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sábado, 1 de junho de 2013

Primeiro Corpus Christi do Papa Francisco em Roma

O pontífice fez a pé o caminho da procissão atrás da Custódia


Roma, 31 de Maio de 2013


A festividade e procissão do Corpus Christi também aconteceu ontem em Roma. É a primeira do papa Francisco, que, depois da missa na Basílica de São João encabeçou a procissão do Corpus Christi até a Basílica de Santa Maria Maior. Ao contrário dos seus antecessores, que estavam no veículo que levava o ostensório, o Papa Francisco fez o percurso a pé, caminhando atrás da Custódia.

Os milhares de fieis reunidos na praça de São João de Latrão, na frente da basílica que tem o mesmo nome, aguardavam o início da celebração rezando o santo terço e cantaram o Salve Regina. A Eucaristia foi do lado de fora da basílica, para permitir a presença da multidão.

A solenidade chamada de Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, é uma das principais do ano litúrgico da Igreja católica e se celebra nove dias depois de Pentecostes. Originou-se na Bélgica em 1247, para reafirmar a presença de Cristo na Eucaristia por causa da tese negacionista de Berengário de Tours, que dizia que a presença de Jesus era meramente simbólica. Em 1264, o Papa Urbano IV estendeu a solenidade para toda a cristandade com a bula Transiturus de hoc mundo. E com o papa Nicolau V, em 1447 começa a procissão pelas ruas de Roma.

São João de Latrão é a catedral de Roma e a sede do bispo desta cidade, que é o Papa, e encabeça essa procissão enquanto é o bispo de Roma.

"Esta noite - disse o Santo Padre, dirigindo-se aos fiéis presentes – nós somos a multidão do evangelho, também nós procuramos seguir Jesus, para escutá-lo, para entrar em comunhão com Ele na eucaristia, para acompanhá-lo e para que nos acompanhe”.

"E diante da necessidade da multidão – lembrou o papa – a solução dos discípulos era ‘cada um pense em si mesmo’ e dispersar a multidão”.  E lamentou: "Quantas vezes nós, cristãos, temos esta tentação! Não cuidamos das necessidades dos outros e os dispensamos com um piedoso ‘Boa sorte’”. E pediu “para ser instrumentos de comunhão, para compartilhar com Ele e com nosso próximo o que nós somos. Então – concluiu o pontífice – nossa existência será verdadeiramente fecunda”.

Depois da missa, a procissão saiu de ‘São João de Latrão’ e foi pela avenida Merulana, uma antiga avenida, até a basílica de ‘Santa Maria Maior’. Durante o percurso de aproximadamente 1,3 Km vários grupos, associações e confrarias acompanharam a procissão, com grande variedade de bandeiras, símbolos e hábitos religiosos, dos Cavaleiros da Ordem de Malta, aos escuteiros, passando pelos Arautos o Evangelho e um grupo da Irmandade do Senhor dos Milagres do Peru.

Também participava da manifestação o numeroso público localizado nas calçadas ao longo do caminho, atrás das barreiras de protecção, muitos deles com velas acesas.

O papa Francisco acompanhou em oração o Santíssimo sacramento que estava exposto num ostensório, seguido pelo cardeal vigário Agostino Vallini, os cardeais, os bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, e os milhares de fieis que participaram.

Depois de chegar na Basílica de Santa Maria Maior, o santo padre deu a bênção eucarística concluindo assim a procissão do Corpus Christi.

A procissão teve períodos de ausência, como o período de 63 anos desde a queda de Roma, na unificação italiana, até 1933, quando Pio XI a recomeçou. Depois foi descontinuada e o papa João Paulo II, que devido ao regime comunista na Polónia não a podia realizar, não aceitou a ideia de que numa cidade como Roma se tivesse perdido a tradição e revitalizou-a em 1979 apesar do cepticismo daqueles que consideravam que já não era possível fazê-la. As primeiras foram com poucas pessoas, e aos poucos foi aumentando até hoje, que já são milhares os que participam.

O arcebispo emérito de Czestochowa, Stanislaw Nowak, lembrou em uma entrevista concedida a ZENIT que, quando "o então cardeal Karol Wojtyla foi eleito papa, renovando e celebrando a primeira procissão em Roma, ao mesmo tempo as autoridades comunistas da Polónia concederam a autorização para que a procissão do Corpus Domini voltasse à praça principal de Cracóvia. E isso para nós foi uma grande alegria”. http://www.zenit.org/it/articles/giovanni-paolo-ii-e-il-corpus-domini

(Tradução do original espanhol por Thácio Siqueira)



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