“Caminho” é o título feliz de um livrinho de S. Josemaria Escrivá, que muita gente conhece, lê e medita muitas vezes e até, talvez, tenha adotado como o “seu caminho” em algum momento da vida. São frases curtas e incisivas que tocam muito fundo no coração. Frases que se lêem muitas vezes ao longo da vida e sempre surpreendem com um novo sentido. É que o nosso caminho é longo, percorre-se por muitos atalhos, e com a ajuda destes conselhos, vai-se descobrindo em cada “Ponto”.
A primeira vez que abri o “Caminho” deparei-me com o Ponto nº 1: “Que a tua vida não seja uma vida estéril... sê útil... deixa rasto... ilumina... incendeia os caminhos da terra...” eram frases que apontavam um caminho belíssimo, imenso, mas, para mim, demasiado exigente! Por isso, não me detive neste primeiro Ponto e continuei a ler. A verdade é que, sem o querer, eram sempre aquelas frases que me vinham à memória até que compreendi que eram, afinal, o meu caminho em toda a sua simplicidade. “Que a tua vida não seja uma vida estéril”! Sim, compreendi que a minha vida, no concreto de cada dia, não podia resumir-se a uma sucessão de dias ainda que vividos o melhor possível. Era uma enorme aventura que deixa frutos: de início com a família com os filhos ainda jovens e os seus amigos, com colegas de trabalho, nas associações culturais ou sindicais, com as amigas e depois, mais “outros filhos” – genro e nora – e netos e sempre as amigas, agora ainda com mais atenção porque mais velhas, mais cansadas.
Foi isto que o «Caminho» me ensinou, afinal, tão ao meu tamanho: ser útil nas coisas pequenas e nas grandes, deixar um rasto de ternura, levar entusiasmo... “incendiar os caminhos da terra com o fogo de Cristo” no que nos cabe fazer em cada momento com os pequenos ou grandes gestos de cada dia.
Rosa Ventura Professora |
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