Desde o começo da Criação que o homem teve de trabalhar.
O trabalho foi desde o princípio um preceito para o homem, uma exigência da sua condição de criatura e expressão da sua dignidade. Foi através dele que as civilizações conseguiram se desenvolver e alcançar o nível actual.
Sabemos que o trabalho gera conhecimento, riquezas materiais, satisfação pessoal e desenvolvimento económico. Por isso ele é e sempre foi muito valorizado em todas as sociedades.
O trabalho possibilita ao homem concretizar os seus sonhos, atingir as suas metas e objectivos de vida, além de ser uma forma de expressão.
É no entanto frequente observar que a sociedade materialista dos nossos dias aprecia os homens “pelo que ganham”, pela sua capacidade de obter um maior nível de bem-estar económico etc. Acontece que o trabalho está em “crise”, porque não há emprego, porque ameaçam despedimentos, baixam ordenados etc. Mas as crises económicas convidam-nos a rever o seu significado humano e de fé.
A vida familiar torna-se insegura e angustiada. Mas vamos olhar para o trabalho como uma forma de amar. Seja qual for o trabalho é sempre digno e pode-se tornar divino. Basta fazer tudo com empenho, criatividade e amor.
Quando a pessoa realiza o trabalho bem feito, também contribui para a sua auto estima, satisfação pessoal e realização profissional.
Pensemos no valor que damos às nossas ocupações, no esforço que pomos em acabá-las com perfeição, com competência profissional. Ter gosto pelo trabalho é talvez o primeiro passo para dignificá-lo e para elevá-lo ao plano sobrenatural.
Faz tudo por Amor e comprovarás as maravilhas que produz o teu trabalho, precisamente porque o amas, embora tenhas que saborear a amargura da incompreensão, da injustiça, da ingratidão e até do próprio fracasso humano.
No entanto temos que pensar que o trabalho é um meio. Não tornar o trabalho o centro da nossa vida. Não é uma espécie de “imposto” que há que pagar para dispor do necessário para ser feliz.
O trabalho também deve ser uma expressão de solidariedade para com todas as pessoas com as quais nos põe em contacto, aos quais nos permite servir e demonstrar amizade e fraternidade. Nesta troca de sentimentos e afectos compete à família educar para o trabalho. Os pais devem mostrar aos filhos quanto trabalho se esconde por trás de cada alegria.
A Igreja ao apresentar-nos S. José como modelo, não se limita a louvar uma forma de trabalho, mas a dignidade e o valor de todo o trabalho honrado. O trabalho é o eixo da nossa santificação. Todo o trabalho honrado pode ser oração, e todo o trabalho que é oração é apostolado. Mantém vivo o interesse pelo teu trabalho por mais humilde que seja, é um verdadeiro bem nesta época de constante mudança.
É importante, assim, que estejas em paz com Deus seja qual for a tua concepção d’ Ele, e em paz com a tua alma, sejam quais forem os teus anseios e aspirações no ruidoso tumulto da vida.
Luisa Loureiro
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