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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

‘A salvação de Deus não segue os nossos esquemas’, disse o Papa em Santa Marta

Na sua homilia desta segunda-feira, o Papa convida a ler as bem-aventuranças e Mateus 25 e ver “se alguma coisa me irrita”, porque a raiva é um luxo que só os vaidosos podem se permitir

  Papa Francisco

PHOTO.VA

O Papa Francisco, na homilia da missa celebrada esta manhã em Santa Marta, lembrou que a salvação de Deus não nos vem das coisas grandes, do poder ou do dinheiro, mas das coisas pequenas e simples.

Como disse o Papa, as leituras do dia nos falam da indignação: fica irritado um leproso, Naamã, o sírio, que pediu ao profeta Eliseu para curá-lo, mas não aprecia a forma simples em que esta cura simples deveria acontecer. Também ficam irritados os moradores de Nazaré com as palavras de Jesus, seu concidadão. É a indignação perante o projecto de salvação de Deus que não segue os nossos esquemas. Por isso, o Pontífice advertiu que não é “como nós pensamos que é a salvação, essa salvação que todos queremos”...

Jesus sente o “desprezo” dos “doutores da Lei que procuravam a salvação na casuística da moralidade” e em muitos preceitos, mas o povo não confiava neles. Assim, indicou que os saduceus procuravam a salvação nos compromissos com os poderes do mundo. E as pessoas não acreditavam neles. Mas sim acreditavam em Jesus, “porque falava com autoridade”. 

E por que essa indignação? O Papa respondeu que é porque em nossa imaginação “a salvação deve vir de algo grande, algo majestoso; só nos salvam os poderosos, os que têm força, que têm dinheiro, que têm poder: estes podem salvar-nos”. Mas – recordou – o plano de Deus é outro. “Ficam irritados porque não podem entender que a salvação somente venha do pequeno, da simplicidade das coisas de Deus”. 

A este respeito, Francisco continuou garantindo que, quando Jesus faz a proposta do caminho de salvação nunca fala de grandes coisas, mas de coisas pequenas. São “dois pilares do Evangelho” que são lidos em Mateus, as bem-aventuranças, e no capítulo 25, o juízo final.

Dessa forma, convidou, como preparação para a Páscoa, para se ler as bem-aventuranças e Mateus 25 e, assim, “pensar e ver se algo disso nos deixa irritados, tira a paz. Porque a indignação é um luxo que só podem permitir-se os vaidosos, os orgulhosos”. 

Por fim, o Santo Padre recordou que nos fará bem tomar um pouco de tempo para ler as bem-aventuranças, ler Mateus 25 e estar atentos ao que acontece nos nossos corações: “Se surgir algo de indignação, pedir a graça do Senhor para compreender que o único caminho da salvação é a ‘loucura da Cruz’, ou seja, a aniquilação do Filho de Deus, do tornar-se pequeno. Representado aqui, no banho no Jordão ou no pequeno povo de Nazaré”.


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“Nunca é tarde demais para converter-nos, mas é urgente fazê-lo”, disse o Papa no Angelus de ontem

O Papa destacou a “paciência de Deus”, que não está satisfeito com as “pessoas boas”, mas quer pessoas prontas para tomar o “caminho do Evangelho” e abandonar “compromissos” e “hipocrisias”


CTV - Angelus

Diante das crónicas, que diariamente relatam terríveis notícias de “homicídios”, “acidentes” e “catástrofes”, não devemos ceder a atitudes supersticiosas, vendo nessas coisas punições divinas e culpar os homens ou até mesmo Deus.

Em face de tais eventos, disse nesse domingo, 28, o Papa Francisco, por ocasião do Angelus, é necessário comportar-se como recomendado por Jesus.

No Evangelho de hoje (cf. Lc 13,1-5), o Senhor menciona “dois acontecimentos trágicos que, naquele tempo, tinham causado grande espanto: uma repressão cruenta realizada pelos soldados romanos dentro do templo; e a queda da torre de Siloé, em Jerusalém, que tinha causado dezoito vítimas”, recordou o Santo Padre.

Jesus é consciente da “mentalidade supersticiosa” de seus interlocutores e do “caminho errado” com o qual interpretavam esses eventos: eles pensam que “se aqueles homens foram mortos de forma tão cruel, é sinal de que Deus os castigou por alguma culpa grave que tinham cometido” e que, em certo sentido, “eles mereciam”, enquanto que quem tinha sido poupado poderia estar “tranquilo” na consciência.

