"Crescente tensão"
“Uma multidão” atacou a Igreja do Sagrado Coração, em Bastar, na região central da Índia, “atirando pedras contra o edifício, arrombando a porta de entrada e destruindo tudo o que se encontrava no interior”, avançou esta quinta-feira, 5 de janeiro, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), alertando para a “crescente tensão” que tem vindo a registar-se no país, com “grupos radicais hindus a mobilizarem as populações, instigando-as contra os cristãos”.
“A situação é muito tensa”, descreveu o pároco local, Jomon Devasia, em declarações à agência AsiaNews. “A igreja, que tem mais de 50 anos, foi reconstruída há cinco anos e agora está tudo destruído”, lamentou.
De acordo com a AIS, a tensão tem vindo a crescer “desde há várias semanas”. Em causa está a acusação de conversões forçadas por parte dos cristãos e a prática do que os grupos radicais hindus classificam como sendo uma “religião estrangeira”.
No início do mês de dezembro, houve incidentes contra os cristãos em dezenas de aldeias no estado de Chhattisgarh, com a destruição de três igrejas, refere a fundação pontifícia. Mais recentemente, no dia 27 de dezembro, ocorreu outro ataque, desta vez à Igreja de Santa Maria, na cidade de Mysuru, no estado de Karnataka.
No mais recente relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, elaborado pela Fundação AIS e publicado em novembro do ano passado, é referido que a vitória do partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP) na Índia reforçou e encorajou “um clima no qual as minorias são marginalizadas”, constatando-se que, no período em análise (2020 a 2022), houve “mais de 800 ataques a cristãos”, o que significou “um aumento recorde” face ao relatório anterior.
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