Um dos "pais" da União Europeia
Robert Schuman: Vaticano reconhece “virtudes heroicas” para a beatificação
O Papa Francisco deu este sábado, 16, luz verde ao processo de beatificação de Robert Schuman, um dos arquitetos da União Europeia. O decreto que a Congregação para a Causa dos Santos foi autorizada a assinar inclui também o nome da monja espanhola María Stella de Jesús (1889-1982).
Schuman, que nasceu no Luxemburgo mas viveu grande parte da vida em França, sonhou, juntamente com Jean Monet, com uma Europa sem fronteiras. Começou por confrontar-se com os inconvenientes das fronteiras no seu quotidiano, quando era jovem e tinha de submeter-se quase quotidianamente ao controlo para circular de bicicleta na zona em que habitava, como revelou o seu amigo Robert Muller, numa entrevista que o 7MARGENS publicou recentemente.
Pode dizer-se que “as virtudes heroicas” que foram tidas em conta para o processo de beatificação agora assumido pelo Vaticano são, neste caso, as inerentes à atividade e ao compromisso de Schuman no campo da política.
Segundo a Igreja Católica em França, que instruiu localmente o processo de beatificação em 2004, foi o bispo de Metz, um alemão, que, no final da Grande Guerra 1914-18, o convenceu a meter-se na vida política, marcada pelo anticlericalismo, ele que era um católico convicto.
Em 1940, Schuman foi deportado para a Alemanha, mas conseguiu escapar-se e regressar a França para se juntar à Resistência contra os nazis. Abraçou a atividade política, que passou por assumir o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, como se se tratasse de “um apostolado”. Dotado de uma profunda vida interior que iluminava a sua ação, ficou na memória de alguém com quem partilhou responsabilidades governamentais, como “o tipo de verdadeiro democrata, imaginativo e criador, combativo na sua doçura, sempre respeitoso da pessoa, fiel a uma vocação interior que dava sentido à vida”.
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