Organizado em parceria pela Caritas,
arquidiocese e Universidade Católica do Sagrado Coração, encontro em
Milão apresenta e comenta o documento papal
Milão,
01 de Julho de 2015
(ZENIT.org)
"De finanças, o cidadão médio não entende nada e eu penso que isto
acontece porque não nos contam tudo. A tentação das finanças é a de
brincar com as pessoas, como nos dias de hoje na Grécia. O papa entra
nestas questões, organicamente, e nos convida a não separar as emoções
do pensamento", declarou o arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola, ao
comentar a encíclica "Laudato Si’" no encontro organizado pela Caritas,
pela arquidiocese e pela Universidade Católica do Sagrado Coração.
"A genialidade científico-cultural da encíclica é a unificação do pensamento ecológico, partindo da crise ambiental para chegar à crise económica e à ecologia da vida quotidiana, pessoal e social, inserindo neste contexto a questão da pobreza, do descarte, do mais fraco, desde o recém-concebido até o idoso", disse o cardeal Scola. "A vida humana não atinge o seu objetivo, que é a felicidade, se as pessoas não mantêm um relacionamento apropriado consigo mesmas, com a criação e com Deus. A perspectiva da unidade das pessoas entre si e com Deus é a única perspectiva que pode superar o desafio do Terceiro Milénio. Essa é a luta contra a fragmentação que temos de travar todos os dias, porque as ciências técnicas e as finanças nos forçam a ficar dentro desta fragmentação".
Segundo o purpurado, "o individualismo dos tempos modernos está virando narcisismo nesta era pós-moderna. A consequência é que a própria liberdade se inverte: em vez de nos dar energia para fortalecer os laços, ela se torna um fator de ruptura, seguindo um conceito de autodeterminação falso e não-relacional. Esta encíclica pode ter uma força incrível nos próximos anos, contribuindo para a civilização".
O reitor da Universidade Católica, Franco Anelli, observou que “a pedra angular da encíclica é a responsabilidade que nasce da ideia de que a natureza é criação. A interpretação da natureza como um presente é um pré-requisito para pôr fim ao mito moderno do desenvolvimento ilimitado, mas também para alicerçar a inteligência do homem”.
O diretor da Caritas inglesa, Neil Thorns, disse que "os grandes líderes são aqueles que conseguem pensar nos interesses das gerações futuras. Os pobres são os primeiros e mais duramente atingidos pela mudança climática", acrescentou, ressaltando que "esta encíclica nos diz que a solução não é a tecnologia, mas a relação entre o homem e a natureza".
"A leitura da encíclica não é fácil para quem trabalha no mundo do crédito e das finanças, porque o critério é o Evangelho. Para nós, crentes, este texto não pode ser visto como um ressurgimento do terceiro-mundismo ou uma carta que chega fora de hora da América Latina: a encíclica nos confronta com a incapacidade do nosso sistema de resolver os problemas que afetam uma ampla gama da humanidade", disse em seguida Carlo Fratta Pasini, presidente do Banco Popolare.
Para a professora Laura Palazzani, a questão da responsabilidade é crucial no documento papal: ele fala dos elementos naturais, vegetais e animais, de todos os seres humanos nas diversas fases de desenvolvimento e em todas as situações da vida, e o conceito de casa comum indica que todos são interdependentes e, portanto, responsáveis. "Se somos interdependentes, temos responsabilidade ecológica em relação às plantas e animais e responsabilidade social em relação aos indivíduos mais vulneráveis", afirmou Palazzani, para quem a questão dos cuidados também é muito interessante por expressar um conceito relacional: "O cuidado é um sinal de responsabilidade para com os fracos e frágeis, na lógica do dom e da generosidade. Em cada página há conceitos de microética, que afetam as nossas ações diárias".
