Em 2022
A Índia tem visto aumentar os episódios de violência contra cristãos no país, tendo já sido registados pelo menos 127 episódios de violência só este ano. Os dados foram revelados num relatório do United Christian Forum (UCF), uma organização com sede em Nova Deli. No documento, refere-se que “os seguidores de Jesus ainda são perseguidos hoje em algumas partes do mundo, incluindo a Índia, onde grupos de pessoas espalham ódio contra as minorias procurando obter benefícios políticos”. Os dados obtidos são indicativos até ao da 15 de Abril e referem-se às queixas registadas numa linha telefónica criada precisamente para a monitorização de situações de perseguição aos cristãos na Índia.
Segundo A.C. Michael, coordenador nacional do UCF, citado pela agência de notícias Fides, “a perseguição aos cristãos na Índia está a intensificar-se, levando a uma violência sistemática e cuidadosamente orquestrada contra os cristãos, também com o recurso às redes sociais, que são usadas para espalhar a desinformação e fomentar o ódio”.
Esta onda de violência tem vindo a ganhar uma expressão cada vez mais preocupante desde 2014, quando o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata chegou a poder.
Em Janeiro deste ano, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) dava conta da detenção, pela polícia de Jhabua, no estado de Madhya Pradesh, do Pe. Jam Singh Dindore sob a acusação de que estaria a promover a conversão de populações locais ao cristianismo. Segundo as autoridades, o sacerdote, juntamente com mais algumas pessoas, estaria a oferecer tratamento médico gratuito em hospitais da Igreja assim como ensino escolar aos habitantes locais, na sua maioria pertencentes às chamadas comunidades tribais.
A pandemia veio piorar a situação junto das comnidades mais pobres, e, em virtude disso, a Fundação AIS anunciou um novo pacote de ajudas de cinco milhões de euros para “auxiliar a Igreja no apoio aos cristãos face à dimensão por vezes brutal deste problema”. Esta ajuda, afirma a fundação, permitiu “ajudar à subsistência de sacerdotes e religiosas, assim como catequistas e suas famílias, em mais de 140 dioceses da Índia que estavam numa situação de particular dificuldade por causa das consequências da crise pandémica”.
Sem comentários:
Enviar um comentário