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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Que o nosso falar seja evangélico como o das crianças e não hipócrita como o dos corruptos

Homilia do Papa Francisco na missa diária celebrada na capela da Casa Marta


Roma, 04 de Junho de 2013


A missa desta manhã estava particularmente cheia. Concelebraram o Patriarca dos Católicos Arménios, Nerses Bedros XIX Tarmouni, o Mons. Fernando Vianney, bispo de Kandy no Sri Lanka e ainda o Mons. Jean Luis Brugues da Biblioteca Apostolica Vaticana, acompanhado de um grupo de colaboradores. Também estiveram presentes a Presidente e o Director-Geral da Rai Anna Maria Tarantola e Luigi Gubitosi, respectivamente.

Conforme divulgado pela Radio Vaticana o Papa Francisco se deteve na cena evangélica proposta na liturgia diária do tributo a César e da traiçoeira pergunta dos fariseus a Cristo sobre a legitimidade daquele tributo. “Quando perguntam, com palavras macias, açucaradas, se é lícito ou não pagar impostos a César, eles tentam demonstrar-se amigos, mas é tudo falso!”. “Eles não amam a verdade, mas somente a si mesmos e assim, tentam enganar, envolver os outros na mentira. Têm o coração mentiroso, não podem dizer a verdade” - explicou o Papa. “Esta a linguagem da corrupção, da hipocrisia”.

A hipocrisia – insistiu o Santo Padre - não é uma linguagem de verdade, porque a verdade nunca vai sozinha. Nunca! Vai sempre com o amor! Não existe verdade sem amor. O amor é a primeira verdade. Os protagonistas de hoje “querem uma verdade escrava dos seus próprios interesses”, utilizando uma “linguagem persuasiva” que os fazem parecer “tão amáveis”, mas ao final - afirmou o Papa - foram os mesmos que na quinta-feira à noite o pegaram no Jardim das Oliveiras e o levaram sexta-feira a Pilatos”.

Existe um amor - acrescentou - mas é o amor de si mesmo, amar a si mesmo. Aquela idolatria narcisista que os leva a trair os outros, leva-os ao abuso de confiança". Em contrapartida, a docilidade que Jesus espera de nós, “não tem nada a ver com esta adulação, com este modo ‘açucarado’ de ir avante. A docilidade é simples; é como a de uma criança, e as crianças não são hipócritas, porque não são corruptas”.

O Santo Padre convida a um exame de consciência: “Nós falamos a verdade, com amor, ou falamos aquela ‘língua social’ de sermos educados, de dizer coisas bonitas, mas que não sentimos?

“Que o nosso falar seja evangélico, irmãos! - Exortou o Papa-. Pois os hipócritas que começam com a adulação acabam procurando falsas testemunhas para acusar quem haviam adulado. Peçamos ao Senhor que o nosso modo de falar seja simples, como o de filhos de Deus, que falam com a verdade do amor”.



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