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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Putin promete o seu apoio a uma coligação regional contra o ISIS

Em uma reunião com o titular sírio de Relações Exteriores, Putin pediu para conjugar os esforços de todos os países da região

Roma, 30 de Junho de 2015 (ZENIT.org) Ivan de Vargas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin nesta segunda-feira prometeu o apoio de Moscovo a uma aliança regional contra o auto-proclamado califado islâmico (ISIS por sua sigla em Inglês), em uma reunião com o ministro do Exterior da Síria, Walid al Mualem. O líder russo disse que, para combater eficazmente o terrorismo e "as manifestações extremas de radicalismo, é necessário conjugar os esforços de todos os países na região."

Putin considera que todos os países da região estão dispostos a fazer sua parte na luta contra o grupo jihadista, e a Rússia poderia ser a catalisadora que una velhos adversários. Por esse motivo referiu-se também à "Turquia, Jordânia e Arábia Saudita", e fez um apelo para a Síria e outros Estados da região para ter um “diálogo construtivo com todos os países interessados ​​na luta contra o terrorismo".

A proposta de Putin foi recebida com algum ceticismo de Damasco. O ministro das Relações Exterior Sírio destacou que o seu Governo quer unir esforços na luta contra o terrorismo, mas manifestou dúvidas sobre a viabilidade da criação de uma ampla coligação anti-terrorista. Para Damasco, a Rússia tem sido o principal apoio político durante a guerra, e ninguém no Executivo sírio esquece como Putin parou a ideia de uma operação internacional contra o presidente Bashar al-Assad. Moscovo agora gostaria de reverter a situação e fazer uma coligação para ajudar Damasco combater os militantes do Califado Islâmico.

"O presidente Putin e a Rússia sob o seu governo alcançaram verdadeiros milagres, mas para montar uma coligação com a Turquia, Arábia Saudita, Qatar e Estados Unidos se necessita de um milagre ainda maior", disse Al Mualem em uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov. O ministro sírio disse que esses países "em vez de lutar contra o terrorismo, promovem com dinheiro e armas o terrorismo na Síria, derramando o sangue do povo sírio".

O chefe do Kremlin reconheceu que "entre vizinhos sempre ou, pelo menos, muitas vezes há atrito, mal-entendidos e problemas, mas por causa da luta contra o mal comum é necessário unir forças". Vladimir Putin também admitiu que as rivalidades entre sunitas e xiitas fazem que uma coligação região para lutar contra o grupo terrorista seja um “assunto complicado”. Mas, “se o Governo sírio considera conveniente, faremos de tudo para apoiá-los e utilizaremos nossas boas relações com todos os países da região para, pelo menos, tentar criar essa coligação", disse o presidente russo.

O papa Francisco recebeu no último dia 10, no Vaticano, o presidente russo, Vladimir Putin, em uma audiência privada de quase uma hora na qual discutiram a situação na Ucrânia e Oriente Médio. Foi o segundo encontro desde que o pontífice assumiu o comando da barca de Pedro.

Em um comunicado, o Vaticano disse que "sobre os conflitos na Síria e no Iraque foi confirmado substancialmente o acordo na urgência de promover a paz com o envolvimento concreto da comunidade internacional, garantindo, entretanto, as condições necessárias para a vida de todos os componentes da sociedade, incluindo as minorias religiosas, especialmente os cristãos".

De acordo com os últimos dados das Nações Unidas, cerca de 12 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária na Síria, 12 vezes mais do que em 2011, quando a guerra começou. Destes, 5,6 milhões são crianças. O número de pessoas deslocadas pelos combates já atingiu 7,6 milhões e outros 4 milhões tiveram de fugir do país. Desde o início do conflito, mais de 220 mil pessoas foram mortas e pelo menos um milhão ficaram feridas.

Enquanto isso, os crimes de guerra e a limpeza étnica retornaram ao Iraque em 2014 nas mãos do grupo terrorista liderado por Abu Bakr al-Baghdadi, que causou um conflito com mais de 10 mil civis mortos e uma grave crise humanitária depois de estabelecer o terror em grandes áreas do centro e norte do país.



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