A Comissão Nacional Justiça e Paz
divulgou um manifesto onde pede que todos os trabalhadores possam ter
“salários que permitam superar a pobreza e promover a realização integral de
cada pessoa e de cada família”. “Verificamos como o
salário que recebem muitos trabalhadores portugueses não lhes permite, a eles
e suas famílias, superar uma situação de pobreza enquanto privação de
recursos necessários a uma vida condigna no contexto social atual. Isso
verifica-se em grande número de trabalhadores que auferem o salário mínimo, sendo
que o salário médio também não se distancia muito deste. Mudar esta realidade
o mais rapidamente possível deverá ser um objetivo prioritário que mobilize
as empresas, a sociedade civil e as autoridades políticas”, assinala o
manifesto «Salários justos contra a pobreza», assinala. “Não é um ponto de chegada mas de caminho, que pretendemos que tenha efeitos práticos. O manifesto não é apenas uma publicação, mas esperamos que tenha repercussão pública”, sustenta. O professor e
investigador José António Pereirinha indicou
o aumento de 27% no seu salário de uma pessoa singular para atingir um
“patamar digno” e apontou a necessidade de se falar em “salários justos”. “Para uma pessoa
singular, o salário deveria ter um aumento de 27% para se alcançar um patamar
digno. Para pessoas com situações familiares o aumento regista-se nos 14%”,
precisou o professor de Economia do Bem-Estar e Economia Pública, na
Universidade de Lisboa, que durante a sua intervenção referiu
a necessidade de uma mudança: “Falar não apenas em salário digno, mas
passarmos a falar em salário justo”. Américo Monteiro,
dirigente da Liga Operária Católica, lamentou hoje a falta de diálogo para as
condições da contratação coletiva, com consequências nos baixos salários dos
trabalhadores. “Não havendo
contratação coletiva com qualidade, os trabalhadores estão com salários cada
vez mais baixos. O salário mínimo tem subido – tem sido considerável, mas não
quer dizer que seja bom porque há muita gente dos meios operários com as
tabelas mais juntas, e ficam todos com o salário mínimo nacional”, alertou o
responsável pelos trabalhadores cristãos, na conferência anual da Comissão
Nacional Justiça e Paz. “Se o governo quer
equilibrar situações, deve dizer que há pontos pelos quais não se devem
passar, quer para o salário máximo como para o mínimo”, acrescentou numa mesa
de debate
a que se juntou ainda Gabriel Esteves, da Juventude Operária Católica, e João
Pedro Tavares, da Associação cristã de Empresário e Gestores. O cardeal Mario
Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, explicou
à Agência ECCLESIA que os sete encontros continentais das próximas semanas,
com responsáveis das conferências episcopais, querem reforçar a “dimensão
sinodal” da Igreja. “Desejamos que as
conferências episcopais, após uma leitura do documento preparatório, após
terem refletido, após terem escutado as vozes das Igrejas particulares de
todo o mundo, continuem a aprofundar e a destacar ainda mais esta dimensão
sinodal da Igreja”, referiu o colaborador do Papa. A Assembleia
Continental europeia do Sínodo vai decorrer em Praga, República Checa, de 5 a
12 de fevereiro de 2023, numa organização do CCEE – Conselho das Conferências
Episcopais da Europa. Mas há mais para ler,
ver e ouvir em agencia.ecclesia.pt Encontramo-nos lá? Tenha um excelente
dia! |
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