De fato, explica Jesus, “Deus não permite as tragédias para punir as culpas”, também porque “aquelas pobres vítimas não eram piores do que outros”. O seu convite é de “tirar destes fatos dolorosos uma advertência que diz respeito a todos, porque todos somos pecadores”, tanto assim que, aos que lhe haviam perguntado, tinha dito: “Se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo” ( v. 3).

Também a nós, contemporâneos, pode vir a tentação de “descarregar” a responsabilidade dos eventos trágicos ou catastróficos “sobre as vítimas, ou mesmo sobre o próprio Deus”. No entanto, o Evangelho nos levanta algumas questões: “que ideia de Deus nós nos fizemos? Estamos convencidos de que Deus seja assim, ou aquela não é, isso sim, uma projecção nossa, um deus feito ‘à nossa imagem e semelhança’?”.

Jesus nos chama a “mudar o coração, a fazer uma mudança radical no caminho da nossa vida, abandonando os pactos com o mal” e as “hipocrisias” para “definitivamente tomar o caminho do Evangelho”. Deus não gosta de “boas pessoas” ou de simples “fieis, até bastante praticantes”, que, por isso, “acreditam que são justificados”.

Muitos de nós são como “uma árvore que, durante anos, tem dado muitas provas de sua esterilidade”, como a “figueira estéril”, de que fala o Evangelho (cf .. V.9). No entanto, nisso, Jesus mostra uma “paciência sem limites” oferecendo-nos tempos de graça e arrependimento como a Quaresma ou o atual Ano Jubilar da Misericórdia.

“Vocês já pensaram na paciência de Deus? – perguntou o Papa aos fieis – . Pensaram também na sua preocupação inflexível com os pecadores, como deveriam provocar-nos à impaciência nas relações connosco mesmos. Nunca é tarde demais para converter-se, nunca! Até o último momento: a paciência de Deus que nos espera”.

Bergoglio, portanto, citou a anedota de Santa Teresa do Menino Jesus, quando começou a rezar por um condenado a morte, que até o último momento rejeitava o sacerdote para a confissão final. Enquanto Santa Teresa continuava a orar no seu convento, aquele homem, “bem no momento de ser morto, dirigiu-se ao sacerdote, tomou o crucifixo e o beijou”.

Um episódio que revela a “paciência de Deus”, que se manifesta com qualquer um de nós, que estamos sempre na iminência de cair em pecado e Ele “nos salva”, com “sua misericórdia”.

“Nunca é tarde demais para se converter, mas é urgente, é agora! Comecemos hoje”, recomendou o Pontífice, invocando Nossa Senhora, para que nos ajude a “abrir o coração à graça de Deus, à sua misericórdia” e a “não julgar jamais os demais, mas deixar-nos provocar pelas desgraças diárias para fazermos um sério exame de consciência e converter-nos”.


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O Papa Francisco recebeu Mauricio Macri, presidente da Argentina

Colóquio privado de cerca de 22 minutos entre o Papa e o presidente sobre temas dos direitos humanos, luta contra a pobreza e tráfico de drogas, justiça, paz e reconciliação social


Telam

Vinte e dois minutos de conversa privada entre o Papa e o presidente da República Argentina Mauricio Macri República, que desde Novembro passado sucedeu Cristina Fernández de Kirchner. O chefe de Estado chegou na manhã do último sábado, 27, ao Vaticano, acompanhado por sua esposa e uma delegação de 10 pessoas. Depois de conversas com o Santo Padre, Macri foi recebido pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, junto com mons. Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados.

Esse não foi o primeiro encontro entre Macri e Bergoglio que se conheciam de tempos em que o presidente era governador de Buenos Aires e o Pontífice arcebispo da metrópole portenha. “Durante as cordiais saudações, que manifestam o bom estado das relações bilaterais existentes entre a Santa Sé e a República Argentina – como relata uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé – foram tratados temas de mútuo interesse, como a ajuda ao desenvolvimento integral, o respeito pelos direitos humanos, a luta pela pobreza e o tráfico de drogas, a justiça, a paz e a reconciliação social”.

Também reafirmou “a contribuição positiva, especialmente no âmbito da promoção humana e da formação das novas gerações, oferecido pelo episcopado e pelas instituições católicas na sociedade argentina, especialmente na actual conjuntura económica”. Finalmente, declara o comunicado, “não faltou referência a alguns temas de maior importância e interesse em âmbito regional e mundial”.

