No dia 19 de Março costumamos festejar o Dia
do Pai, por ser a festa de S. José. E este ano de 2021, por iniciativa do Papa,
é dedicado a S. José (desde 8 de Dezembro de 2020 a 8 de Dezembro de 2021) e a
Família (a partir de 19 de Março de 2021 até ao mesmo dia de 2022). É a altura
ideal para tomarmos este santo como exemplo dos pais de família.
A paternidade de José começou pelo amor.
S. Paulo aconselhava: “Maridos, amai vossas mulheres, e não sejais ásperos
com elas.” (Col.3,18). O marido deve proteger a sua mulher. Portanto, é razoável
supor que José tenha transportado a Virgem Maria, no seu “utilitário” burrinho,
até casa de Santa Isabel e Zacarias para lhe poupar algum cansaço na viagem. Cuidar
da mãe é já cuidar dos filhos.
Um dos primeiros cuidados paternais de S.
José foi providenciar a circuncisão de Jesus oito dias após o seu nascimento. A
circuncisão era um rito que recordava, e renovava, a Aliança que Deus fizera
com o Povo eleito através de Abraão. Aquele sinal no corpo de cada varão, significava
que cada casal se preocupava com a integração dos seus filhos no Povo eleito de
Deus. Maria e José formavam um casal que dava um lugar importante à sua Fé. Anteriormente,
os judeus eram servos de Deus. Depois, graças ao sacramento do Baptismo, os cristãos
passaram a ser filhos de Deus. Estaremos nós conscientes desta realidade?
Quanto tempo demoramos a baptizar os nossos filhos? Como cuidamos da sua formação
cristã? Estaremos capazes de lhes ensinar os principais mistérios da nossa Fé?
Lembramo-nos de que devem receber também o sacramento da Confirmação que lhes
dará o valor necessário para vencer as tentações e respeitos humanos que os
levarão a ser novos apóstolos?
Alguns meses depois, novos cuidados foram
necessários. José organizou, com toda a urgência, uma viagem até ao Egipto para
salvar a vida do Menino da ira e maldade de Herodes. Eis um exemplo que tantos pais
e governantes querem não ver. Em vez de protegerem a vida, defendem o aborto, a
eutanásia... e desleixam aqueles –
doentes e idosos - que sofrem dores, incapacidades, incompreensões, troças e
falta de cuidados.
Pelos doze anos, Jesus já estava
preparado, física e espiritualmente, para ir a pé de Nazaré a Jerusalém. Para lá
foi, por ocasião da Páscoa, na companhia de um grupo de judeus fiéis e dos seus
pais. Nota-se que devia estar fisicamente bem, pois se aventurou a ficar na cidade
sem os pais. Também estava seguro do que devia fazer– era o próprio Deus – a ponto
de conseguir dialogar no Templo com os doutores da Lei. E os nossos filhos e
netos, estarão já com uma personalidade bem formada ao chegarem à adolescência?
Terão a fortaleza necessária para se levantarem mais cedo e participar na Missa
dominical, antes de ir para a praia? Serão adolescentes, rijos ou preguiçosos?
Nossa Senhora diz a Jesus “Teu pai e eu
andávamos à tua procura, cheios de aflição” (Lc. 2, 48). É deste modo que cuidamos
dos nossos filhos? Pensamos na sua segurança física e espiritual? Conhecemos os
pais dos seus amigos e os seus professores, e falamos com eles regularmente? Sabemos
qual o conteúdo dos seus livros escolares e o que se passa nas aulas?
Depois deste momento difícil, não voltamos
a ouvir falar de José, mas sabemos que o seu Filho “...era-lhes submisso”
(Lc.2, 51). Provavelmente, Jesus ajudava a Mãe a transportar água para casa e S.
José na sua oficina de artesão. Nas bodas de Caná, José não é mencionado em nenhum
dos quatro evangelhos, levando-nos a pensar que já teria morrido.
O Papa Francisco conta com a proteção de
S. José para inspirar o comportamento dos pais do séc. XXI.
Isabel Vasco Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário