Os grandes pensadores ateus dos últimos séculos, alegaram a impossibilidade da existência de um Deus que seja um “Nada” e ao mesmo tempo a causa de si mesmo. Este Deus que é o “Nada”, naturalmente não é o Deus dos cristãos nem o Deus da Bíblia, mas uma mistura muito peculiar de alguns filósofos racionalistas, como Spinoza, Kant e Hegel, entre outros.
Baruk Spinoza era judeu, embora não praticante e concebeu uma pura ideia de
um deus meramente filosófico, defendendo que não poderia existir nenhuma
substância à margem de Deus, identificando Este com a Natureza e resultando
desta união uma forma de panteísmo. Assim temos um deus imanente e não
transcendente, as religiões seriam todas sem conteúdo, reduzidas a um culto
externo, sem fé ou a uma mera ideologia alienante no reino mágico da
especulação das ideias filosóficas de então.
Curiosamente, os pensadores ou filósofos que se lhes seguiram foram
totalmente influenciados por estes considerandos, pelo que nem se preocuparam
em averiguar, estudar ou investigar os conteúdos teológicos das religiões
monoteístas - judeísmo, cristianismo ou islamismo.
Assumindo a nova moda tão divulgada nos ambientes elitistas de então,
intelectuais e políticos, não hesitaram em descartar o sentido do religioso na
sociedade, na literatura, nas artes e na educação.
Ainda hoje sentimos o resultado destas atitudes, as quais se foram
agravando, duma forma extremamente laicizante ou até mesmo ostracizante, sem
qualquer pudor ou repúdio por parte das entidades responsáveis pela liberdade
religiosa.
Paradoxalmente, assistimos um pouco por todo o país a um desabrochar de
vocações, de intervenções formativas em muitas Paróquias, de jovens
profundamente empenhados em querer descobrir Jesus, conhecê-Lo e amá-Lo,
acompanhados por Sacerdotes e Leigos que se dedicam à sublime Missão de serem
“pescadores de homens”.
A evolução dum mundo ausente de Deus, instalou um vazio existencial nas
pessoas, uma ausência de sentido de vida que lhes despertou uma ânsia e
necessidade de retornar à metafísica, em busca da essência do ser humano,
envolvido numa antropologia integral que impele ao retorno a Deus, ao
conhecimento de jesus Cristo e à riqueza do Evangelho, rumo à salvação n´Ele
prometida, alimentados pela certeza de que todos somos chamados à Santidade.
O tempo urge, novembro nos recorda que o Céu espera por nós, a filosofia é
por definição o amor à sabedoria, mas não esqueçamos que Jesus Cristo é o
Caminho, a Verdade e a Vida.
Não posso deixar de citar Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua
circunstância”.
Tenho o maior respeito e admiração por todos os grandes pensadores que dedicaram a sua vida ao Pensamento, à procura da Verdade, muitas vezes abdicando de vidas fáceis ou até com muitos sacrifícios, mas em matéria de salvação da alma ou de Amor a Deus, não abdico dos ensinamentos da Santa Madre Igreja, fundada por Jesus Cristo para nos conduzir ao Pai.
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