No momento da troca de presentes, Macri deu ao Papa um poncho marrom, uma cruz de Matara, símbolo da evangelização da América Latina, e 12 cd de música argentina. Francisco correspondeu com uma cópia da encíclica Laudato Si e uma da exortação apostólica Evangelii Gaudium, junto com o medalhão da paz. “Gosto de dar este presente aos chefes de Estado”, disse o Santo Padre, “porque existem dois ramos, e no meio algo que os separa, mas no final a oliveira o une”.

Encontrando depois a imprensa na sede da embaixada argentina junto à Santa Sé, Macri declarou ter convidado Francisco para visitar o seu país de origem; porém, “neste ano não será possível – explicou – talvez no próximo ano”. O presidente também relatou ter recebido do Papa o conselho de “ser paciente” e “não hesitar” a enfrentar-se com os graves problemas da Argentina, como o tráfico de droga e a corrupção.


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‘O que nos une é maior do que o que nos separa’, disse Francisco ao patriarca Abuna

O Papa convidou a Igreja Ortodoxa tawahedo da Etiópia a superar o fardo de mal-entendidos dolorosos “pelos quais pedimos perdão” e convida a realizar iniciativa comuns


El Papa y el patriarca Abuna de Etiopia

O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira, no Vaticano, o patriarca da Igreja Ortodoxa tawahedo da Etiópia, sua santidade Abuna Matthias I e a delegação que o acompanhava. O Papa e o Patriarca tiveram uma reunião privada e depois pronunciaram os seus respectivos discursos. Em seguida houve a troca de presentes.
A Igreja Ortodoxa Etíope tem actualmente 35 milhões de fieis, a maioria na África. É uma Igreja Oriental autocéfala, ou seja, que tem seu próprio patriarca autónomo desde 1959, porque antes dependia directamente do patriarca copta de Alexandria.

Durante seu discurso, o Papa recordou que, desde 2004, a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas orientais aprofundaram a sua comunhão através do diálogo teológico da Comissão Internacional Conjunta. E que, graças a isso, “descobrimos que temos quase tudo em comum”, e que é muito mais o que nos une do que o que nos separa.

Além disso, disse Francisco, os mártires e santos de todas as tradições eclesiais são já uma só coisa em Cristo, cujo martírio é um convite “para percorrer juntos os caminhos para uma unidade sempre mais plena”. 

E destacou a existência de grandes áreas de colaboração para ambas Igrejas em favor do bem comum e da protecção da criação, superando o “fardo de dolorosos mal-entendidos e de desconfiança, pelo qual pedimos perdão e a cura de Deus”.


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Síria, terceiro dia de uma frágil trégua

Em meio às denúncias cruzadas de violação do cessar-fogo, o Papa pede que se abra o caminho do diálogo e da paz tão desejada

  Notícias do Mundo

La ciudad de Alepo arrasada por los combates. (foto Wikicommons)

Nesta segunda-feira cumpre-se o terceiro dia da frágil trégua promovida pelos Estados Unidos e Rússia, na qual aderiram o governo sírio e os grupos rebeldes anti-Assad apesar de que o cesse das hostilidades já registou diversas violações.

Enquanto os principais protagonistas do conflito se acusam mutuamente de violar a trégua, que começou na sexta-feira à meia-noite, as pessoas tentaram tirar vantagem da melhor forma possível do primeiro cessar-fogo registado desde que o conflito começou há cinco anos. 

O acordo de trégua exclui explicitamente os grupos jihadistas do Estado Islâmico (Isis por sua sigla em Inglês) e a Frente Al Nosra, que controlam pelo menos metade do território sírio.

Desde o Vaticano, ontem, o Santo Padre Francisco recebeu “esperançoso a notícia sobre o cesse das hostilidades na Síria” e convidou todos a rezar “para que esta abertura possa aliviar a população sofredora e abra o caminho ao diálogo e à paz tão desejadas”. 

No primeiro dia da trégua um ataque do ISIS no norte da Síria, a cidade de Tel Abyad registou uma centena de mortos, enquanto que outros combates no país somaram outras 80 mortes, segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos. 

O fim de semana também foi marcado por dois atentados suicidas: um em Bagdad, que deixou pelo menos 38 mortos e outro no Afeganistão com um saldo provisório de 25 mortos.


