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sexta-feira, 5 de março de 2021

Vou como peregrino

Coragem, abertura, encontro, escuta, peregrinação, perdão, sinal - a 33ª viagem apostólica fora da Itália do Papa Francisco, vai levar tudo isto e muito mais na bagagem.

Mais preocupado com as pessoas do que com os números ou os perigos de um país que tem cerca de 600 mil cristãos, a primeira viagem do Papa desde o início da pandemia acontece a convite da República do Iraque e da Igreja Católica local.

“Desejo muito encontrar-me com todos vós, visitar a vossa terra, antigo e extraordinário berço da civilização. Vou como peregrino, como peregrino penitente, para implorar perdão e reconciliação do Senhor depois de anos de guerra e terrorismo, para pedir a Deus consolo para os corações e cura para as feridas”, refere Francisco, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.

A mensagem retoma o tema da viagem, ‘Sois todos irmãos’, uma passagem do Evangelho segundo São Mateus (Mt 23,8).

“Vou como peregrino da paz em busca de fraternidade, animado pelo desejo de rezar juntos e caminhar juntos, também com irmãos e irmãs de outras tradições religiosas, unidos pelo pai Abraão, que reúne numa só família muçulmanos, judeus e cristãos”, acrescentou sobre a viagem que realiza a Bagdade, Najaf, a planície de Ur – ligada à memória de Abraão -, Erbil, Mossul e Qaraqosh, na planície de Nínive.

A jornalista Aura Miguel, vaticanista da Rádio Renascença, afirmou que a visita do Papa ao Iraque, que se inicia esta sexta-feira, é a “viagem mais importante deste pontificado”.

“Francisco vai cumprir um grande sonho dos Papas, em geral, que começou por São João Paulo II – na altura, foi muito incompreendido, quando desejou ir à terra de Abraão. E Abraão é o pai das três religiões monoteístas, dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos”, referiu a especialista, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Francisco vai iniciar esta sexta-feira a primeira viagem de sempre de um Papa ao Iraque, onde o Cristianismo está presente desde o século I, apesar das guerras, terrorismo e discriminação legal.

A Agência Ecclesia vai acompanhar a visita histórica dando conta dos principais momentos, dos discursos e sinais que vão pautar esta deslocação, entre hoje e o dia 8.

No assinalar dos 20 anos da tragédia da queda da ponte de Entre-os-rios, assinalamos a memória dos que partiram e também a luta para fazer o luto dos que perderam familiares e amigos.

“Cumprem-se hoje 20 anos da queda da ponte de Entre-os-Rios que causou a morte a 59 pessoas do simpático Concelho de Castelo de Paiva. Uno-me a quantos nunca esqueceram a tragédia e ofereço a Missa de hoje pelos que lá morreram e pelo conforto espiritual das suas famílias”, escreveu D. Manuel Linda, na sua conta do Twitter.

O padre José Ribeiro Mota, pároco de Raiva, Castelo de Paiva, na data da queda da ponte de Entre-os-Rios, disse que as “feridas causadas” pela tragédia de 2001 ainda “não desapareceram” na vida da população.

“As pessoas estão emocionadas, mas os seus rostos transmitem esperança e fé”, realçou o sacerdote da Diocese do Porto, que esta manhã concelebrou a Eucaristia no 20.º aniversário da queda da Ponte Hintze Ribeiro, que vitimou 59 pessoas.

O padre Tiago Filipe Santos, atual pároco, afirmou que o tempo tem uma força “mitigadora na dor”, todavia os momentos da tragédia estão “muito vivos na comunidade”.

A terminar, lembro a irmã Maria Domingos, dominicana no Mosteiro do Lumiar, e cuja memória é evocada nas última edição das «Memórias que contam». Foi um privilégio conhecê-la, partilhar aquele espaço, conhecer aquela Igreja feita de muitas moradas, muitos rostos com dúvidas, hesitações, mas que ali encontraram sempre casa. É com saudade e atitude agradecida que a recordo.

Na página da Agência Ecclesia encontra mais informação atualizada sobre a vida da Igreja em Portugal e no mundo.

Encontramo-nos lá?

Tenha um excelente dia!

Lígia Silveira

 

 


www.agencia.ecclesia.pt

      



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