O Santo Padre reflecte na parábola do Bom Samaritano e indica que para
conseguir a vida eterna devemos amar a Deus sobre todas as coisas e o
próximo como a nós mesmos
Audiencia Geral CTV- Centro Televisivo Vaticano |
Na audiência geral desta quarta-feira, 27, o Santo Padre recebeu
cerca de 25 mil fiéis na Praça de São Pedro. A sua reflexão esteve
baseada na parábola do Bom Samaritano.
“O primeiro ensinamento na parábola é este: não é automático que quem
frequenta a casa de Deus e conhece a sua misericórdia sabe amar o
próximo. Você pode conhecer toda a Bíblia, toda a teologia, mas o amor…
vai por outro caminho! Diante do sofrimento de tanta gente que sofre
fome, violência e injustiças, não podemos ser meros espectadores.
Ignorar o sofrimento do homem significa ignorar Deus!”, afirmou o Papa.
Francisco prosseguiu destacando o centro da parábola: o samaritano, o
desprezado, aquele que também tinha seus afazeres, faz de tudo para
salvar esse homem, ‘moveu-se de compaixão’. “Esta é a diferença”, disse,
“os outros dois viram, mas seus corações ficaram impassíveis enquanto o
coração do bom samaritano estava ‘sintonizado’ com o coração de Deus.
Em seus gestos e ações, identificamos o agir misericordioso de Deus: é a
mesma compaixão com que o Senhor vem ao encontro de cada um de nós.
“Ele não nos ignora, conhece nossas dores, sabe que precisamos de
ajuda e consolação. Ele vem perto de nós e nunca nos abandona”.
O samaritano doou-se completamente ao homem que necessitava,
empregando cuidado, tempo e até dinheiro. “E isto nos ensina que a
compaixão, o amor, não é um sentimento vago, mas significa cuidar do
outro, comprometer-se, identificar-se com ele: “Amarás o próximo como a
ti mesmo”, é o mandamento do Senhor.
Concluindo a parábola, Jesus perguntou Jesus “Qual dos três foi o
próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”. E a resposta é
indiscutível: “Aquele que teve compaixão dele”.
Francisco explicou que o ‘próximo’ foi o samaritano, porque se
aproximou do moribundo. “Não devemos classificar os outros e ver quem é
próximo e quem não o é. Podemos nos tornar próximos de quem quer que
esteja em necessidade, e o seremos se tivermos compaixão em nosso
coração”.
“Esta parábola – concluiu – é um lindo presente, e um compromisso,
para todos nós. “Vai e faz tu a mesma coisa”, disse Jesus ao Doutor da
lei. Somos todos chamados a percorrer o mesmo caminho do samaritano,
que retrata Cristo: “Jesus se inclinou sobre nós, se fez nosso servo, e
assim nos salvou, para que nós possamos nos amar, como Ele nos amou”.
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