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Calendário do Papa na Semana Santa

No dia 15 de Abril se celebra o Consistório Ordinário para decidir as datas das próximas canonizações


WIKIMEDIA COMMONS

Publicamos a seguir o calendário das celebrações presididas pelo Papa Francisco durante os meses de Março e Abril:

***

MARÇO

Sexta-feira, 4
Basílica Vaticana
Celebrazione penitencial, 17.00

Domingo, 6
IV Domingo da Quaresma
Início dos Exercícios Espirituais para a Cúria Romana em Ariccia

Sexta-feira, 11
Final dos exercícios espirituais para a Cúria Romana

Terça-feira, 15
Consistório para algumas causas de canonização, 10.00

Domingo, 20
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Praça de São Pedro, 9.30

Quinta-feira, 24
Quinta-feira Santa
Basílica Vaticana, 9.30
Missa Missa Crismal

Sexta-feira, 25
Sexta-feira Santa
Basílica Vaticana, 17.00
Celebração da Paixão do Senhor
Coliseu, 21.15 Via Crucis

Sábado, 26
Sábado Santo
Basílica Vaticana, 20.30 Vigília Pascal na Noite Santa

Domingo, 27
Domingo de Páscoa
Praça São Pedro, 10.00 Santa Missa Janela central da Basílica Vaticana, às 12h00 Bênção Urbi et Orbi

Abril

Sábado, 2
Praça São Pedro, 18.00
Vigília de oração
Jubileu das pessoas de espiritualidade da Divina Misericórdia

Domingo, 3
II Domingo de Páscoa (ou da Divina Misericórdia)
Praça de São Pedro, às 10.30 Santa Missa
Jubileu das pessoas com espiritualidade da Divina Misericórdia


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A atenção da Igreja pelas pessoas afetadas por doenças raras

Dom Zimowski sublinha o compromisso de “chamar a atenção” das várias instituições de pesquisa científica para as acções pastorais relativas ao âmbito das doenças raras

  Igreja e Religião

ZENIT-HSM

A voz das pessoas afectadas por doenças raras “não pode deixar de encontrar eco nos nossos corações e em pesquisa e cuidados adequados”, escreveu dom Zygmunt Zimowski, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, em uma mensagem para o Dia Mundial das Doenças Raras, que é celebrado hoje, 29 de Fevereiro. O prelado destacou o tema da jornada, que é “No centro a voz do paciente. Junte-se a nós para fazer ouvir a voz das doenças raras”.

O problema das doenças raras, acrescenta dom Zimowski, conforme relatado pelo L’Osservatore Romano, é “um problema que não pode ser desatendido pelas diversas instâncias civis, científicas e pastorais”. Na Igreja, prossegue, há um “crescente interesse” pela questão, que está em consonância com os propósitos desta jornada. 

“É questão, em particular, de tornar essas pessoas cada vez mais protagonistas, dotadas dos pontos de referência necessários, e, ao mesmo tempo, de aumentar a consciencialização das autoridades competentes, dos profissionais de saúde, dos pesquisadores, da indústria farmacêutica e de qualquer pessoa que tenha um interesse sincero na problemática das doenças raras”, explicou.

Dom Zimowski lembra ainda o apelo feito pelo papa Francisco à Igreja a fim de “caminhar na solidariedade”. A solidariedade, explica ele, “envolve o compartilhamento das situações dos outros, sejam eles quem forem; o ato de sentir-se parte do seu sofrimento; a concepção e implementação de eficazes acções de apoio, sempre a partir de uma perspectiva de inclusão”. Portanto, acrescenta, “a ética da solidariedade não pode ser reduzida às funções das instituições sociais, ainda que sejam indispensáveis, nem compete apenas a quem exerce determinadas profissões. O outro é alguém que nos interpela pelo próprio fato de ser pessoa e de estar em necessidade”.

O arcebispo, em seguida, observa que “a solidariedade toma assim a forma da partilha – ‘ser com’ – e da dedicação – ‘ser para’”. Este caminho assegura que “também a escuta atenta da voz dos pacientes com doenças raras é uma primeira abordagem para construir, por vezes com dificuldade, o bem comum no marco de uma solidariedade que sabe assumir e tornar próprias as perguntas e as aspirações humanas, especialmente as que são menos consideradas”.

Dom Zimowski acrescenta também que a Igreja, por meio do dicastério que ele dirige, está “fazendo própria a voz que se eleva em muitos lugares para realizar o bem comum e a justiça no campo social e de saúde, pretendendo chamar a atenção deste sector e das diversas instituições de pesquisa científica para a sua acção pastoral no âmbito das doenças raras e negligenciadas, entendidas como doenças que convidam de modo particular à solidariedade”. O presidente do dicastério vaticano recorda então a conferência internacional organizada pelo Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde que está previsto para acontecer no Vaticano entre os dias 10 e 12 de Novembro de 2016.

