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quinta-feira, 9 de julho de 2015

França: A receita de fé diante da crise climática

Elaborado por vários líderes religiosos do país, documento em vista da Conferência das Partes foi entregue ontem ao presidente Hollande

Roma, 03 de Julho de 2015 (ZENIT.org)

Cinco meses antes da grande chance de evitar um desastre global e irreversível, líderes religiosos da França lançam um apelo ao presidente François Hollande, tendo em vista a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (Cop21) prevista para dezembro, em Paris.

Em um documento conjunto, preparado em maio e entregue na quarta-feira, 1 de julho, os principais representantes religiosos do país, católicos, protestantes, ortodoxos, muçulmanos, judeus e budistas, elaboraram uma lista de exigências: sair da era dos combustíveis fósseis e aplicar medidas que não excedam um aquecimento global de mais de 2 graus centígrados; proteger as populações mais vulneráveis ​​dos impactos climáticos; promover um desenvolvimento ambientalmente responsável e lutar contra a pobreza.

O objetivo é que, por ocasião da Cop21, os governos do mundo adotem um acordo vinculado a pelo menos alguns postos-chaves no que diz respeito a utilização de fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis, a contenção do aquecimento global e apoiem o desenvolvimento das populações mais pobres.

Os líderes religiosos – informa o jornal L'Osservatore Romano - para a ocasião, aderiram ao #fastfortheclimate, movimento iniciado em 2013 por iniciativa do comissário filipino para o clima, Yeb Sano, que se tornou global e consiste em abster-se de comida no dia primeiro de cada mês.

No texto da declaração conjunta, os signatários afirmam que a crise climática é "um desafio moral e espiritual". Nesta perspectiva, "está em jogo, acima de tudo a nossa relação com a criação, entendida como um dom de Deus". Na verdade, "destruindo o meio ambiente, a humanidade destrói a si mesma. Preservando, no entanto, preservarmos a nós, nosso próximo e as futuras gerações". Os líderes religiosos chamam a ação para a proteção do meio ambiente e do clima através de uma reformulação de valores e comportamento. "Nós rejeitamos a indiferença e a ganância”, escrevem os líderes religiosos. “Estejamos abertos à compaixão e à fraternidade. Saiamos do nosso egoísmo. Sejamos solidários e tomemos como bússola o bem comum".

Os representantes das diferentes religiões que estiveram no Palácio Elysee foram: o Arcebispo Georges Pontier de Marselha, presidente do episcopado católico; o Metropolita Ortodoxa Emmanuel; o Presidente da Federação Protestante da França, François Clavairoly; o Rabino-chefe da França, Haïm Korsia; o Presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Anouar Kbibech.



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