Os protestos ocorreram frente às instalações do Gabinete de Ligação Hong
Kong-China, e mobilizaram diversas organizações cristãs da antiga
colónia britânica, nomeadamente a Comissão Católica para a Justiça e Paz
Foto: AIS |
Dezenas de cristãos, liderados pelo cardeal emérito de Hong Kong, D.
Joseph Zen, manifestaram-se no passado domingo exigindo que Pequim ponha
fim imediato à destruição de símbolos religiosos na China e à
libertação dos cristãos detidos no país. A informação é da AIS.
Os protestos ocorreram frente às instalações do Gabinete de Ligação
Hong Kong-China, e mobilizaram diversas organizações cristãs da antiga
colónia britânica, nomeadamente a Comissão Católica para a Justiça e
Paz.
Exigindo maior “respeito pela liberdade religiosa”, os manifestantes
depositaram no local flores em homenagem aos que, na China, morreram na
defesa desse direito inalienável do ser humano, recordando que, apenas
desde o final de 2013, já foram demolidas ou removidas mais de duas mil
cruzes em igrejas ou templos cristãos na província de Zhejiang.
Segundo a fundação AIS o caso mais recente, ocorrido no passado dia
14 de Abril, teve consequências trágicas, com o falecimento de uma
cristã que procurava opor-se à demolição da igreja local.
Li Jiangong, uma cristã pertencente a uma comunidade protestante
clandestina em Zhumadian, província de Henan, procurou opor-se,
juntamente com o marido, o pastor Ding Cuimei, à demolição da igreja que
servia de culto à sua comunidade, colocando-se frente ao bulldozer de
uma empresa contratada pelas autoridades para a destruição do edifício.
Apesar disso, foi dada ordem para a continuação dos trabalhos, o que
levou a que ambos ficassem soterrados. Ding Cuimei conseguiu escapar com
vida, mas a sua mulher, Li Jiangong, acabou por morrer. A polícia terá
então detido os dois membros da equipa de demolição mas não foram
revelados mais pormenores sobre este incidente.
A morte desta cristã ocorreu precisamente na véspera também do
desaparecimento de um sacerdote pertencente à chamada Igreja
Clandestina, fiel a Roma. Trata-se do padre Yang Jianwei, que pertence à
comunidade católica de Anzhuang, diocese de Baoding, e que foi visto a
última vez, segundo informação da AIS, ao início da tarde de
sexta-feira, dia 15, junto de uma zona onde se realizam habitualmente
exames de condução.
Este desaparecimento veio aumentar a inquietação junto da comunidade
cristã, estando na memória de todos, ainda, a morte recente, em Novembro
do ano passado, do padre Peter Wei, na cidade de Taiyuan, província de
Shanxi, também pertencente à Igreja Clandestina, fiel ao Papa.
in
Sem comentários:
Enviar um comentário