“Esta iniciativa, quase no final do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, explica ele, será mais uma oportunidade para valorizar a obra de misericórdia corporal da assistência aos doentes. Terá lugar sob o sinal da proximidade solidária das pessoas afectadas por patologias raras, bem como no tocante às populações pobres e vulneráveis ​​marcadas por doenças negligenciadas, que, em geral, vivem nas áreas rurais entre as mais remotas do mundo”. 


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Áustria: investigação parlamentar sobre o aborto

O eco do escândalo da Planned Parenthood chega também à Europa Central. Grupos pró-vida querem dados precisos do Ministério da Saúde sobre o número de abortos


Flag of Austria - Pixabay (pepa74)

Áustria, 9 de Dezembro do ano passado: o parlamentar Marcus Franz, do Partido Democrata Cristão, propôs uma investigação parlamentar em que pedia ao ministro da Saúde que fim levam os fetos abortados no país. A investigação foi pedida após o escândalo da organização abortista Planned Parenthood, que eclodiu nos EUA após a divulgação de uma série de vídeos que flagravam membros da directoria da Planned Parenthood negociando a venda de órgãos de fetos abortados.

A resposta protocolar da ministra da Saúde, Sabine Oberhauser, não agradou nem a Marcus Franz, nem a Josef Mathias, membro do grupo pró-vida Lebenskonferenz (Conferência pela Vida), nem a Carina Eder, porta-voz da Jugend für das Leben (Juventude pela Vida).

A primeira questão apresentada era: “São conhecidos por você e pelo seu departamento o escândalo e os vídeos sobre o comércio de embriões abortados praticado pela Planned Parenthood?”. Sabine Oberhauser respondeu: “As circunstâncias concretas dos factos investigados não eram conhecidas por mim nem pelo meu ministério até agora”.

“Somente através da solicitação parlamentar é que o ministério da Saúde se deu conta do escândalo Planned Parenthood”, enfatiza a Jugend für das Leben, apesar de que foi ainda no ano passado que os vídeos vieram à tona nos EUA, comprovando a venda ilegal de órgãos de fetos abortados pela Planned Parenthood.

A segunda e a terceira questões se referem à compra e venda de tecidos e células: “Como o seu ministério evita a utilização lucrativa de órgãos, partes de corpos, tecidos e células de embriões e fetos abortados? (…)”. O Ministério da Saúde parte da suposição de que “a utilização de tecidos e células do embrião ou feto para fins de pesquisa necessitaria de autorização da paciente em caso de interrupção da gravidez”.

Carina Eder, porta-voz da Jugend für das Leben, se disse decepcionada com a resposta: “Era de se esperar que a resposta seria decepcionante. No entanto, que muitas questões tenham continuado em aberto foi uma surpresa até mesmo para mim”. A porta-voz também acrescenta: “Nós, como associação Jugend für das Leben, acolhemos as medidas de prevenção do Ministério da Saúde para evitar qualquer uso não autorizado (ou abusivo) dos fetos abortados na Áustria”.

A quarta pergunta foi: “É conhecido pelo seu ministério se, quando e até que ponto os embriões e fetos abortados são entregues e/ou usados pelos médicos austríacos e pelas clínicas? Como é garantido que não se trate aqui de um negócio lucrativo ou ilegal?”. A ministra da Saúde respondeu que tais informações não são conhecidas pelo seu ministério.

A resposta foi “Não, não há nenhum levantamento estatístico” para a quinta pergunta: “Há números válidos sobre os abortos na Áustria e sobre a destruição de embriões? São conhecidos casos de abortos ilegais após a 12ª semana de gravidez?”. 

Na sétima questão, foram pedidos esclarecimentos sobre o conteúdo do termo de consentimento apresentado às mulheres antes de se submeterem à execução do aborto; em particular, se são dadas informações sobre as possíveis consequências psicológicas do aborto. Novamente, a resposta foi genérica: “Do ponto de vista profissional, uma consulta médica antes da execução de uma interrupção da gravidez deve incluir todos os pontos de vista importantes em relação à intervenção planeada (…)”.

A última pergunta: “Por que os embriões e os fetos expulsos não são enterrados obrigatoriamente como bebés natimortos, em especial para evitar o comércio ilegal de embriões ou fetos e também em referência aos aspectos psíquicos para a mulher, a fim de permitir a reelaboração do luto?”.

E aqui está a resposta: “Os casos de ‘cadáveres e túmulos’ pertencem por legislação e aplicação à competência exclusiva dos municípios”. A resposta foi chamada por Josef Mathias de “superficial”. De acordo com a Jugend für das Leben, os “dados” são “parciais” e não apresentam “qualquer clareza sobre as disposições legais”.

