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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Alívio no desembarque na Sicília de mais de meio milhar de migrantes

Resgatados no Mediterrâneo

 | 10 Jul 21

migrantes mediterraneo Flavio Gasperini SOS Mediterranee

Com a situação a atingir o limite do perigo, devido ao estado emocional dos socorridos e à falta de alimentos, na noite de quinta-feira chegou a notícia de que poderiam desembarcar numa pequena cidade do leste da Sicília. Foto © Flavio Gasperini/SOS Mediterranée.

 

Foram quatro dias que pareceram uma eternidade. Com 572 migrantes dentro do navio Ocean Viking, recolhidos no Mediterrâneo entre quinta e segunda-feira, dia 5, a situação a bordo tinha-se tornado insustentável. Esta sexta-feira, finalmente, as centenas de pessoas puderam pôr os pés em terra firme.

Ainda na véspera, à tarde, era lançado o apelo: “Se uma solução não for encontrada até esta noite, o Ocean Viking terá que buscar abrigo a leste da Sicília amanhã [dia 9]. Designar rapidamente um local seguro para aqueles que são resgatados no mar não é apenas um dever moral, é uma obrigação legal”, escrevia a partir do Ocean Viking Luisa Albera, coordenadora de busca e salvamento da ONG francesa SOS Méditerranée.

“Um navio – acrescentava Albera na sua nota –  é, por definição, um meio de transporte temporário para um local seguro para as pessoas resgatadas no mar. Manter essas pessoas num navio por um longo período de tempo, quando acabaram de passar por uma experiência de quase morte no mar, é adicionar violência e sofrimento desnecessários e evitáveis”.

Com a situação a atingir o limite do perigo, devido ao estado emocional dos socorridos e à falta de alimentos, na noite de quinta-feira, chegava a boa notícia: um PoS [desembarque seguro] em Augusta, pequena cidade da província de Siracusa, na parte leste da ilha que se encontra diante da “bota” da Itália.

resgate mediterraneo foto flavio gasperini sos mediterranee

Entre os 572 migrantes e refugiados encontravam-se 183 menores, dois deles com deficiência. Foto © Flavio Gasperini/SOS Mediterranée.

 

“Não estamos nisto por prazer”, testemunhou aos seus salvadores Gafaro, um jovem togolês de 19 anos resgatado com 368 outras pessoas de um barco de madeira perigosamente sobrecarregado na noite de 4 para 5 de julho. “Atravessámos sabendo que existe a morte, mas fizemo-lo. Não porque não saibamos o valor da vida, mas porque somos obrigados a fazê-lo”.

Segundo o diário católico Avvenire, o navio de salvamento Ocean Viking realizou seis operações de resgate no mar entre 1 e 5 deste mês, primeiro em condições meteorológicas de chuva e vento e, nos últimos dias, de forte calor. Entre os 572 migrantes e refugiados encontravam-se 183 menores, dois deles com deficiência.

A EuroNews admitia que, dada a quantidade de pessoas, é previsível que, depois da análise de cada caso, estas sejam distribuídas pelos diferentes países da União Europeia.


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