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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Novembro não rima com ateísmos filosóficos


Os grandes pensadores ateus dos últimos séculos, alegaram a impossibilidade da existência de um Deus que seja um “Nada” e ao mesmo tempo a causa de si mesmo. Este Deus que é o “Nada”, naturalmente não é o Deus dos cristãos nem o Deus da Bíblia, mas uma mistura muito peculiar de alguns filósofos racionalistas, como Spinoza, Kant e Hegel, entre outros.

Baruk Spinoza era judeu, embora não praticante e concebeu uma pura ideia de um deus meramente filosófico, defendendo que não poderia existir nenhuma substância à margem de Deus, identificando Este com a Natureza e resultando desta união uma forma de panteísmo. Assim temos um deus imanente e não transcendente, as religiões seriam todas sem conteúdo, reduzidas a um culto externo, sem fé ou a uma mera ideologia alienante no reino mágico da especulação das ideias filosóficas de então.

Curiosamente, os pensadores ou filósofos que se lhes seguiram foram totalmente influenciados por estes considerandos, pelo que nem se preocuparam em averiguar, estudar ou investigar os conteúdos teológicos das religiões monoteístas - judeísmo, cristianismo ou islamismo.

Assumindo a nova moda tão divulgada nos ambientes elitistas de então, intelectuais e políticos, não hesitaram em descartar o sentido do religioso na sociedade, na literatura, nas artes e na educação.

Ainda hoje sentimos o resultado destas atitudes, as quais se foram agravando, duma forma extremamente laicizante ou até mesmo ostracizante, sem qualquer pudor ou repúdio por parte das entidades responsáveis pela liberdade religiosa.

Paradoxalmente, assistimos um pouco por todo o país a um desabrochar de vocações, de intervenções formativas em muitas Paróquias, de jovens profundamente empenhados em querer descobrir Jesus, conhecê-Lo e amá-Lo, acompanhados por Sacerdotes e Leigos que se dedicam à sublime Missão de serem “pescadores de homens”.

A evolução dum mundo ausente de Deus, instalou um vazio existencial nas pessoas, uma ausência de sentido de vida que lhes despertou uma ânsia e necessidade de retornar à metafísica, em busca da essência do ser humano, envolvido numa antropologia integral que impele ao retorno a Deus, ao conhecimento de jesus Cristo e à riqueza do Evangelho, rumo à salvação n´Ele prometida, alimentados pela certeza de que todos somos chamados à Santidade.

O tempo urge, novembro nos recorda que o Céu espera por nós, a filosofia é por definição o amor à sabedoria, mas não esqueçamos que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Não posso deixar de citar Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua circunstância”.

Tenho o maior respeito e admiração por todos os grandes pensadores que dedicaram a sua vida ao Pensamento, à procura da Verdade, muitas vezes abdicando de vidas fáceis ou até com muitos sacrifícios, mas em matéria de salvação da alma ou de Amor a Deus, não abdico dos ensinamentos da Santa Madre Igreja, fundada por Jesus Cristo para nos conduzir ao Pai.


Maria Susana Mexia


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