Um apelo de dom Héctor Aguer, arcebispo de La Plata
Madrid, 03 de Junho de 2013
Dom Héctor Aguer, arcebispo de La Plata, Argentina, e
presidente da Comissão Episcopal para a Educação Católica naquele país,
fez um apelo por “uma educação para a solidariedade; uma educação com
sentido plenamente cristão, católico; uma educação na caridade”. O
pedido foi feito em sua reflexão televisiva semanal no programa Claves para un Mundo Mejor, do canal América TV.
Aguer recordou que existe nas escolas argentinas “uma matéria
chamada Construção de Cidadania”, que tem “como primeiro objectivo educar
para a cidadania e construir cidadãos”. E se perguntou: “Como educar um
cidadão se não se educa a pessoa? Se não se transmitem para essa pessoa
valores fundamentais como, por exemplo, o senso de justiça, de respeito
e de solidariedade?”.
“As pessoas pedem justiça, mas não percebem que falta algo na justiça
quando ela não vem junto com a solidariedade, quando ela não é
complementada e animada, diríamos nós, pelo amor ao próximo, pela
caridade”, afirmou o prelado, acrescentando: “Quem educa na
solidariedade? Onde? A escola pode tentar, sem dúvida, e eu acho que, no
sistema educativo católico, este é um dos objectivos fundamentais. É um
aspecto principal daquilo que podemos chamar de educação para a vida
social. A virtude social por excelência é a justiça, elevada e
completada pela solidariedade”.
O arcebispo explicou que “a escola pode fazer muito neste sentido,
mas, antes que a criança chegue à escola, a família é que é a grande
educadora; é a família que deve educar na solidariedade. Esta tarefa
pressupõe uma família consolidada, uma família estável. Hoje em dia, a
situação é crítica em muitas famílias, diminuindo a potencialidade
educadora. Uma família que possa criar os filhos dignamente e
orientá-los nos valores fundamentais da vida; disso depende o futuro da
cidadania… Na família, os numerosos irmãos se educam entre si. A família
os educa, é claro, mas eles educam a si mesmos na solidariedade”.
Dom Héctor Aguer sustentou ainda que “há outros factores educativos de
importância, entre eles o ambiente social, o clima social. Isso também é
fundamental. Quando vemos tantos exemplos de egoísmo, de enriquecimento
desmesurado, tantas diferenças económicas e sociais que vão até se
agravando em vez de diminuir, tudo isso conspira contra uma educação na
solidariedade”.
Por último, o prelado destacou que “está em jogo algo fundamental não
só para o futuro da humanidade, mas para a felicidade da própria
pessoa. Ninguém pode ser feliz pensando exclusivamente em si mesmo ou se
colocando acima de tudo, porque o homem foi feito para amar e ser
amado, e é nisto que consiste a felicidade”.
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