A Comissão
Europeia reconhecia assim que, neste momento da História, carece de uma definição
satisfatória de educar bem. Talvez seja esta a razão pela qual é tão difícil
alcançar consensos neste tema tão importante.
Para superar
esta dificuldade, muitas pessoas empenham-se em procurar um terreno
ideologicamente neutro (esse terreno não existe) sobre o qual basear de um modo
não polémico a ação educativa.
Como diz
Gregorio Luri, muitos pensam que encontraram esse terreno na tecnologia e na
inovação. Quando duvidamos sobre aquilo que é o bem, substituímos este conceito
pelo de novo, que se converte num verdadeiro valor. Se algo é
apresentado como inovador já não necessita de justificar a sua pertinência
porque é, por definição, melhor que o anterior.
Será que na
educação devemos sempre inovar para obter melhores resultados? Segundo Luri, isso
seria verdade se não existissem permanências antropológicas.
Mas essas
permanências ficam obscurecidas quando olhamos só para o futuro e nos
esquecemos de olhar para trás e aprender com aqueles que nos precederam. Isto
chama-se formação humanista, que para muitos é perda de tempo, de eficácia e de
inovação.
É verdade
que Aristóteles não conseguiria entender a tecnologia atual, mas também é
verdade que se questionou sobre o sentido da vida e a necessidade de uma boa
educação, aspetos que continuam a ser profundamente atuais. Aquele homem que
viveu há tantos anos é igual a nós e tem para nos dizer coisas que nos são úteis
e práticas.
Não é possível educar bem (é diferente de instruir) a partir do relativismo e da falta de sentido. E isto é assim porque, como também disse o nosso autor antigo, «não há vento favorável para os barcos que desconhecem o seu destino».
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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