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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Uma universidade católica para breve em Timor

Bispo de Díli já pediu


 | 21 Jul 21

secretárias escola

A língua oficial de ensino na futura universidade será o português e há já 50 professores, todos com mestrado e doutoramento, candidatos a ensinar. Foto: Direitos reservados.

 

Uma universidade católica pode nascer dentro de poucos meses – três a seis – se o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura (MESCC) der luz verde ao pedido apresentado pelo Instituto Religioso Católico, da arquidiocese de Díli. Essa é, pelo menos, a garantia dada por um funcionário governamental citado pelo Vatican News nesta quarta-feira, 21 de Julho.

A mesma fonte adianta que o pedido foi apresentado formalmente ao MESCC pelo arcebispo Virgílio do Carmo da Silva no passado dia 16. “É a realização de um sonho não só meu, mas de toda a Arquidiocese de Díli, afirmou o bispo, membro dos Salesianos.

D. Virgílio esclareceu que a ideia foi apoiada e promovida desde o tempo em que a diocese era dirigida por D. Carlos Filipe Ximenes Belo enquanto bispo de Díli (1983-2002) e pelo seu sucessor, Alberto Ricardo da Silva (2004-15).

“Começaremos com faculdades que cobrem as ciências sociais, educação e ciências humanas. E no próximo ano vamos instituir outras duas faculdades de agricultura e medicina”, explicou o bispo, citado pela mesma fonte. A teologia já é ensinada na formação dos seminaristas.

De facto, já nos anos 1990 houve vários contactos do bispo Ximenes com a Universidade Católica Portuguesa (UCP). Mas, depois, esses contactos passaram a ser feitos directamente com instituições do Vaticano, disse ao 7MARGENS o padre Peter Stilwell, ex-reitor da Universidade de São José, em Macau, e antigo director da Faculdade de Teologia da UCP. Enquanto responsável da UCP e, depois, já em Macau, Stilwell esteve em Timor para averiguar das hipóteses de colaboração.

“Já não é a primeira vez que se fala disso e o bispo de Baucau [D. Basílio do Nascimento] tinha também esse desejo. Se agora o conseguirem é excelente, seria importante haver uma universidade católica em Timor-Leste”, diz.

Ainda segundo o Vatican News, a língua oficial de ensino na futura universidade será o português. E há já 50 professores, todos com mestrado e doutoramento, candidatos a ensinar. Para a estrutura, a universidade seria acolhida para já pelo Instituto de Ensino Superior de São José, em Balide, nos arredores de Dili, cujo edifício já está concluído a 80%, diz o bispo.

“A qualidade será o grande desafio”, diz o padre Peter Stilwell, admitindo que o nível de ensino pré-universitário e universitário está ainda a dar os primeiros passos na integração internacional. “Uma universidade leva muito tempo a formar e a atingir patamares de qualidade”, acrescenta.

Antiga colónia portuguesa, descolonizada em 1975 e ocupada pela Indonésia no final do mesmo ano, Timor-Leste resistiu tenazmente ao seu vizinho gigante e acabou por, na sequência de um referendo aceite pela Indonésia, proclamar a independência reconhecida internacionalmente desde 20 de Maio de 2002. Além das Filipinas, Timor-Leste é o outro país da Ásia com maioria católica, com a quase totalidade da sua população de 1 milhão e 300 mil habitantes a confessar-se católica.



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