“No Ministério da Saúde não se sabe se e em que medida os fetos abortados por médicos e clínicas austríacas são distribuídos e utilizados. Há também poucas estatísticas sobre o número de abortos legais e ilegais”, prossegue a Jugend für das Leben.

“Com a minha solicitação parlamentar ao Ministério da Saúde, eu dei o primeiro passo para trazer à consciência pública uma problemática em relação à gravidez e ao aborto que não é apenas ética, mas também jurídica. Do meu ponto de vista, é necessário continuar a lidar com o problema porque se precisa de uma intervenção jurídica”, disse o Dr. Marcus Franz.

Para Franz, seria útil “uma investigação estatística oficial para se saber o número de abortos realizados, como há muito tempo já acontece em quase todos os países europeus. Eu estou convencido de que somente com base em dados válidos, obtidos anonimamente, podemos desenvolver um melhor apoio à vida e às mulheres que engravidam sem pretender”, conclui Franz.


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Padre Lombardi: “Há uma expectativa de salvação em todo o mundo”

O porta-voz do Vaticano celebra a missa de despedida do seu serviço como director da Rádio Vaticano

  Igreja e Religião

ZENIT

“Há uma expectativa de salvação, uma necessidade de salvação em todo o mundo”, à qual os comunicadores que trabalham na Igreja também devem saber corresponder, disse o padre Federico Lombardi na homilia da missa de despedida do seu serviço como director da Rádio Vaticano, celebrada na manhã de hoje na igreja de Santa Maria em Traspontina.

Concelebraram mons. Dario Edoardo Viganò, prefeito da secretaria para a comunicação, e mons. Lucio Ruiz, membro da mesma secretaria.

Foram três as palavras-chave da reflexão de Lombardi: “Missão, conversão, comunhão”.

Partindo das leituras do dia, o jesuíta citou as figuras bíblicas de Naman, o sírio, e da viúva de Sarepta, respectivamente, como emblema daqueles que são “aparentemente ricos, mas espiritualmente pobres e necessitados”, e daqueles que são “pessoas realmente pobres, mas que se confiam a Deus completamente, não tendo outro apoio com o qual contar”.

“Existem inúmeras esperas de salvação”, hoje, no mundo, nessas duas categorias de pessoas e em muitíssimas outras, “que precisam de ajuda, de esperança no Senhor”, disse o porta-voz vaticano. Jesus, como recordou o padre, “veio para trazer a Palavra de Deus até os confins da terra, para todos aqueles que têm necessidade material ou espiritual de salvação, para levar aquela misericórdia de que tanto falamos neste ano, para encontrar a todos, onde quer que estejam”. 

Lombardi finalizou convidando “a ampliar a visão a todas as esperas que existem no mundo todo e em todos os tempos, porque foi para isto que veio Jesus”.


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Ontem à noite, direto de Roma, a primeira audiência do cardeal com a Royal Comission sobre os abusos do clero australiano.

O prefeito para a Economia jura sobre a Bíblia e rejeita as acusações de encobrimento

  Igreja e Religião

Catholic Church England and Wales

Jura sobre a Bíblia dizer toda a verdade, o cardeal George Pell, antes de responder às perguntas da “Royal Commission into institutional Responses to Child Sexual Abuse”, a Comissão de investigação sobre as respostas das instituições aos abusos sexuais a menores nos anos 1970 e 1980, na Austrália. Antes, porém, o prefeito da Secretaria para a Economia faz uma premissa: “Deixe-me só dizer isso, como uma esclarecimento inicial, e que eu não estou aqui para defender o indefensável. A Igreja tem cometido grandes erros e está trabalhando para resolve-los”.

“A Igreja – acrescenta Pell – em muitos lugares, certamente na Austrália, negligenciou as coisas, deixou que as pessoas caíssem. Não estou aqui para defender o indefensável. Os defeitos foram em sua maioria pessoais, fracassos pessoas, mais do que de estrutura. No passado havia queixas razoáveis sobre abusos, mas o uso comum era de não relatá-los à polícia”.

O cardinal tem o seu interrogatório em hang-out do Hotel Quirinale da Via Nazionale, em Roma. A Comissão Real o havia convidado a visitar a Austrália para prestar depoimento, mas o prelado não pôde realizar uma viagem ao exterior. Problemas de hipertensão e doenças cardíacas, diz um atestado médico.

A audiência com a Comissão na sessão em Ballarat, em Melbourne, aconteceu na Sala Verdi do conhecido hotel, preparada para a ocasião ao vivo em áudio e vídeo. É a primeira de três audiências. Começou às 22 e terminou por volta das 2 da madrugada (horário de Roma). O prelado foi interrogado pelo legista da comissão Gail Furness, que começou o interrogatório perguntando a natureza do seu cargo no Vaticano.

