Alguém um dia referiu, que na sequência de uma queda, temos
de aprender a andar, para posteriormente conseguirmos voar. Mesmo nas
circunstâncias mais adversas e dolorosas podemos pintá-las com as nossas
próprias cores, tornando as situações menos negativas. É preciso ver nos
acontecimentos a mão de Deus. S.
Josemaria terá confidenciado um dia, durante uma viagem ao Santuário de
Fátima, em que rezava a Deus, servindo-se, como grande intercessora a Virgem
Maria, nesta terra de Santa Maria, onde Ela quis deixar um enorme rasto do seu
amor pelos homens. “Antes não pedia nada. Vivia deste modo porque entendia que
era melhor abandonarmo-nos em Deus. Agora penso, contudo, que devo pedir e
compreendo melhor a força destas palavras de Jesus. “Pedi e dar-se-vos-á;
buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”. Estava convencido de que se
torna necessário pedir, rezar e colocar a oração nas mãos da Virgem Maria”.
Quando sentimos as dificuldades recordemos a nossa filiação divina. Às vezes
estamos tão absorvidos com as coisas materiais que esquecemos que Deus é nosso
Pai. Abba Pater (Pai Nosso). “Tu és
meu filho Eu hoje te gerei. Eu serei para ele, Pai e ele será para Mim um
filho”. Isaías referiu: Senhor, Tu és nosso Pai. Nós somos a argila e Vós, sois
o oleiro para dar a forma. Todos nós fomos modelados pela Tua mão”. Precisamos
de redescobrir a nossa filiação divina, de meditar com o coração, de nos
abandonarmos esperançados em Deus, ainda que nos pareça que o Senhor nos
abandonou, que se esqueceu de nós. Mas Jesus disse: “Eu não te abandonarei
jamais”. Isto é, a vida constitui o tempo certo para amar e sermos amados.
Devemos ser semeadores de paz, ainda que em sofrimento, mesmo quando não
percebemos os acontecimentos. Há alguns dias ouvi, numa conferência, o orador
referir uma história: Um homem naufragou tendo ido para a uma ilha deserta.
Passou o tempo e ninguém aparecia. Rezou e muito pedindo a ajuda de Deus que
tardava. Mas nada acontecia. Resolveu construir uma pequena cabana. Um dia, ao
regressar da procura de alimento deparou-se com a cabana a arder. Desesperado
clamou a Deus que não ouvia as suas orações. Tinha perdido tudo o que lhe
restava. Exausto adormeceu. Acordou a ouvir barulho ao seu lado. Abriu os olhos
e viu pessoas e um barco que o vinha recolher. Admirado, questionou como tinham
sabido da sua existência ao que lhe responderam: “Foram os sinais de fumo que
fizeste”! Aqui recordo a frase: “Os desígnios de Deus são insondáveis”.
Estamos a viver o Advento, tempo de preparação para a vinda
de Jesus. Deus fez-se homem para que pudéssemos ver Deus. “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida”. Que bom que é ao olharmos para o presépio e adorarmos
esperançados o menino Jesus. São João Paulo II referiu: A Família é o lugar
onde se volta, santuário de amor e de vida”. Deus veio habitar entre os homens!
Jesus veio sem aparato, desconhecido de todos. Na terra, só Maria e José
participam na divina aventura. Depois os pastores avisados pelos anjos. E mais
tarde os sábios do Oriente. Assim acontece o facto transcendente que une o Céu
à Terra, Deus ao homem… Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus
que fez o Céu e a Terra, e Ele ali está, num presépio porque não havia outro
sítio na Terra para o dono de toda a Criação! (S. Josemaria, in Cristo que Passa).
Termino este artigo referindo: “Eu Sou o Alfa e o Ómega. O
primeiro e o último. O Princípio e o Fim. O que é, o que era e o que há-de vir.
O omnipotente (Apoc 22, 13 e 1, 8).
Maria Helena Paes |
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