O início de o novo mandato do presidente da República Portuguesa teve a marca ecuménica, com apelos à defesa da tolerância e da “compreensão mútua”, face a discursos que visam a exclusão do “diferente”. “Apelo para que, em salutar
diálogo e convergência de propósitos, tudo façamos para defender a liberdade,
a tolerância, a compreensão mútua, num tempo em que é tão sedutor dividir e
catalogar, encontrar bodes expiatórios”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, no
salão nobre da Câmara Municipal do Porto, perante autoridades da cidade e 13
convidados, representantes das diversas confissões religiosas presentes em
Portugal. Um momento saudado
pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa como um gesto “muito
significativo” de Marcelo Rebelo de Sousa, que, ao tomar posse, indica a
importância de serem criadas “pontes” e a indicar que “as diferenças devem
encontrem maneira de se exprimir”, mas de forma colaborante. Segundo D. José Ornelas, o
presidente da República Portuguesa deixou uma mensagem em favor do “direito
de livre expressão”, sem que faça dele “um terreno de conquista e de
manipulação de interesses próprios”. Para Jorge Pina Cabral, bispo da
Igreja Lusitana (ramo da comunhão anglicana em Portugal), a iniciativa
promovida pelo chefe de Estado reconhece o “papel das religiões e das
diversas Igrejas na sociedade portuguesa”, também em tempo de pandemia. Abdul
Rehman Mangá, presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto disse que a
visita do chefe de Estado foi um “sinal”, para que as pessoas se sintam “à
vontade, num país de acolhimento”, com as mesmas condições para todos,
falando numa “grande bênção”. “É importante esta missão do
presidente da República em tentar unir todos os portugueses, sejam de que
religião sejam, mesmo que não pratiquem qualquer religião, de modo a que
possamos caminhar para o bem-estar do nosso país”, indicou. A celebração ecuménica foi também
oportunidade para saudar
a visita do Papa Francisco ao Iraque, uma “viagem de um homem de fé, de um
homem confiança e de um homem de uma grande coragem”. Também Abdul Rehman Mangá afirmou
que o Papa Francisco tem sido “incansável na procura da paz e aproximação, em
especial entre muçulmanos e cristãos” e enalteceu os o esforço para “unir as
pessoas” e reconciliar os crentes. A Presidência da República anunciou
que Marcelo Rebelo de Sousa, à semelhança do que aconteceu no inicio do seu
mandato em 2016, vai visitar esta sexta-feira o Vaticano, para um encontro
com o Papa, na primeira deslocação do novo mandato do chefe de Estado
português. Ontem também foi notícia a divulgação do montante
que a Cáritas Portuguesa angariou como resultado do Peditório Nacional
Público, realizado através dos meios digitais. Num total de “mais de 100 mil
euros”, esta verba vai agora ser distribuída pelas 20 Cáritas Diocesanas. “Em 2020, a rede Cáritas atribuiu
apoios financeiros diretos à população de cerca 1.5 milhões de euros, aos
quais ainda se somam apoios em produtos alimentares e bens essenciais, bem
como outras respostas sociais de emergência”, indica a instituição da Igreja
Católica em Portugal. O peditório público foi realizado
no contexto da Semana Nacional Cáritas, que decorreu entre 28 de fevereiro e
7 de março, com o tema ‘O amor que transforma” e celebrou também os 65 anos
da Cáritas Portuguesa. Mas há mais para ler, ver e ouvir
no site da Agência Ecclesia. Encontramo-nos lá? Tenha um excelente dia! |
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