“Algo equivalente a um tesoureiro”, respondeu Pell. Em seguida começaram as recordações a partir dos anos 70, quando era vice-pároco e um dos consultores do bispo Ronald Mulkearns na diocese de Ballarat com a “responsabilidade de aconselhar o bispo sobre a nomeação dos sacerdotes nas paróquias”. Passou, então, para 1987, quando foi nomeado, ele mesmo, bispo e no período de 1996-2001, com o cargo de arcebispo de Melbourne.

Na primeira fila, a “olhar nos olhos” do cardeal, com camisolas vermelhas que diziam “No More Silence”, havia um grupo de 15 pessoas. São o “Ballarat Survivors Group”, vítimas de abusos por membros do clero, liderados pelo porta-voz Andrew Collins e acompanhados por três psicólogos encarregados de dar-lhes assistência em uma eventual crise emotiva. Porque “não será fácil ver os símbolos do catolicismo em toda parte. Os hábitos, os crucifixos…”, como disse um dos sobreviventes em um chat durante a viagem a Roma.

Viagem que foi financia através de uma campanha de crowdfunding via web, na qual se pedia levantar pelo menos 55.000 dólares australianos ($ 39.000) para as despesas. Foi arrecadado 130 mil; todo o dinheiro excedente – informa o site – será doado para um instituto de serviço de saúde mental na diocese de Ballarat.

Precisamente a cidade natal de Pell está no olho do furacão, como palco de vários casos de abusos de menores entre os anos 60 e 80 e, consequentemente, suicídios entre as vítimas: 47 no total. Em Ballarat, só o Instituto dos “Irmãos Cristãos” foi chamado a responder por uns 850 crimes, com 281 religiosos envolvidos; a instituição até hoje teve que esvaziar os caixas e pagar 37 milhões de dólares de compensação. Mas, de acordo com o grupo, não é suficiente: estes mortos continuam a gritar justiça.

Em Ballarat, Pell tornou-se vigário apostólico encarregado de supervisionar a educação, em 1973. Em 1977, tornou-se parte do conselho da diocese de Melbourne que ajudava o bispo Mulkearns nas nomeações dos sacerdotes nas paróquias. De 1996 a 2001, ele foi arcebispo da diocese.

Durante o interrogatório, a Furness questiona duramente sobre o padre Gerald Ridsdale, o clérigo acusado por 138 casos de abusos sexuais pelos danos causados a 53 vítimas realizados por duas décadas e que actualmente está cumprindo pena em uma prisão. O seu nome rodou por muito tempo entre as paróquias, mais do que entre os departamentos policiais, e continuou a cometer crimes na diocese.

O Cardeal – que conhecia o sacerdote desde os tempos do noviciado e que o acompanhou também na sua primeira audiência do processo de julgamento do ano 93 – afirma que não sabia, na época, dos horrores cometidos por Ridsdale; admite, no entanto, que “foi uma catástrofe” não tomar providências contra ele e também acreditar na versão dos sacerdotes culpados mais do que na das vítimas que os acusavam. “Tenho que dizer que naquela época, se um sacerdote negava este tipo de comportamentos, eu era fortemente inclinado a acreditar nele”. 

Em seguida tocou-se no nome do padre Paul David Ryan, mas o prefeito para oa Secretaria da economia diz secamente: “Não tenho certeza de que Ryan fosse  pedófilo, eu não sou especialista sobre Ryan. Não tive muito a ver com a sua história”. Depois monsenhor John Day; sobre ele Pell disse que “a Igreja foi influenciada pelo fato de que algumas das acusações contra ele tinham sido retratadas”. Por fim, Edward Dowlan, professor no Colégio St. Patrick, uma das escolas dirigidas pelos Irmãos Cristãos, acusado de crimes sexuais em 20 meninos e condenado a 6 anos de prisão, também de domínio público na escola. O cardeal rejeita as acusações de encobrimento: “Eu tinha ouvido alguns rumores de comportamentos inapropriados” nos anos 70, diz, “concluí que fossem comportamentos pedófilos”.

A audiência vai continuar esta noite às 22:30, (horário de Roma). Esta manhã, no entanto, o cardeal prefeito foi recebido em audiência pelo Papa para uma das reuniões regulares com os chefes dos Dicastérios. Difícil imaginar que no colóquio se fale só dos orçamentos da Secretaria.

