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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Roma: 17 ONGs católicas apresentam congresso sobre o clima

"As pessoas e o planeta em primeiro lugar: o imperativo de mudar de rumo" é o tema do evento

Roma, 01 de Julho de 2015 (ZENIT.org) Rocio Lancho García

“As pessoas e o planeta em primeiro lugar: o imperativo de mudar de rumo”. Este é o tema escolhido para o encontro a ser realizado nesta quinta-feira e sexta-feira na Universidade Augustinianum em Roma, organizado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz e pela Aliança Internacional de Organizações Católicas para o Desenvolvimento (CIDSE), uma rede formada por 17 ONGs atuantes especialmente na Europa e nos Estados Unidos.

Para apresentar o evento estiveram esta manhã na sala de imprensa da Santa Sé, a secretária do mencionado dicastério, Flaminia Giovanelli; a escritora e jornalista Naomi Klein; o professor Ottmar Edenhofer, vice-presidente do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) e o secretário-geral da CIDSE, Bernd Nilles.

Estava previsto a presença do Cardeal Peter Turkson, mas devido a uma viagem a Sra Giovanelli pronunciou o discurso em seu nome. Assim, destacou-se a questão central do Santo Padre na encíclica Laudato Si: Que tipo de mundo vamos deixar para aqueles que virão depois de nós, as crianças que estão crescendo? “Não pode ser um ambiente incapaz de sustentar a vida, ou um lugar de intermináveis ​​conflitos entre os povos", explicou.

O programa da conferência será centrado nas mudanças climáticas. Por isso, fazendo referência a recente encíclica do Papa recordou-se que "ele reconhece um consenso científico muito sólido sobre o forte aquecimento do sistema climático". Isto é, principalmente, o resultado da atividade humana, ou seja, o uso intenso e crescente de combustíveis fósseis. Em geral, sublinhou a secretária, “a mudança climática é um problema global com espectro de consequências graves: ambiental, social, económica e política".

Além disso, a Sra Giovanelli afirmou que a Conferência sobre Mudança Climática COP21, que acontecerá em Paris de 30 de novembro a 11 de dezembro, será crucial na identificação de soluções para a mudança climática. Para concluir, ela ressaltou que a dimensão política deve restabelecer o controle democrático sobre a economia e as finanças, ou seja, sobre as opções fundamentais feitas pela sociedade humana.

Por sua parte o professor Ottmar Edenhofer, vice-presidente do Intergovernmental Panel on Climate Change comentou a encíclica Laudato Si em sete pontos.

1- O encíclica indica as mudanças climáticas, a pobreza e a desigualdade como as principais mudanças éticas no século XXI. Por isso, é inapropriado reduzir a encíclica ao "ambientalismo" ou a um encíclica climática.

2- A encíclica se refere a atmosfera como propriedade comum da humanidade, um bem comum de todos e para todos.

 3- O Papa Francisco argumenta que a pobreza e a mudança climática só podem ser resolvidas em conjunto, e se não conseguirmos resolver um destes dois pontos o outro falhará. 

4- É fundamental um esforço global das classes altas e médias de parar de usar produtos com gases que danificam a atmosfera. As alterações climáticas terão efeitos que causam danos principalmente às classes pobres e, no futuro, a desigualdade será agravada.

5- Taxação da utilização de carvão para financiar o desenvolvimento sustentável. 

6- A encíclica sugere que a solução para esta crise global pode ser encontrada através da cooperação internacional, envolvendo nações, estados, autoridades locais, famílias e todos individualmente.

 7- A encíclica convida com urgência a um diálogo entre ciência, política, economia e religião.



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