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terça-feira, 11 de junho de 2013

Um primeiro estudo em Itália demonstra o «efeito Francisco» em confessionários e paróquias

Mais pessoas confessam-se e interessam-se

Actualizado 20 de Maio de 2013

Darío Menor / La Razón
A insistência na capacidade de Deus para perdoar-nos é um dos ensinamentos importantes que deixou o Papa Francisco nos dois meses que leva no trono pontifício.

Jorge Mario Bergoglio já considerava quando era cardeal que a misericórdia constitui um dos pilares da fé cristã e agora, como bispo de Roma, não se cansa de pedir aos fiéis que «façam as pazes» com Deus e renovem assim a sua vida espiritual.

Estes contínuos convites, unidos ao excelente acolhimento que brindaram a Francisco todos os católicos, incluídos os afastados, estão tendo já as suas primeiras consequências tangíveis: os confessionários voltam a estar cheios.

Um primeiro estudo sugere-o
Em Itália já tentaram contabilizar o «efeito Francisco». A associação de laicos Alianza Católica, em conjunto com o Centro de Estudos sobre as Novas Religiões (Cesnur), realizou no mês passado uma investigação que apresenta resultados que corroboram este fenómeno.

64,2% dos sacerdotes e religiosos que participaram no estudo asseguram que aumentaram as confissões nas suas paróquias, enquanto 53% afirma que cresceu nas suas comunidades o número de pessoas que voltam a interessar-se pela Igreja. Na investigação também foram questionados leigos.

41,8% dos entrevistados sustenta ter notado nas paróquias mais fiéis que queriam confessar-se em relação a antes da eleição de Bergoglio como Papa.

O sociólogo Massimo Introvigne, director do Cesnur, considera que estes dados são «muito significativos» e que, se se transferirem a escala nacional, significariam que, só em Itália, centenas de milhares de pessoas estão voltando à Igreja pelos convites que lança Francisco.

Também na revista dos jesuítas
Do aumento das confissões dos católicos também se ocupou «La Civiltà Cattolica». Num artigo publicado em Fevereiro passado, a prestigiosa revista dos jesuítas identificava esta tendência como previa a eleição do novo Papa e dizia que estava protagonizada por pessoas de 40 e 50 anos, especialmente depois de ter voltado a ler o Evangelho.

Tratar-se-ia, pois, de um fenómeno que já aparecia com Bento XVI e que disparou com o grande valor da sua renúncia ao pontificado e com a emocionante chegada do seu sucessor.

Advertem-no numerosos párocos de toda a esfera católica e também o reconhecem no Vaticano, onde se denomina esta reacção popular perante o novo Papa como o «efeito Francisco».

Indícios na América Latina
O arcebispo colombiano José Octavio Ruiz Arenas, secretário do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, referiu-se a este aumento no número de fiéis que se confessam, alguns deles depois de décadas sem fazê-lo. «Em toda a América Latina, já desde a Semana Santa, manifestou-se esse desejo (de confessar) e de participar nas práticas eclesiais», disse Ruiz Arenas durante a apresentação no Vaticano da Jornada dos Movimentos Eclesiais, que teve lugar no sábado e que foi presidida por Francisco.

O número dois do «ministério» da Santa Sé encarregado da Nova Evangelização tem um amplo conhecimento da realidade eclesial na América Latina, pois foi vice-presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Comentou Ruiz Arenas que a informação sobre o aumento de católicos que queriam confessar-se a confirmaram os bispos colombianos e mexicanos que foram no passado domingo à canonização em Roma da Madre Laura e da Madre Lupita.

O arcebispo italiano Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, assegurou que em Itália numerosos sacerdotes também perceberam este fenómeno. Segundo Fisichella, os párocos contaram-lhe que Francisco, com os seus gestos e as suas palavras, conseguiu «tocar o coração» dos fiéis e fazê-los assim voltar às igrejas.


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