de 10 por cento dos católicos praticantes, distribuídos pela totalidade das dioceses. As ordens religiosas, masculinas e femininas estiveram também ativas, tendo feito chegar à equipa nacional perto de 150 páginas de contributos.

Apesar de as dioceses não avançarem muito quanto ao conteúdo dos contributos recebidos, que ainda estão a ser analisados, documentos consultados pelo jornal La Croix referem a preocupação por uma Igreja “mais fraterna”, “menos centrada em si mesma”, mais atenta “às periferias” e “à voz dos mais pobres”. No caso de Toulouse, a primeira a produzir a sua síntese diocesana, lamenta-se que muitos se sintam “indesejados” dentro de uma instituição “percebida como desligada da realidade”, atormentada por “uma certa rigidez, compartimentação, uma moralidade culpabilizante”, mas também com “um certo sentimento de superioridade sobre o mundo” e pelo “lugar dado a quem sabe, a certos praticantes, em detrimento do invisível”.

Um aspeto algo dececionante, segundo um diácono membro da equipa nacional, foi a dificuldade de mobilizar os jovens para o Sínodo, apesar de, em alguns casos, se ter ido ao encontro deles, nomeadamente através da rede de instituições católicas de ensino, como no caso da diocese de Troyes.



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