O nome de Pell, entre outras coisas, ressoou várias vezes entre os muros leoninos no último período. O primeiro a tocar no seu nome foi Peter Saunders, vítima de abusos, bem como um dos membros proeminentes da Pontifícia Comissão para a Protecção das Crianças, afastado do cargo “com umas férias não remuneradas”, como disse a Santa Sé; e depois demitido sem aviso prévio, como declarou ele mesmo.

Convidado no ano passado para o programa de televisão australiano 60 minutos, Saunders acusou o cardeal, indicado como “sociopata” que “está tomando a comissão do Papa e das Vítimas”. A ex-vítima exigia a renúncia do cardeal de suas posições importantes no Vaticano. A Secretaria para a Economia rapidamente respondeu definindo “falsas e enganosas” estas acusações e também os bispos australianos haviam tomado partido par defender o então arcebispo Sydney.

Como se não fosse suficiente, cerca de dez dias atrás, um jornal australiano acusou Pell directamente de abusos de uma jovem de 15 anos, durante um acampamento de verão em Philipp Island, em 1962, citando os relatórios de uma investigação da polícia do Estado de Victoria. “Acusações sem fundamento e absolutamente falsas”, sentenciou o cardeal. Em uma nota, o seu departamento resumia o “relatório Southwell,” uma investigação independente da Igreja, que exonerou o cardeal. “Os encargos relacionados com Phillip Island são públicos há 15 anos e o relatório Southwell que exonera o cardeal Pell é de domínio público desde 2002”, se lê.


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«Spotlight», Oscar a la mejor película: al recibirlo, una de cal y otra de arena para la Iglesia


C.L. / ReL  29 febrero 2016

Michael Sugar dijo las primeras palabras
de recepción del Oscar.
"Esta película da voz a los supervivientes y este Oscar amplifica esa voz, que esperamos se convierta en un coro que resuene en el Vaticano. Papa Francisco: es hora de proteger a los niños y restaurar la fe": con estas palabras recibió Michael Sugar, uno de los productores de Spotlight, el Oscar a la mejor película en la gala celebrada este domingo por la noche (hora local) en el Dolby Theatre de Hollywood.

El galardón estaba "cantado" para un film dirigido por Tom McCarthy y que recoge las investigaciones del Boston Globe en 2002 que condujeron al descubrimiento de decenas de casos de pederastia en la diócesis y su encubrimiento por el cardenal Bernard Law. Entre los intérpretes, un Michael Keaton que creció como católico y se ha mostrado en más de una ocasión orgulloso de sus orígenes, y un Mark Ruffalo que, sin embargo, horas antes de la gala hacía "campaña" para la película uniéndose a una protesta contra la Iglesia a las puertas de la catedral de Los Ángeles.

El film logró también el Oscar al mejor guión original, cuya estatuilla recogieron Josh Singer, quien se limitó a agradecimientos personales, y el mismo McCarthy, quien a esos agradecimientos unió un elogio al coraje de las víctimas y el deseo de que "esto no vuelva a suceder".

Michael Keaton dirige en la película la investigación, uno de cuyos reporteros es Mark Ruffalo.
La esperada alusión crítica a la Iglesia se matizó así con es "restaurar la fe" de Sugar que, al menos, diferencia los campos entre la fe y el mal causado por sus malos servidores. De hecho, las medidas introducidas ya por Juan Pablo II y su renovación, ampliación y aplicación estricta por parte de Benedicto XVI y Francisco, son extremadamente severas en una política de "tolerancia cero", sanción canónica y denuncia a las autoridades civiles.


En cuanto a Spotlight, "lejos de caer en el morbo y en la manipulación emocional, la película tiene un tono equilibrado y se centra en la intriga periodística", señala el crítico de cine Juan Orellana en Alfa y Omega: "Ciertamente se trata de una historia dolorosa, brillantemente contada, que pone al cardenal Law y a la Iglesia católica en el punto de mira. A pesar de lo terrible e injustificable de los hechos que llevaron al cardenal a renunciar a su cargo, y del indiscutible valor de la película, sería un error concluir que la pederastia es un fenómeno típico de la Iglesia católica cuando desgraciadamente es un hecho que afecta a la sociedad en general de manera alarmante. En ese sentido la película sería aun más ponderada si se abriera más al contexto cultural global en el que eso sucede y se mencionara el pansexualismo, y no el celibato, como uno de los factores que deben ser considerados al analizar el problema".

Pincha aquí para leer las consideraciones en torno a Spotlight del sacerdote Carlos F. Hernández-Sánchez, bloguero de ReL.


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