D. Manuel Martins foi o primeiro bispo de Setúbal, nomeado para o cargo há 45 anos. Foto: Direitos reservados.
Será um vídeo-debate para “fazer memória, demonstrar gratidão e rasgar novos caminhos” aquele que acontecerá via internet nesta quinta-feira, 16 de Julho, com a participação do cardeal Gregório Rosa Chávez, bispo auxiliar emérito de San Salvador (El Salvador) e que evocará os 45 anos da nomeação de D. Manuel Martins como primeiro bispo de Setúbal – que se completam precisamente nesse dia.
A opção preferencial pelos pobres e a missão do bispo – o exemplo de S. Óscar Romero é o tema do debate, que decorre entre as 21h e as 22h30, por via digital (para participar, os interessados devem enviar um endereço electrónico para eugeniofonseca7@gmail.com, de modo a poderem receber os dados para a ligação). Na conversa, participa ainda o actual bispo de Setúbal, José Ornelas, com moderação do jornalista Jorge Wemans, da equipa editorial do 7MARGENS.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa e responsável pela organização do debate, recorda que, a 16 de Julho de 1975, a nomeação do então vigário-geral da diocese do Porto, padre Manuel da Silva Martins, levantou algum cepticismo entre os católicos da diocese, por ser uma figura desconhecida.
“Afinal, o bispo revelou-se inteligente e sábio”, percebendo rapidamente as “características sociológicas, económicas, culturais e religiosas” do seu novo território de missão. “Como ele costumava dizer, sentiu a necessidade de comungar, por inteiro, a vida das pessoas. Entre essas pessoas elegeu sempre, preferencialmente, os mais frágeis em várias dimensões”, lembra ao 7MARGENS Eugénio Fonseca, que com ele trabalhou longos anos.
“O aprofundamento das implicações humanas e pastorais da missão deste bispo ainda está por fazer” e é importante que ele se faça, pois “o tempo actual bem precisa de aproveitar de tão ricos pensamentos e testemunhos coerentes de vida”, acrescenta o presidente da Cáritas, que se considera “fiel e feliz discípulo” de Manuel Martins. E este debate pretende ser mais um contributo para que se entenda que o desempenho de qualquer bispo na defesa dos mais pobres “nada tem que ver com o ser ‘vermelho’ ou seguir outra ideologia, mas somente com o ser consequente com a missão que abraçou e de quem decide seguir o exemplo de Jesus Cristo”.
O cardeal Gregório Rosa Chávez, que foi um dos principais colaboradores de Óscar Romero, o arcebispo de Salvador assassinado por esquadrões da morte, convidado a dar o seu testemunho apontará, por isso, a “mensagem a deixar e um percurso eclesial a seguir”.
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