O professor Pier Sandro Cocconcelli constatou que a pesquisa e a ciência estão no centro das reflexões desta encíclica: "Fiquei agradavelmente surpreso ao notar que a estrutura desta encíclica adota a de um trabalho científico e cita uma série de dados científicos. Sabemos que existem problemas, como as pesquisas orientadas pelos financiadores; as mesmas ferramentas podem produzir o bem comum ou a destruição. A ética deve guiar a nossa mão".
"A genialidade científico-cultural da encíclica é a unificação do pensamento ecológico, partindo da crise ambiental para chegar à crise económica e à ecologia da vida quotidiana, pessoal e social, inserindo neste contexto a questão da pobreza, do descarte, do mais fraco, desde o recém-concebido até o idoso", disse o cardeal Scola. "A vida humana não atinge o seu objetivo, que é a felicidade, se as pessoas não mantêm um relacionamento apropriado consigo mesmas, com a criação e com Deus. A perspectiva da unidade das pessoas entre si e com Deus é a única perspectiva que pode superar o desafio do Terceiro Milénio. Essa é a luta contra a fragmentação que temos de travar todos os dias, porque as ciências técnicas e as finanças nos forçam a ficar dentro desta fragmentação".
Segundo o purpurado, "o individualismo dos tempos modernos está virando narcisismo nesta era pós-moderna. A consequência é que a própria liberdade se inverte: em vez de nos dar energia para fortalecer os laços, ela se torna um fator de ruptura, seguindo um conceito de autodeterminação falso e não-relacional. Esta encíclica pode ter uma força incrível nos próximos anos, contribuindo para a civilização".
O reitor da Universidade Católica, Franco Anelli, observou que “a pedra angular da encíclica é a responsabilidade que nasce da ideia de que a natureza é criação. A interpretação da natureza como um presente é um pré-requisito para pôr fim ao mito moderno do desenvolvimento ilimitado, mas também para alicerçar a inteligência do homem”.
O diretor da Caritas inglesa, Neil Thorns, disse que "os grandes líderes são aqueles que conseguem pensar nos interesses das gerações futuras. Os pobres são os primeiros e mais duramente atingidos pela mudança climática", acrescentou, ressaltando que "esta encíclica nos diz que a solução não é a tecnologia, mas a relação entre o homem e a natureza".
"A leitura da encíclica não é fácil para quem trabalha no mundo do crédito e das finanças, porque o critério é o Evangelho. Para nós, crentes, este texto não pode ser visto como um ressurgimento do terceiro-mundismo ou uma carta que chega fora de hora da América Latina: a encíclica nos confronta com a incapacidade do nosso sistema de resolver os problemas que afetam uma ampla gama da humanidade", disse em seguida Carlo Fratta Pasini, presidente do Banco Popolare.
Para a professora Laura Palazzani, a questão da responsabilidade é crucial no documento papal: ele fala dos elementos naturais, vegetais e animais, de todos os seres humanos nas diversas fases de desenvolvimento e em todas as situações da vida, e o conceito de casa comum indica que todos são interdependentes e, portanto, responsáveis. "Se somos interdependentes, temos responsabilidade ecológica em relação às plantas e animais e responsabilidade social em relação aos indivíduos mais vulneráveis", afirmou Palazzani, para quem a questão dos cuidados também é muito interessante por expressar um conceito relacional: "O cuidado é um sinal de responsabilidade para com os fracos e frágeis, na lógica do dom e da generosidade. Em cada página há conceitos de microética, que afetam as nossas ações diárias".
O professor Pier Sandro Cocconcelli constatou que a pesquisa e a ciência estão no centro das reflexões desta encíclica: "Fiquei agradavelmente surpreso ao notar que a estrutura desta encíclica adota a de um trabalho científico e cita uma série de dados científicos. Sabemos que existem problemas, como as pesquisas orientadas pelos financiadores; as mesmas ferramentas podem produzir o bem comum ou a destruição. A ética deve guiar a nossa mão".
(01 de Julho de 2015) © Innovative Media Inc.
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